Isabel Narrando Quando a diretora fechou a porta e ficou só eu, a Lucinda e a minha mãe sentadas naquelas cadeiras confortáveis, eu senti o coração batendo tão forte que parecia que ia me sair pela boca. A sala tinha cheiro de perfume forte, chegava a doer o nariz, a dor. e a claridade da janela batia direto no meu rosto. Eu tentei desviar o olhar, mas minha mãe ficou me encarando sério, daquele jeito que só ela sabe, o jeito que dói mais que qualquer tapa. — Qué hiciste, Isabel? (O que você fez, Isabel?) Engoli seco. Eu queria inventar desculpa, dizer que não foi culpa nossa, mas minha garganta estava travada. Lucinda estava sentada do meu lado, com o cabelo todo bagunçado. Ela tava com aquela cara de quem tá quase chorando mas não quer mostrar. Peguei a mão dela, só pra ela saber qu

