BREVE MENSAGEM:
Ao longo do livro, os personagens vão passar por momentos de acertos e erros, serem manipulados, se arrependerem e enfrentarem uma variedade de emoções que também sentimos na vida real. Cada emoção e decisão deles refletem nossas próprias experiências e desafios, pois todos nós somos imperfeitos e estamos em constante aprendizado. Por isso, convido você a não julgar os personagens, pois ninguém é perfeito. Assim como eles, nós também estamos aprendendo a cada dia, com nossas falhas e conquistas.
♡BOA LEITURA♡
Liv narrando:
Max, Ryder e Callum. Três rostos, três máscaras do terror que me assombrava.
Max. Seus olhos verde-esmeralda eram um convite para o abismo, emoldurados por cabelos negros indomáveis. As tatuagens que serpenteavam por seus braços e pescoço eram a promessa de dor inscrita na própria pele. Ele era a personificação do caos, o predador que se deleitava com o meu medo.
Ryder, um espelho distorcido de Max. Os mesmos olhos verdes penetrantes, a mesma mandíbula esculpida, mas com um verniz de charme frio e calculista. Ele era o planejador, o estrategista, que transformava minha vida em um jogo c***l, onde as regras mudavam a cada instante.
Callum. O estranho no ninho. Seus olhos compartilhavam a mesma tonalidade verde dos irmãos, mas seus cabelos castanhos e sua postura distante o isolavam em um limbo próprio. Ele era o observador silencioso, o espectador impassível da minha tortura. Seu sorriso ocasional, um lampejo de diversão fria, era a confirmação de que minha dor era apenas um espetáculo para ele.
Todos deslumbrantes, todos intimidadores, todos com o poder de me destruir. Com seus vinte anos e a promessa de se tornarem os futuros Alfas, eles personificavam a hierarquia implacável que me esmagava.
Max e Ryder transformaram minha existência em um pesadelo contínuo. Cada momento de respiro era apenas uma pausa antes do próximo ataque, uma nova forma de me fazer sangrar, por dentro e por fora.
Callum, com sua indiferença aparente, era talvez o mais c***l de todos. Sua ausência de participação ativa não atenuava sua culpa. Ele era a garantia de que eu estava sozinha, completamente desamparada.
E não eram apenas eles. Toda a alcateia compartilhava o mesmo desprezo. Ser uma ômega era uma sentença. Ser a única ômega era uma aberração, um lembrete constante da minha insignificância.
Desde a morte da minha mãe, minha vida era uma luta incessante. Os insultos, os castigos, o ostracismo... eu suportava. Mas a chegada dos trigêmeos elevou a crueldade a um nível inimaginável.
Amanhã. Amanhã eu completaria dezoito anos. A esperança frágil de encontrar minha alma gêmea era o farol que me guiava através da escuridão. Um protetor, um salvador, alguém que me arrancaria deste inferno.
Eu sonhava com ele. Um guerreiro de armadura reluzente, belo além das palavras, que me trataria como uma princesa, apagando cada cicatriz, cada lágrima.
O cio iminente dos machos da alcateia intensificava minha esperança e meu medo. A busca desesperada por suas almas gêmeas poderia me libertar... ou me esmagar de vez.
Por enquanto, eu corria.
A floresta era um borrão de sombras e sussurros enquanto eu me movia, ofegante, desesperada. Cada passo era um grito silencioso, uma prece para que meus pés não falhassem.
— É melhor você correr, Liv! Porque quando te pegarmos... — A voz de Ryder, gutural e divertida, ecoou entre as árvores. Meu coração saltou, o terror gelando minhas veias.
O jogo. Eles sempre me davam uma chance. Cinco minutos para fugir, para me esconder. Uma ilusão de escolha, um prelúdio sádico à inevitável captura.
Meus músculos imploravam por descanso, mas eu sabia que parar significava a destruição. Precisava pensar, rápido.
Olhei para trás. Ryder, mais perto do que eu imaginava, brandia algo em sua mão. Uma arma.
O pânico me cegou. A certeza de que eles poderiam me m***r, impunemente, me paralisou por um instante.
Esconder. Era a única opção. Avistei uma árvore enorme, suas raízes retorcidas como garras. Sem hesitar, comecei a escalar, a adrenalina me impulsionando.
Encontrei um galho grosso, um refúgio precário. Encolhida ali, observei Ryder e Max passarem correndo, seus rostos contorcidos em frustração.
Um alívio momentâneo. Mas eu sabia que não duraria.
Eles voltaram, farejando o ar como lobos famintos.
— O cheiro dela está por toda parte — , rosnou Ryder.
— Ela está por perto. — Max inalou profundamente, um sorriso c***l se desenhando em seus lábios. — Você está ficando boa nisso, Liv.
O tom de Ryder endureceu. — Saia. Ou nós vamos te encontrar. E você sabe que não vai gostar do que vai acontecer.
Eu tremia, cada célula do meu corpo vibrando em terror. Eles me encontrariam. Era inevitável.
Max interrompeu a busca, seus olhos fixos em mim. No galho que m*l me escondia.
— A v***a está lá em cima — , ele sibilou, a arma em sua mão parecendo ganhar vida própria.
Ryder se moveu para o lado oposto, bloqueando qualquer chance de fuga. — Ela está ficando esperta, Max.
— Por favor... — A voz embargada, quase inaudível. Implorando por misericórdia, por um escape impossível.
Max se aproximou de Ryder, seus olhos verde-esmeralda fixos em mim, calculando, sádicos.
— Irmão — , ele disse, a voz carregada de diversão c***l. — Qual perna devemos acertar primeiro?