Capítulo 2

1405 Words
Inês não conseguia esconder a surpresa desagradável que aquela notícia lhe causara, ainda assim, tentou entender melhor o que estava acontecendo. - E como você reagiu a essa notícia Victoriano? - Como você acha Inês? Fiquei furioso! - disse ele. - E pelo visto, vocês brigaram. - deduziu Inês. - Sim. Detesto essa mania do meu pai de tomar as decisões por todo mundo, como se ninguém tivesse vontade própria! - É. Ninguém gosta. Mas será que você não está olhando a situação apenas por um ponto de vista? O seu? - O que quer dizer Inês? Você está dando razão ao meu pai? - perguntou Victoriano confuso. - Não! Não foi isso que eu disse! - disse Inês. - Mas foi o que pareceu! - Victoriano Santos, pare de colocar palavras na minha boca! - disse Inês. - Até parece que quer que eu vá embora. - disse Victoriano. Aquelas palavras machucaram Inês. - Como pode pensar isso?! - diz ela indignadada. - Como pode pensar que quero que você vá embora?! - disse ela se levantando e ficando de frente para Victoriano. - Eu te amo, Victoriano! - disse ela cuspindo as palavras. Victoriano fica calado. Foi pego de surpresa, por um momento não sabia o que dizer. Inês ficou constrangida. - Ai, meu Deus! Eu não devia ter dito isso! - disse ela ficando de costas para ele e colocando as mãos no rosto - Ai, que vergonha! Ele se aproxima de Inês. - Inês, olhe pra mim. - pede Victoriano. - Não! Eu tô com muita vergonha! - disse ela como uma voz como se fosse chorar. - Por favor, Inês. - ele pede com um jeito que é impossível Inês negar. Ela tira as mãos do rosto e olha para Victoriano. - Isso que você disse é veedade mesmo? - ele pergunta. - Ai, Victoriano! Não me faça repetir! - disse Inês. - Por favor, repita. Eu quero ter certeza de que eu não estou sonhando. Que eu escutei mesmo você dizer que ama. - disse Victoriano. - O que vai adiantar se eu repetir? - pergunta Inês. - Você vai me fazer o homem mais feliz desse mundo. Porque eu também te amo, Inês. - disse Victoriano. Os olhos de Inês se enchem de um brilho resplandecente. Ela abre um sorriso que encanta Victoriano. Ela chora, mas suas lágrimas são de alegria. Sem pensar ela abraça Victoriano e ele a corresponde. Um abraço forte, apertado, cheio de carinho e amor. - Eu te amo, Victoriano. Amo com todo o meu coração. - disse Inês. - O meu coração te pertence, Inês. E vai te pertencer sempre. - disse Victoriano. Os dois vão aproximando seus rostos, e se beijam lentamente. Victoriano segurava a cintura de Inês, passava a mão por suas costas, segurava sua nuca e aprofundava o beijo cada ves mais. Inês se deixava levar, queria aquele beijo faz tempo. Haviam crescido juntos, eram amigos há muito tempo, mas com o passar dos anos, esse sentimento nascera no coração de Inês e ela estava muito feliz por ser correspondida. Os dois se separam para tomar fôlego. - Ah, Victoriano! Eu tive tanto receio. - disse Inês. - Receio de quê, meu amor? - ele pergunta enquanto acaricia o rosto de sua amada. - De que você não sentisse o mesmo por mim. - disse Inês. - Como pôde pensar isso, Inês? Será que nunca percebeu? Eu sempre te amei. Mas tinha receio de te dizer. De repente, Inês se afasta de seu amado e fica de costas para ele. - O que foi? - pergunta Victoriano. - Mas e agora? Como é que vai ser?... O que os seus pais vão dizer? O que eu meu pai vai dizer? - disse Inês preocupada. - O que te preocupa? - Victoriano, olha pra você e olha pra mim! - disse ela se virando de frente pra ele - ... Eu sou uma moça pobre, sem instrução e você... - Acha que o fato de sermos de classes diferentes me incomoda?! - disse Victoriano. - Inês, eu te amo! - Eu também te amo demais, Victoriano. Mas... - Mas o quê? - ele pergunta. - Não