Capítulo 5

2013 Words
Depois de galoparem por um tempo, ambos chegam à um estábulo. Estava um pouco abandonado. Victoriano ajuda Inês a descer do cavalo. – Por que viemos aqui, Victoriano? – Como eu disse, mi morenita, precisamos conversar. – disse ele um pouco sério. – O que você tem? – pergunta Inês, já conhecendo seu amado e sabendo que algo o incomodava. – Inês, eu vou viajar amanhã. O semblante de Inês mudou. Parecia triste. Ela se afastou de Victoriano. – Como assim? Você disse que não iria mais pra Londres? O que foi que aconteceu? – E eu não vou, meu amor. – disse Victoriano segurando a mão de sua amada. – Eu vou pra capital. Vou arrumar um trabalho por lá. – Pra capital? Mas por quê? – pergunta Inês sem entender. – Briguei de vez com meu pai! E agora é definitivo! – disse Victoriano. – Mas que briga foi essa, Victoriano? Victoriano pensou em não contar. Conhecia Inês, sabia que se lhe dissesse, sua amada poderia se sentir culpada. – Não se preocupe, Inês. Minha convivência com meu pai estava ficando insuportável mesmo. – Que você e seu pai não se dão bem, isso eu já sei. Mas uma briga dessas tem que ter um motivo. ... Foi por minha causa, não foi? – Não. Foi por causa dele! Ele e sua mania de se achar "dono e senhor da verdade", o "Oniciente" e "Onipotente" Don Evandro Santos! – Ele não concorda com o nosso casamento, não é? – Não me importa se ele concorda ou não! Não preciso do apoio dele pra nada! – disse Victoriano. – Ele ameaçou em não mais te apoiar? – Sim. Ele disse que se eu insistir em me casar com você, eu posso esquecer que tenho pai. – disse Inês. Inês se sentiu muito m*l. A última coisa que queria era prejudicar Victoriano. – O que foi, Inês? – Eu não queria te prejudicar, meu amor. Me perdoa. Por minha causa você perdeu tudo. – disse ela com uma pontinha de lágrima em seu olho. – O que é isso, mi morenita! – disse Victoriano. - Está enganada. Eu tenho você, e quem tem você, tem tudo. – disse ele abraçando sua amada. – Eu te amo demais, Victoriano. – E eu a você, Inês. ... E é por isso que quero que venha comigo. Inês ficou surpresa. – Quer que eu vá com você? – Sim, meu amor. Quero que fiquemos juntos pra sempre. – disse Victoriano. Inês amava Victoriano com todo o seu coração. O que ela mais queria era estar ao seu lado. Mas ela não podia simplesmente ir embora, fugir. Havia seu pai, sua irmã. Como eles ficariam? – Victoriano, eu não posso. Eu queria, Deus sabe o quanto eu queria deixar tudo pra trás e ir com você, eu te amo. Mas tem a minha família, eu... Eu não posso deixá-los. – disse Inês com um aperto em seu coração. Victoriano não pôde esconder sua tristeza. Mas sabia que Inês estava certa. Seu Emiliano não era como o seu pai. Ele era um homem bom, assim como a irmã de Inês era uma boa irmã. Seria muito egoísmo de Victoriano se ele pedisse a ela que abandonasse sua família. – Eu sei, mi morenita. E eu não quero deixá-la. – Mas você não vai deixar. O meu coração vai com você pra onde for. – E o meu vai ficar aqui com você, meu amor. – disse Victoriano abraçando sua amada. – E quando eu voltar, vamos nos casar, ficaremos bem juntinhos e nunca mais nos separaremos. – disse ele lhe dando um selinho. Eles se beijam apaixonadamente. Victoriano coloca sua mão na cintura de Inês e a outra em sua nuca, aprofundando ainda mais o beijo. Inês sentia um calor correr por todo o seu corpo, enquanto passava suas mãos em volta do pescoço de seu amado. Era um beijo intenso, exigente, temeroso, já que nenhum queria ficar longe um do outro. Os dois se afastam mas ficam com suas testas coladas uma na outra. – É melhor pararmos. - disse Victoriano. – Não quero que pense m*l de mim. Não te trouxe aqui com segundas intenções. – disse Victoriano com a voz ofegante. – Meu amor, eu nunca pensaria m*l de você. ...Eu te amo. E é por isso que eu tomei uma decisão. – Que decisão? – pergunta Victoriano. Inês olha nos olhos de Victoriano e começa a se despir. Por um momento, Victoriano a impede. – Espere, meu amor, - disse ele – Você tem certeza disso? Eu não estou te cobrando ou pressionando pra fazer nada. ... Eu não vou mentir, eu quero muito isso, mas somente se você quiser. Inês coloca a mão no rosto de Victoriano. – Eu nunca tive tanta certeza na minha vida, Victoriano. Eu te amo e confio em você. Sei que será gentil comigo, não é? – Vou te tratar como uma princesa. Minha princesa. – disse ele acariciando o rosto de sua amada. Victoriano começa a beijar o rosto, os lábios, o pescoço de Inês lentamente. Seus beijos vão se estendendo aos ombros de sua amada, onde ele vai tirando as alças do vestido dela com todo o cuidado. Inês também vai desabotoando a camisa de Victoriano, botão por botão, tocando em seu peito forte e sentindo a batida de seu coração que estava tão acelerado quanto o dela. Quando ambos estavam despidos Victoriano pôde contemplar a beleza natural de Inês. Cada curva de seu corpo. Ela ficou um pouco envergonhada por ele a estar olhando daquela forma. – Não fique com vergonha, mi morenita. – disse Victoriano colocando a mão na pontinha do queixo de Inês fazendo com que ela olhasse em seus olhos. – Você é linda, a mulher mais linda do mundo! Ele a pega em seus braços e começa a beijá-la. Ele a repousa delicadamente na baia. Inês não conseguia disfarçar seu nervosismo, mesmo tendo toda a certeza de seu amor por Victoriano e o dele por ela, o que eles estavam prestes a fazer mudaria a vida de ambos. Victoriano sente o nervosismo de sua amada e começa a acariciá-la com todo o amor do mundo, queria passar-lhe segurança, queria que aquela experiência fosse inesquecível. Ele a beija, um beijo que começa terno e depois torna-se intenso e cheio de paixão e desejo, ele começa a deslizar suas mãos pelo corpo de Inês que sente cada carícia dando pequenos gemidos. Victoriano olha bem no fundo dos olhos de Inês. – Está pronta, meu amor? – ele pergunta. – