Mãe Luna

1478 Words
Olá, amores! Domingão, passei o dia trabalhando nos livros, estou quase terminando de editar o da Esmeralda. Encontrei uns errinhos bem tristes, ai, que vergonha! rsrs Obrigada a todos por não soltarem a minha mão! Acreditem se quiserem, mas, chorei escrevendo esse capítulo. Espéro que gostem, BJKS! *********** Gavin O lobo parou, de repente, farejando o ar. Ele reconheceu a essência de nossa irmã e sacudiu a cabeça, confuso. Ela estava fazendo beicinho, um verdadeiro de filhote, não o forçado como o das fêmeas que meu irmão montava. O seu corpo estava tremendo e os olhos lacrimejantes vidrados em nós, meu lobo e eu. Usou a pata dianteira para bater no próprio focinho, tentei me concentrar para tomar o controle, mas isso fez apenas com que eu sentisse uma forte desolação no peito. Ele me mostrou o vazio em nosso interior, compartilhando comigo a agonia que nos tornou apenas um ser em nossa alma pela primeira vez. “Mamãe… acho que o Gavin está passando m*l, estou com medo.” Ela murmurou baixinho, as lágrimas escorriam por seu rosto pálido. A sua voz chamou mais uma vez a atenção do lobo. Ele retomou o controle, porque eu já não me importava mais… Natalia gritou quando o lobo saltou sobre ela, as garras afiadas expostas na intenção de derramar sangue e causar em todos a mesma dor que estava sentindo. Em pleno salto, senti uma pancada na lateral do corpo, a loba Luna da minha mãe me jogou longe. Ela era esguia, as pernas compridas com pouco pelo, mas tinha grande força, tanto física quanto de caráter. Rosnou para mim e latiu, a loba Luna ralhando com o filhote, mas quando me virei e a encarei, sua loba deu um passo para trás e choramingou. Ela percebeu… Bateu a pata dianteira no chão, arrastando na neve como um touro, mas em vez de estar se preparando para o ataque, ela choramingou ainda mais, chamando o meu lobo para junto de si. — Mamãe, o que há com o Gavin? Por que o lobo dele não gosta de mim? — Natalia choramingou, me olhando, sentida. O meu lobo não gostava dela, nem de ninguém, muito menos dele mesmo. O choramingo de Natalia me fez sentir remorso, mas o lobo ficou zangado, nossas emoções negativas nos separando mais uma vez. Corremos na direção do filhote, se o machucarmos, a Luna loba sofrerá junto. Esse era o pensamento da minha natureza, e assim, ele fez. Minha mãe nos barrou novamente, mordendo a nossa cauda, nos irritando ainda mais. Ela mordeu nosso traseiro, com pouca força, apenas para nos parar, mas o lobo a atacou, com tudo o que ele tinha, tentando alcançar o seu pescoço. Natalia conseguiu correr, gritando apavorada por ajuda. Logo, todos estariam aqui para assistir à minha vergonha, à minha traição… Eu juro que tentei controlá-lo, mas não sabia como, era uma entidade descolada de mim, com vontade própria e o seu desejo era matar. A loba Luna tomou a sua posição, lutando com o meu lobo, de igual para igual, seu objetivo era nos submeter, o dele, apenas derramar sangue. As emoções da Luna foram a sua fraqueza na luta, pois, o meu lobo não tinha remorso algum. Logo, o pescoço da loba estava entre os meus dentes. Eu gritava para ele parar, prisioneiro de mim mesmo, e ele a teria matado se ela não se transformasse em sua terceira forma. A fera fêmea, com quem brinquei tantas vezes, agarrou-me pelo pescoço e o quebrou. Caí no chão e o meu lobo se escondeu no meu âmago. Ouvi passos se aproximando, enquanto a minha mãe, friorenta como era, voltou à forma humana nua no frio do clã dos Lobos Brancos. Ela não conseguiu se levantar, não por dor física, mas pela dor emocional que causei. Engatinhou até o meu corpo e me envolveu, deitando a minha cabeça em seu colo, me ninando como se eu fosse um bebê. De toda a dor que eu estava sentindo, nada doeu mais do que o choro da minha mãe ao balançar o corpo para frente e para trás, abraçada comigo. Suas lágrimas caíam em meu rosto, quando ela acertou o meu pescoço de volta no lugar. — Mãe… Por favor... — Implorei. Seu choro sofrido se tornou mais alto e ela olhou para o céu, seu grito angustiado doeu em meus