Olá, amores!
Como estão, tudo beleza? Espero que sim!
Caso não fique claro, esse capítulo acontece no mesmo dia do primeiro, essa cena da cozinha ocorre enquanto os sacerdotes estão reunidos no templo.
É isso, escrevi com muito carinho, espero que gostem, não esqueçam de me seguir, seguir os meus livros, comentar e dar um pulinho no meu i********:, onde podem mandar mensagens, fazer perguntas, pedidos e ver imagens que crio com IA para ilustrar algumas cenas.
BJKS!
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Terceira Pessoa
Alfa Ares adentrou a cozinha de sua mansão, de onde podia sentir o cheiro de cordeiro assado, a especialidade de sua companheira. A mesa estava quase pronta para a refeição do meio-dia, que compartilhariam com vários sacerdotes de outros clãs que tinham se reunido naquela manhã, em uma de suas convenções anuais.
Luna Esmeralda fez questão de cozinhar ela mesma, com a ajuda de sua filha, Rubi.
Havia muita comida humana e tradicionais do clã da lua Nova na mesma mesa. Esmeralda tinha muito apreço pelos sacerdotes, por dedicarem a sua vida a servirem a sua fé e por terem incluído o seu deus nas liturgias e altares.
— O cheiro de sua comida pode ser sentido de longe, minha fêmea! — Alfa Ares sussurrou na orelha de sua Luna ao abraçá-la por trás.
— Sério? Fala a verdade, meu lobão, acha que tem comida suficiente? Vão gostar?
— Tem bastante comida, mesmo para lobos que não vivem aqui, não sei porque se importa tanto com eles…
— Não consigo evitar, é tradição do povo da minha terra de origem tratar bem os viajantes e sermos bons anfitriões.
— Você é uma excelente Luna. — Ares virou o corpo de sua fêmea de frente para ele, pois adorava os olhos verdes dela, com o brilho que iluminava a sua vida inteira. — A mesa de refeições está perfeita.
— Inshallah, tudo sairá perfeito e todos sairão falando bem de como o nosso clã trata os viajantes e hóspedes!
Ares inclinou o corpo e cheirou o pescoço de sua fêmea, beijando a marca da união.
— Ew, dá para serem menos melosos? Tem crianças aqui, aka, eu!
Luna Esmeralda riu, seu coração cheio de alegria ao testemunhar mais um dos belos sorrisos de seu companheiro.
Ela se lembrou brevemente da época em que ele não sorria e os seus olhos eram frios e solitários…
De repente, gritos de soldados interromperam aquela cena familiar e encantadora, seguidos por batidas apressadas na porta.
— Rubi, para o quarto secreto!
— Mas, mãe! Não sabe nem o que está havendo!
— Agora, Rubi, seja uma boa filhote e faz o que a sua mãe mandou!
Rubi, mesmo contrariada, suspirou pesadamente antes de correr para as escadas e se esconder no quarto do pânico que seus pais construíram logo após ela nascer. No entanto, no meio do caminho, ela diminui os passos. Curiosa como era, decidiu esperar um pouco e ouvir atentamente as vozes que vinham lá de baixo.
Ares abriu a porta e um de seus generais explicou a situação.
— Meu Alfa, nossos sentinelas avistaram uma grande frota que vem em direção ao nosso território. Estão em velicidade, logo chegarão.
Alfa Ares rosnou e fechou as mãos em punho, seu lobo atento, desejoso de tomar o controle.
— São inimigos, querem guerra contra nós? — Perguntou Luna Esmeralda, com o coração batendo acelerado e a sua mente ansiosa criava inúmeras situações e possibilidades.
— Não tenho certeza, mas os nossos automóveis estão na frota, beta Noah… assistente alfa Noah e nossos lobos não marcados que foram a cerimônia no clã dos Lobos Brancos estão com eles, são os carros que estão na frente da frota, idicando que estão trazendo os demais.
— Traidor! — Rosnou Ares, pelos escuros saiam por seus poros.
— Calma, Ares, não pode sempre pensar o pior dessa maneira, Noah deve ter uma boa razão para trazer essa gente…
— Quais as ordens, Alfa? — O general perguntou.
