Hades Narrando Mano, a gente tava voltando pro morro depois de recuperar a pörra da carga e já tinha sido guerra suficiente por um dia, quando ouvi o zunido. Aquele assobio maldito que só significa uma coisa. Tiro vindo no nosso rumo. — PÖRRA! COBERTURA — berrei, já me jogando pro lado da carroceria enquanto o carro do Ninão seguia na frente com a minha carga. Eu senti o impacto do primeiro disparo amassando a lataria do meu carro, levantando fagulha. Olhei pelo retrovisor e vi dois carros descendo a milhão atrás da gente, janela aberta, cano pra fora, os filha da püta descarregando sem dó. — Acelera essa pörra, Ninão! Não perde esse motor não — gritei no rádio. — Tô no talo, chefe. Eu puxei meu fuzil e botei metade do corpo pra fora da porta. O vento cortou meu rosto, o barulho en

