Elisângela Narrando Assim que o Nicolas saiu, travei o portão e entrei. Nem fechei direito. Me joguei no sofá com força, a mão cobrindo o rosto, tentando esconder de mim mesma o sorriso bobo que teimava em escapar. Cansada. Mas não de arrependimento. Cansada como quem viveu. Como quem se entregou. A noite foi maravilhosa. Ele é maravilhoso. O problema é todo o resto. Porque quando eu saí daquele apartamento, pisando alto, dizendo que não queria mais saber de ninguém, que homem nenhum ia mandar na minha vida... foi pra isso? Pra 72 horas depois estar aqui na comunidade, no meio do morro, na área dele, com ele praticamente batendo no peito e dizendo que eu sou dele? É o fim do mundo mesmo. Eu, que achei que ia casar com o Daniel, me poupar, ser certinha. Eu, que encontrei ele — e o irm

