Rampa Narrando
Mano… o bagulho ficou sinistro de vez. A gente tava na contenção, cada um no seu ponto, quando ouvi os estalos lá de baixo. Chinelo, que tava comigo na laje.
— Vai subir, Rampa. Os bota tão vindo com sangue no zóio. — Largou eu nem precisei olhar duas vezes. Já colei no rádio.
— LC, a visão aqui é quente! Os cara tão subindo na sede!
O rádio chiou, e logo a voz do LC estourou no meu ouvido, nervosa, firme:
— Ninguém vai subir, pørra! Eu tô descendo! Segura essa desgraça aí, caralhø!
No mesmo segundo, o Picolé, que tava do outro lado, mandou um tiro de aviso que ricocheteou no muro. Aquilo foi o sinal. Os cria desceram com vontade. Cadu já chegou dando rajada pra todo lado.
— Aqui é Penha, caralhø! — ele gritou, com o fuzil quase cuspindo fogo.
Eu desci da laje pra
