Elisângela Narrando
O carro subindo a comunidade e eu ainda sem acreditar no que tava acontecendo. A Liliane arrancou com o som baixinho tocando um pagodinho antigo, e eu só conseguia encarar ela com aquela cara de “me explica isso direito”.
— Tu quer me trouxe pra cá mesmo? — perguntei, cruzando os braços.
— Ué, cê dormiu com o dono do morro, quer o quê? Conforto cinco estrelas e café na cama? — ela respondeu rindo.
Revirei os olhos, mas por dentro o coração tava batendo descompassado. A cada curva que o carro fazia, meu nervoso só aumentava.
Olhei pro retrovisor e ali, ó... a pørra da moto dele. Vindo na maciota, igual cena de filme. O guidão firme, aquele corpo jogado pra frente, a corrente brilhando no pescoço.
— Eu tô mesmo subindo a comunidade do cara com quem eu fiz loucura on
