_ Feliz aniversário, querida! Como minha menina cresceu!
_Pai, pare de falar como se eu tivesse dez anos!
_É verdade, você não é mais uma criança, acaba de completar dezessete anos. Essa é uma idade muito perigosa, então fique longe dos garotos.
_ Que garotos, se o senhor já espantou a todos com seu revólver?
_ Ótimo, assim você só vai se casar aos trinta. Agora, mudando um pouco de assunto: prometi que lhe contaria algo hoje e te levaria a um lugar especial, certo?_ Lindsay concordou com a cabeça, animada com a surpresa _ Quando chegarmos ao local eu conto tudo.
_ Não pode adiantar nenhuma pista? Só uma, por favor!
_ "O sangue nos une, o espaço e as circunstâncias nos separaram", desvende esse enigma e saberá.
Dentro do carro, enquanto os conversam, Lindsay é interrompida pela ligação de Vitor, seu melhor amigo.
_ Olha, pai, é o Vitor. Olá, Vitor, tudo bem?
_ Tudo sim, eu só queria saber se vocês estavam bem, tive uma sensação estranha e quis conferir.
_ Credo, Vitor, sai pra lá com essas sensações. Estamos indo a um lugar misterioso.
_ Só tomem cuidado.
_ Tudo bem, pode deixar.
Sem perceber, Lindsay esquece de desligar o celular e o joga para o outro banco para voltar sua atenção para seu pai.
_Pai, estou feliz por estarmos passeando. Faz tanto tempo que não saímos, um momento 'pai e filha'. Obrigada pelos presentes, mas sinto que ainda virá uma grande surpresa por aí.
_ Você está cer..._ sua frase fora interrompida, substituída pelo som da batida de dois carros.
Enquanto Lindsay tentava entender o que estava acontecendo, o carro de seu pai era arrastado para fora da pista. O carro capota. Ambos sangram. Os gemidos agonizantes de seu pai serviram apenas para ficarem na mente de Lindsay.
De uma coisa ela tinha certeza: ninguém mexia com os seus.