“Eu penso neles o tempo todo.” Ela prendeu o cabelo em um r**o de cavalo, seus cachos ruivos lutando para se soltar. Seu pescoço longo e fino estava tão bonito como sempre, seu perfil atrevido e divertido, seu rosto elegante. Ele amava sua presença sólida. Cara, ele sentia falta dela. E ele estava tão feliz que eles tiveram a chance de reconstruir algum tipo de amizade, mas ele não podia se deixar sentir mais por ela do que isso. Ele passou os últimos dez anos tentando preencher os buracos que ela deixou.
Ambos decidiram que não daria certo. Não havia razão para tentar de novo. A amizade teria que servir.
Ele acelerou pelo lago, deixando os outros para trás, e saiu da baía, acelerando para a próxima. Eles estavam cercados por todos os lados pela floresta. A água azul-esverdeada, clara como vidro, ondulava abaixo deles. Ele acelerou em direção ao lado oposto da baía. Um estranho nunca avistaria o que ele procurava, uma pequena enseada. Eles viraram por um caminho entre as árvores e o seguiram até que a água se abriu novamente para uma baía menor. No centro desse novo espaço estava sua ilha.
“Parece o mesmo.” Ela ficou de pé, olhando para a água.
“Não venho aqui desde…” Ele pensou na última visita deles e, pela primeira vez em anos, pensou que poderia estar corando.
Emily riu. “Você está envergonhada?”
“Talvez.” Ele se virou para ela e balançou a cabeça. “Não, não fiquei envergonhado. É uma das minhas melhores lembranças.” Ele se sentiu inseguro sendo tão honesto com ela.
“A minha também, na verdade.” Ela olhou para a ilha. “Você acha que alguma coisa mudou?”
“Acho que ninguém vem aqui além de nós.”
“Você não mostrou a ninguém?”
“Não.” Como ele poderia? Os momentos deles lá tinham sido especiais, o beijo deles... Ele não conseguia pensar no beijo deles agora. Não se ele quisesse ter certeza de que ela sentisse a vibração de amigo casual dele.
Seu sorriso parecia um pouco vitorioso.
Mas ele não conseguia ficar irritado com ela. Ele puxou o barco para frente, e assim como sempre faziam, ela pulou para alcançar a corda para amarrar em uma árvore. "Ainda está aqui."
Eles pularam para a terra bem onde um caminho os levou de volta através das árvores. Estava coberto de mato, mas ainda visível.
Eles seguiram para o centro da ilha, e Rhett riu. “Nossa casa!”
Eles correram para o abrigo improvisado que construíram. “Realmente ainda está tudo aqui.”
Ela correu para dentro. A mesa que eles tinham feito, as prateleiras. Ela tirou o kit de emergência à prova d’água, acariciando o topo. “Você acha?”
Rhett sentou-se ao lado dela no chão do forte.
Ela levantou a tampa e tirou o diário deles. “Oh, olha. Ainda está aqui.”
“Você continua dizendo isso.”
“Eu sei. Mas, Rhett, tanta coisa aconteceu desde então. Você e eu, não estávamos nos falando, e então eu me casei. Eu tenho uma filha — ela amaria este lugar. Tantas coisas são tão diferentes, e ainda assim…” Ela levantou o diário deles.
“Deveríamos ler?”
Ela corou, vermelho brilhante, e balançou a cabeça. “Não.”
“Eh?” Ele se inclinou para frente para tentar abrir a primeira página.
“Não. Não.” Ela colocou a mão sobre a dele, e um calor maravilhoso percorreu seu braço. Ele se aproximou dela, tão perto que quando ela virou a cabeça para olhar em seus olhos, ele pôde sentir o sopro de sua respiração em seus lábios.
"Tem certeza que?"
Ela engoliu em seco e lambeu os lábios. Então, com um leve balançar de cabeça, ela se virou. Ela se levantou. "Nós deveríamos ir."
“Sim, claro.” Ele se juntou a ela enquanto ela se dirigia para a porta. “Mas somente se eu puder te levar pelo curso. Uma vez.”
Ela quase balançou a cabeça, mas então assentiu. “Ok, vamos lá.”
Seu punho socou o ar. “Vamos!”