ossos. ***** Luna Nadja Um dia para ser celebrado, o meu filhote mais velho encontrou a sua companheira e o lobo do meu segundo nasceu… Mas amaldiçoei aquele dia com todas as minhas forças. Quando vi os seus olhos, vermelhos, perdidos, a minha Loba me revelou a verdade do meu filhote. Uma alma abandonada pela grande Deusa, um lobo alfa nascido solo. Lobisomens ômegas não possuem alma gêmea porque suas almas são completas, como a dos humanos. Lobos solos têm a alma pela metade, sua natureza se perde com o vazio de sua alma incompleta. Nascidos sem alma gêmea são raros, se perdem ao nascer e são condenados à morte por toda Oníria. É a lei de todos os clãs e para todos os lobos, pois a sua loucura e violência aumentam com o tempo. Nunca se ouviu falar de lobos alfas nascidos assim… — Gavin, não me peça isso! Eu machuquei o meu filhote, quebrei o pescoço dele ou teria me.... Oh Deusa, por que o meu Gavin? Acariciei o seu rosto, meu bebê, eu queria poder dizer que vai ficar tudo bem…Queria tomar a sua dor para mim, te proteger de todo o mal... mas me sinto tão inútil como Luna, como mãe... — Por favor, mãe,… Me tira essa dor… Que m*l eu fiz para a grande Deusa para ver meu amado filhote, meu Gavin, pedir para a própria mãe o matar? A Fera de Derik caiu de joelhos ao nosso lado, uivando de tristeza, rosnando para que os outros lobos não se aproximassem de nós. Alguns já se preparavam para fazer valer a lei e levar o meu bebê de mim… — O que está havendo? — Gritou Rael, tentando se aproximar de nós, mas foi impedido pelos lobos de Freyr antes de alcançar os meus gamas, que nos cercavam para nos proteger. Alfa Orium e seus lobos se juntaram a nós. — Oh, Deusa, me ajuda, eu não fui fiel o suficiente? — Gritei aos céus, implorando para ser ouvida. — Mãe… O meu lobo está perdido, ele vai atacar de novo… — O meu filhote se referia à sua natureza, ele sabia que nenhum dos afas presentes pretendia que saísse daqui com vida. Mas se querem me tirar o meu filhote, terão que passar por cima de mim! — Não! Você não vai morrer hoje, Gavin! Está me ouvindo? — Rael, meu bondoso filhote, se desvencilhou dos lobos que o seguravam e veio até nós. Os membros do meu clã que ainda estavam paralisados pela cena que testemunhavam acompanharam o futuro Alfa. — Ele é um solo… um solo alfa? — Perguntou Rebeca, cobrindo a boca com a mão, horrorizada. Encarei a minha amiga, a quem agradecia diariamente por estar viva, mas se ela se atrevesse a ir contra a minha família, a tentar tirar o meu filhote de mim, eu mesma a mataria! — Rebeca, ninguém vai matar o meu bebê, entendeu? Ela encarou o seu macho por uns momentos, antes de vir para junto de nós, parando ao lado de Rael entre os demais. — Ninguém vai matar nenhum filhote no meu território! — Sua Loba Luna tomou o controle e os seus gamas se posicionaram junto aos meus. Orium se transformou em sua Fera, ele e Derik rosnaram para a multidão à nossa frente, prontos para a batalha. — Calma, precisam se acalmar! — Gritou Laila, buscando o pai com o olhar desesperado. — Eu sinto muito, mas é a lei! Alfa Derik, ele quase matou a sua fêmea! — Argumentou Alfa Freyr Rael fitou a sua companheira, mas ela abaixou a cabeça e permaneceu ao lado do pai. A fera de Derik rosnou e atirou uma árvore inteira contra o alfa Freyr, fazendo-o calar-se. Freyr puxou a filha para longe da árvore antes que fossem atingidos. A mensagem estava clara, qualquer ação contra Gavin seria interpretada como declaração de guerra. — Eu não atacarei o seu filhote, Alfa Dérik. mas entendam que, se insistirem em o levar com vida, ele será um risco para todos vocês e o Conselho vai atacar o clã dos Lobos Negros para o capturarem. Gavin tentou levantar para se entregar, mas acertei um golpe em seu pescoço, que o pai dele me ensinou e o fiz desmaiar. Levantei, peguei o meu filhote nos braços e o levei para o carro, escoltada por meu macho, meus filhotes e os nossos aliados fiéis. Logo, um enorme comboio estava fazendo o caminho de volta para o nosso território.
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