💋 A Leveza do Primeiro Toque
Alicia olhou para o anel, depois para o rosto de Alan, e então para a intensidade de Alex. A menção de que ela era "delicada" e o medo de assustá-la tocaram em sua vulnerabilidade, mas também a fizeram sorrir. Alex, o delegado imponente, estava com medo de sua própria força.
Alex, sentindo o peso do silêncio, se dirigiu ao irmão com uma voz rouca e firme:
"Alan, você tem que beijá-la," Alex disse, empurrando o prato de panquecas para o lado. "Se eu fizer, ela vai se assustar. Ela é tão delicada, e eu sou... muito." Ele não precisou terminar. A paixão latente em Alex era uma força da natureza que poderia facilmente sobrecarregar quem fosse inexperiente.
Alan olhou para o irmão, e o sorriso de médico compreensivo se alargou.
"Você tem razão, Delegado. Você é um pouco demais, mesmo," Alan brincou, mas havia uma seriedade subjacente. Ele se virou para Alicia, que agora estava com o coração disparado e as mãos suando. O anel em seu dedo parecia queimar.
"Alicia," Alan disse, seu tom era o de um curandeiro preparando uma dose calmante. "Alex e eu concordamos nisso. O seu primeiro beijo deve ser um ato de cura, não de sobrecarga. Se você me permitir, eu quero que ele seja a coisa mais suave e segura que você já sentiu. Apenas um toque, para você saber que está no controle."
Ele se levantou lentamente e veio até a beirada da mesa, estendendo a mão para ela. Alan não tentou contornar a mesa, nem invadir seu espaço. Ele esperou.
Alicia sabia o que ele estava oferecendo: a chance de se sentir segura. O beijo de Alan seria um teste de confiança, uma permissão para sentir prazer sem pânico. O de Alex seria um salto de fé, uma imersão no desejo.
Ela se levantou da cadeira, a respiração presa, e deu o passo final que a levou para a frente dele. O anel brilhava na mão que ela ofereceu a Alan. Ele a pegou gentilmente, e o calor de sua palma era familiar, calmo.
Alan a puxou apenas um centímetro para mais perto, e seus olhos azuis buscaram os dela. Ele não a encarou, ele a leu.
"Obrigado por nos dar essa chance, Chef," ele sussurrou, e então, com a leveza de um floco de neve pousando, seus lábios encontraram os dela.
Não houve pressa, nem pressão, nem língua. Foi, como prometido, apenas um toque. A suavidade do lábio dele era como veludo, e o aroma de café e menta que vinha dele a envolveu. Era gentil, seguro e doce, uma afirmação de que ela estava no comando. O fantasma de seu ex-namorado encolheu e se dissipou na luz da manhã.
Alicia sentiu um calor agradável se espalhar em seu peito. Ela fechou os olhos e, por um breve momento, apertou a mão de Alan. Segurança.
Quando Alan se afastou, seus olhos estavam cheios de um carinho quase reverente.
"Foi bom?" ele perguntou, com a voz baixa e preocupada.
Alicia abriu os olhos. Ela não pôde evitar o sorriso tímido.
"Foi... muito gentil, Dr. Alan," ela respondeu.
Alex, que assistia a cena da mesa com uma expressão tensa, finalmente relaxou e soltou um suspiro profundo que não sabia que estava segurando. Ele se levantou, aproximou-se e colocou a mão no ombro de Alan.
"Parabéns, irmão. Você fez certo," Alex disse, um misto de alívio e frustração em sua voz. Ele se virou para Alicia, a intensidade voltando.
"E agora, Chef," Alex provocou, dando um passo lento em sua direção. "Já que você sabe que pode ter o doce, talvez esteja na hora de experimentar o intenso. Se você ainda estiver com medo, eu espero... mas se você quer a verdade de quem eu sou, você não pode se contentar com meias-palavras. O meu beijo não será o seguro."
Ele estava a centímetros dela. O cheiro de seu perfume amadeirado era inebriante.
Alan havia curado o trauma com a suavidade. Alex estava prestes a despertar o desejo com a intensidade.
"Você vai me dar a sua permissão, Chef?" Alex perguntou, a voz como um trovão distante.