O Mercado, o Café da Manhã e o Aviso da Chefe
Alicia acordou cedo, abastecida pela boa noite de sono em sua kitnet à beira-mar. Vestida de forma simples, ela se dirigiu ao mercado local. Não era um supermercado comum, mas uma feira ao ar livre, vibrante, cheia de cores e cheiros.
Ela ficou encantada. Comprou frutas, legumes, verduras, e o ingrediente essencial da ilha: peixes e frutos do mar fresquíssimos.
De volta ao hotel, ela foi direto para a cozinha, onde Luna e Gabriela já a esperavam.
"Chef, no final de semana a gente pode sair para conhecer a cidade, se você quiser," Luna sugeriu, animada.
"Mas no final de semana a gente não trabalha? O hotel fecha este final de semana?", Alicia perguntou, confusa, pensando em seu dia de folga.
Gabriela riu da ingenuidade de Alicia. "Não, Chef. No final de semana a gente não trabalha. O hotel recebe um buffet terceirizado, e nossas folgas são sábado e domingo."
"Maravilha, então! Vamos sair no final de semana!" Alicia aceitou prontamente, mas logo voltou ao foco. "Mas agora vamos pôr a mão na obra, porque o café da manhã tem que sair. Os hóspedes daqui a pouco começam a se levantar e querer café, e dona Natália daqui a pouco também vem nos ver."
A equipe se apressou e o café da manhã foi preparado com maestria. A mesa de buffet estava linda, cheia de pães, bolos, frutas coloridas e ovos mexidos perfeitos.
Natália chegou logo depois, inspecionando o salão. Ao ver a mesa posta e o café pronto, abriu um sorriso radiante.
"Parabéns para você, seu café da manhã está lindo e parece muito gostoso!" Natália elogiou a equipe.
As três sorriram, satisfeitas.
Não demorou para que os hóspedes começassem a descer. E logo apareceram também Alan e Alex.
Alan se dirigiu à mãe. "Bom dia, mãe. A bênção, mãe."
"Deus te abençoe, meu filho," Natália respondeu, carinhosa.
Alex também pediu a bênção e, enquanto se afastava da mãe, seus olhos encontraram os de Alicia. Ele a avaliou da cabeça aos pés, um olhar longo e silencioso que fez Alicia engolir seco.
Alex se virou para a mãe e comentou em voz alta: "A senhorita Romanoff é muito boa mesmo na cozinha, né, mãe? Cozinha muito bem e tem um tempero maravilhoso."
Natália, com o radar de mãe apitando, olhou para os filhos e soltou um aviso imediato, sem rodeios:
"Pode tirar o cavalo da chuva, hein, vocês dois! Nem pensar nisso! Ela é minha funcionária, e quero que permaneça muito tempo aqui com a gente. E vocês dois, tira o olho! Ela não é para o bico de vocês, não, hein!"
Alan olhou para a mãe, ligeiramente constrangido. "Eu não disse nada, mãe, nem fiz nada."
Natália olhou para os dois, com a autoridade de quem os conhecia "desde a barriga". "Conheço vocês dois, então já estou avisando."
Em seguida, Natália fez um sinal para Alicia se aproximar. Confusa com o tom de voz e o constrangimento dos filhos, Alicia foi até eles.
"Aconteceu alguma coisa?", ela perguntou, preocupada que algo estivesse errado com o café.
"Não, Alicia, não aconteceu nada," Natália a acalmou. "É só que eu já estava avisando aos meus meninos que você trabalha aqui no hotel para nós. Eu vi os olhares deles, então é para eles tirarem o cavalinho da chuva."
Alicia corou, sentindo-se envergonhada por ser o centro daquela discussão familiar e profissional.
"Dona Natália, eu não fiz nada, juro. Nem olhei para eles com intenção nenhuma. Sei que eles são seus filhos e devo respeito, então não olharei," ela disse, rapidamente, voltando-se para ir para a cozinha, seu refúgio.
Enquanto Alicia se afastava, Alan olhou para a mãe, reclamando. "Mãe, não podia fazer isso! O que ela vai ficar pensando de mim e do Alex?"
Alex, que apesar do aviso da mãe ainda sentia atração pela Chef, concordou com o irmão. "Verdade, mãe, não podia fazer isso. A senhora deve conversar com ela, pois ela ficou magoada, parece. Vai lá e conversa com ela e explica a situação. Não vamos nos aproximar dela, está bem."
O alerta de Natália, no entanto, havia criado um clima de tensão e atração proibida. Alicia, sem querer, havia se tornado o centro das atenções dos herdeiros da ilha.