quero te fazer passar vergonha. - disse Inês. Victoriano abre um sorriso. - Você nunca vai me fazer passar vergonha. Sabe por quê? - disse ele segurando as mãos de Inês. - Porque eu te amo do jeitinho que você é. - Quer dizer que você ama uma caipira ingênua? - disse Inês. - Não, Inês. Eu amo você. E você não é uma caipira ingênua. Você é uma princesa, minha princesa! - disse ele levantando Inês em seus braços. - Ai, Victoriano! Eu vou cair, me solta! - disse ela rindo. - Só se disser que me ama! - disse ele. - Victoriano! - Diga! - Está bem!... Eu te amo. - Diga bem alto, quero que o mundo inteiro saiba! - disse Victoriano. - Eu te amo, Victoriano! - grita Inês. - Eu te amo, Inês! - grita Victoriano. Os dois se abraçam e se beijam novamente. *** Com medo que Loreto pudesse estar espreitando para se aproximar de Inês quando esta estivesse sozinha, Victoriano resolve acompanhá-la até em casa. - Pronto. Entregue em segurança, princesa. - disse Victoriano. - Obrigada por me trazer, meu amor. - disse Inês. - Espera, do que foi que você me chamou? - De "meu amor". Por quê? Não pode? - pergunta Inês. - Não, não pode. Deve! - disse ele a puxando e dando-lhe um beijo apaixonado. - Calma, Victoriano!... Meu pai pode ver. Lembre-se que você me prometeu que falaria com ele. - disse Inês. - Eu sei, eu sei. Desculpe. É que eu perco o juízo quando estou do seu lado. - disse ele sorrindo. - Mas trate de recuperá-lo, engraçadinho! - disse Inês sorrindo. - Agora eu tenho que entrar, daqui a pouco minha irmã e eu temos que ir a casa grande pra cuidarmos do jantar. E você tem que ir. - Até mais tarde, então. - disse Victoriano. - Até. - disse Inês. Mas antes de ir, ele ainda dá mais um beijo em sua amada, que o corresponde. Inês entra e encontra sua irmã Isabel no quarto. - Oi hermanita! - disse ela com um sorriso de orelha à orelha. - Oi sumida! Por onde andou? - perguntou Isabel. - Estava na cachoeira. - disse Inês. - Esse tempo todo? - disse Isabel. - Tomara que não pegue um resfriado. - Eu não estava esse tempo todo tomando banho. Estava com o Victoriano. - disse Inês com receio do baita sermão que sua irmã ia lhe dar. - O que?! - exclama Isabel. - Você estava com o filho do senhor Evandro?! - Sim. E nos beijamos. - disse Inês. - Como é que é?!! - exclama Isabel bem alto. - Inês você perdeu o juízo?! - Fala baixo, Isabel! E se o papai entra aqui e te escuta?! - disse Inês. - Eu quero que me explique essa história direitinho! - disse Inês. *** Na casa grande, Victoriano chega e encontra sua mãe arrumando uns vasos de flores. Ele estava tao feliz que abraçou sua mãe e começou a dançar com ela pela sala. - Mas o que é isso, meu filho? - pergunta Constanza contagiada pela felicidade do filho. - A que se deve essa alegria toda? - Ao amor, mamãe! Ao amor! - disse Victoriano. - Imagino que essa sua alegria tenha nome, não é? - pergunta Constanza. Victoriano se senta no sofá com a mãe. - Sim, mãe. Essa minha alegria tem nome e sobrenome. - Aposto que se chama Inês Huerta, não é? - disse Constanza. - Como sabe mãe? - pergunta Victoriano. - Meu filho, eu te conheço bem. Sei que sempre giatou dessa moça. A questão é: ela te corresponde? - Sim, mãe. Inês me ama tanto quanto eu a amo. - Bom, nesse caso... a única coisa que posso lhe dizer é que... Lute, meu filho! Lute por esse amor, pois a batalha será difícil. - Eu sei, mãe. O meu pai não vai querer aceitar, e o Seu Emiliano também não. Mas eu estou disposto a lutar pela minha felicidade. Não tem mais viagem. Eu não vou pra Londres de jeito nenhum! Nesse momento, surge o senhor Evandro. - Que história é essa?! Como assim, você não vai?! - exclama ele.
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