Embora concordasse com a Luna que havia a possibilidade de não ser um ataque, Ares era quem tinha a palavra em situações como aquela. Por mais que tentasse ser otimista, o clã precisava se precaver.
— Prepare o exército, acione o seu batalhão, envie olheiros para as proximidades. Eu irei para a fronteira que dá para a estrada, veremos o que querem. Se for um ataque, não quero ninguém vivo, sem prisioneiros, os corpos dos traidores expostos nas fronteiras.
Esmeralda esfregou o peito para acalmar as reações físicas causadas pela ansiedade.
— Fique aqui, fêmea, se esconda com nossa Rubi e espere até que eu volte.
— Mas, Ares…
— Sem mais, fêmea! Preciso que estava segura com a nossa ômega!
— Eu preciso que esteja seguro com o nosso filho também, Ares!
— Eu estarei e protegerei nosso filhote e nosso clã, não se preocupe, apenas se proteja!
Luna Esmeralda subiu as escadas com a cabeça barulhenta. Por anos, estiveram em relativa paz, não haviam batalhas, a não ser contra invasores aleatórios e nas investigações contra os “Servos do rei.” O clã da Lua Nova não havia se metido em nenhuma guerra contra outros clãs há anos.
Ela correu para o seu quarto, sem notar Rubi escondida na entrada de um dos quartos de hóspedes. Esmeralda vestiu um hijab, pegou seu livro sagrado e iniciou uma oração. De joelhos no chão, de frente para uma janela adornada com motivos do seu mundo, ela rezava para o seu deus, pedindo proteção e sabedoria.
Rubi conhecia aquela oração, e outras que a sua mãe ensinou. Ela não era muito religiosa, mas, embora não imitasse os gestos ou prostração de Esmeralda, pedia mentalmente para que os deuses de seus ancestrais olhassem pelo clã e não permitissem que o m*l entrasse.
Não demorou muito para que Ares voltasse acompanhado de seu beta e vários alfas aliados. Gama Antero foi quem chamou a Luna para se juntar a eles.
Mal Esmeralda desceu as escadas e foi “atacada” por um abraço de Luna Nadja.
— Me ajuda, Esmeralda, eles querem matar o meu filhote!
— O quê, como assim? Do que está falando, Nadja?
— Vocês são os padrinhos dele e você me disse que padrinhos protegem afilhados! — Nadja tinha o rosto pálido e encharcado de lágrimas, seu olhar parecia duro, mas Esmeralda sabia que nele estava contido o desespero de uma mãe.
— Se acalma, menina! — Esmeralda olhou em volta, todos os presentes no enorme salão da mansão alfa a observavam.
Ela avistou Alfa Derik sentado com os cotovelos nos joelhos e as mãos segurando a cabeça.
— Venha, sente-se ao lado do seu marido, vai se sentir melhor. Me expliquem o que está havendo, por favor!
Derik levantou o rosto. Seus olhos sempre arteiros estavam sem brilho, Esmeralda viu, naquele azul frio, tristeza como nenhuma outra. Seu coração apertou, pensando que seu amado afilhado estivesse machucado, ou coisa pior…
— Onde está o Gavin, por que não me falam nada?
— O filhote foi levado para o templo, com tantos sacerdotes, talvez um deles saiba de uma cura… — Disse Noah.
— Cura? Gavin está doente? Mas lobisomens não ficam doentes…
— Meu filhote não tem alma Gêmea, é um alfa solo, seu lobo nasceu perdido…— O peito de Derik sacudiu com a angústia, prendendo o choro.
— Mas… Como assim?
Logo, Alfa Derik explicou o que tinha acontecido no clã dos Lobos Brancos, por mais difícil que fosse repetir o ocorrido, ele não escondeu nenhum detalhe. Esmeralda, mesmo sendo humana, desabou em uma poltrona, compartilhando da dor de seus amigos.
Todo o tempo, Ares permaneceu calado.
— Gavin é tão doce... ele jamais faria m*l a alguém… E por que a deusa de vocês faria algo assim? Não faz sentido…
— Sempre houveram solos, são raros, mas existem desde que o tempo é tempo. Enlouquecem e são mortos ao nascer.
