Capítulo 4

902 Words
Lucas Porra, não acredito nisso! Estava no corredor, em frente ao meu armário da faculdade para pegar essas merdas de livros para a aula e de repente sinto uma mão nas minhas costas. Me viro e vejo que é Beto, meu melhor amigo, que também faz parte do time Red Champions. Ele percebe a minha cara de poucos amigos. — Que cara, hein? — Ele dá dois tapas nas minhas costas. — Também se acabou ontem! — Antes fosse por isso. — Bufei de raiva, e com isso bati a porta do armário com força. — Tenho que ir pra aula. — Fala aí, o que aconteceu? — Ele está preocupado e penso se conto da merda que tenho que resolver. Eu preciso desabafar. Poderia contar pra Júlia, mas ela não entenderia, já Beto sim. — Ok. Eu falo, mas vamos pra aula que estamos atrasados. — Beleza, vamos então. — Disse todo contente. Uma hora atrás estava preocupado com a Júlia, agora isso acontece comigo? Ela já teve preocupação demais por hoje e esse é o maior motivo para eu escolher desabafar com Beto ao invés dela. Chegamos na sala e claro que a aula já tinha iniciado. Isso aí Lucas! Começou bem! Chegando atrasado na p***a da aula. Merda! Merda! Eu e meu amigo nos sentamos lá trás enquanto o professor de literatura falava de Shakespeare. Eu explicava para meu amigo o meu desânimo, depois da conversa que tive com meu pai. — Que merda, Lucas! Agora você tem que ser um bom aluno? — Shh!!! — Fiz sinal para falar baixo. — Nem me fale, Beto. Fui para céu e para o inferno ao mesmo tempo. — Bati na mesa com força. O barulho chama atenção do professor que olha para gente.Aceno que está tudo bem. — Só esbarrei. — Digo e meu amigo começa a rir. E o professor volta a dar aula. — Voltando ao assunto, como vou conseguir essa proeza? — Falei baixinho. — O que seu pai disse? — Indaga. — Deu a ideia de a Júlia me ajudar com os estudos. — É uma ótima ideia! — Acaba falando alto. Putz! i****a! — O que é uma ótima ideia, Alberto? — O professor olha para o Beto. Merda! — É... É... Bom... — Beto olha para mim. Sério que vai me pedir ajuda? Depois do mole que deu? c*****o, Beto! Foi quando olho para o lado e aparece uma luz no meio daquele problema. — Que Romeu e Julieta decidem se encontrar escondidos, já que as famílias não se suportam. - Disse Júlia. Estava na segunda cadeira da quarta fileira. Ela pisca para Beto. — Não é isso, Alberto? — Encara meu amigo, dizendo com o olhar pra ele concordar. — C... Claro... — Gagueja, concordando. — Ok. Dessa vez vou deixar passar. — Disse o professor, voltando a falar da matéria. Ufa, que alívio! Depois desse susto, voltamos a conversar sobre o meu problema, sussurrando dessa vez. — Graças à sua amiga, nos livramos dessa. — Ele diz. — Quer dizer você se livrou! — Apronto pra ele. — Você que deu mole. — Que seja. Ela é fera nos estudos. Poderia te ajudar nesse quesito e não vai ser novidade pra você fazer isso. — Ele sorri de ladinho. Ele quer que eu use minha amiga para me dar bem? Que absurdo! — Não sei... É diferente. Ela é minha amiga. Uma coisa é pedir para esses nerds em troca de sair com uma gata. — Observo minha amiga que estava prestando atenção na aula. — Parece... — Parece o quê? Não estou te reconhecendo. - Ele percebe que não estava olhando para ele e belisca meu braço. Quase dou um grito, mas me seguro para o professor não ver. — Seu infeliz! Isso doeu! — Reclamo. — Tinha que doer mesmo. Estava viajando aí. — Sussurra. — Que merda é essa de não pedir ajuda para sua amiguinha de infância, hein? — Me olha. — De usá-la desse jeito... Não acho justo... — Volto a olhar para Júlia. Ainda prestando atenção na aula, completamente concentrada... Nunca tinha reparado nela antes, também quase não comparecia às aulas. Como ela é linda, principalmente quando está sorrindo... Ele me belisca mais uma vez, e, com isso, volto para realidade. — c*****o! Para com esse beliscão! — Se parar de viajar, eu paro. Mas vai fazer o quê? — Indaga. — Se não fizer nada estará fora do próximo jogo! Vai dar uma de bom aluno agora? — Continua me fitando e debochando. — Claro que não! — Olhei para ele. — Eu bom aluno?! Fala sério! Vou fazer isso, não é a primeira e não vai ser a última vez que vou fazer isso! Somos amigos ela vai entender! — Digo e continuo. — Depois que o olheiro me escolher, dou um belo presente para ela... Talvez um carro como um pedido desculpas. — Meu amigo levanta a sobrancelha. — Esse é meu atacante! — Faço sinal para diminuir o tom por causa do professor, ele olha para frente e faz sinal de positivo. Sem noção esse meu amigo! Eu tento prestar atenção na aula, já que está acabando. De repente sinto um aperto no peito, lembrando de quando disse aquilo para o Beto. Acho que é culpa por pensar em fazer isso com a Júlia, mas era meu sonho que estava em risco.
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