Yolanda Narrando Eu nunca vou esquecer o que senti quando o carro chegou na rua da quadra. Parecia que meu coração tinha enganchado na gargantilha que a tia Mônica colocou em mim antes de eu sair de casa. Era tudo tão grande, tão iluminado, tão vivo. No México não tinha nada parecido. Ali parecia outro mundo. O Hades dirigia com aquela cara séria dele, mão firme no volante, a outra sempre perto da pistola. Ele não relaxa nunca. A Lucinda estava no banco de trás comigo, mordendo o lábio de nervoso. — Y esto es normal aquí? ( E isso é normal aqui? ) — No sé, hermana, creo que sí. ( Não sei, irmã, acho que sim. ) Só que por dentro eu estava tão ansiosa quanto ela. A música dava pra ouvir de longe, forte, grave, fazendo o vidro tremer. Luz piscava refletia nas casas e as pessoas desciam