— Mas… Não dá para reverter? Tipo, minha amiga Azia é solo, ela não tem companheiro, como ele marcou e engravidou outra fêmea antes de encontrá-la…
— Ela tem companheiro, morto, traidor, mas tem. Sua loba é solo, mas não nasceu solo, sua alma não é vazia…
— Amiga, pela lei, vão matar o meu filhote. Eu não posso deixar acontecer, me ajuda! O seu Beta, Noah, ele disse que talvez possam ajudar. Eu faço qualquer coisa, peçam o que quiserem em troca!
Alfa Derik segurou a mão de sua companheira, mas não a corrigiu. Ele também estava disposto a entregar até mesmo o seu trono para salvar o seu filhote.
— Alfa Derik, Luna Nadja, o Conselho e seus inimigos usarão isso para derrotar vocês.
— Não estou preocupado com aquele bando de inúteis agora, Ares! A única coisa que me importa é a vida do meu filhote!— Vociferou Derik.
— Eu entendo, mas precisam pensar direito, com a cabeça, não com a emoção. Não podem se envolver em uma guerra contra uma das leis supremas de Oníria, não vai adiantar.
— Qual é, Ares, não pode estar insinuando que eles devem entregar o guri! — Exclamou Alfa Orium, decepcionado.
— Eu não disse isso!
— O que sugere, então? — Derik exalou, esgotado de tanto pensar em uma saída. — Pois não vejo solução além de lutar contra quem tente fazer m*l a minha cria.
— Há uma solução que não envolve a morte de ninguém.
— Qual solução, Alfa Ares? Eu te imploro! — Perguntou Nadja, com uma fagulha de esperança.
— A Lei de Oníria só serve para Oníria, se o filhote for para outro mundo…
— Não, não podem levar ele de mim! — Nadja soluçou e lágrimas voltaram a escorrer de seus olhos.
— Com todo o respeito, Luna Nadja, a minha Luna tem grande carinho pelos seus filhotes, não quero ver a minha fêmea triste pela perda de nosso afilhado.
— Que outro mundo? — Derik desviou os olhos para Esmeralda, já imaginando de qual mundo Ares falava.
— Como eu estava dizendo, por anos, temi que o meu lobo enlouquecesse, pois acreditava na possibilidade de ser um amaldiçoado sem alma gêma, por conseguinte, investiguei com Dófona tudo o que pude sobre lobos solos… O filhote não tem que morrer, ele só precisa ficar longe daqui até aprender a domar o sua natureza.
— É possivel? — Perguntou Esmeralda.
— Há alguns anos, Orium tomava drogas para pacificar a sua terceira forma, essas drogas foram otimizadas e estão sendo desenvolvidas em laboratórios no mundo dos humanos.
— O quê? Como assim? Como eu não sei de nada disso?
— Conversamos sobre isso algumas vezes no passado, fêmea.
Esmeralda anuiu, embora não se lembrasse. Deve ter sido uma das reuniões chatas em que a sua mente hiperativa a levava a lugares distantes do assunto em questão…
— Vou confiar um segredo a vocês, Gavin não é o único lobo solo vivo. Os lobos nascidos solo no meu clã, ou em clãs menores aliados, não são condenados, são enviados para o mundo humano.
Luna Nadja levantou-se de um salto e abraçou Ares com força, seu choro molhou a camisa que ele vestia. Ares não a afastou, apenas olhou para a sua Luna de soslaio, pedindo socorro.
Esmeralda, compreendendo o desconforto de seu companheiro, ignorou, pois achava engraçado quando ele estava constrangido.
— Entendi, acho que lembro agora. Um grupo de jovens lobos no território do Upyr, qual o nome dele?
— Aarão Zafir. Ele treina os lobos perdidos, os trata com a sua fêmea, uma cientista humana e seu filhote, um vampiro que herdou a inteligência da mãe.
— Daremos tudo o que pedir, Alfa Ares, só salve o meu filhote!
Ares finalmente se moveu e afastou a Luna Nadja de si.
— Luna Nadja, não se preocupe, não pedirei nada em troca, apenas que permita que os Elfos levem Gavin para passar um tempo entre os humanos.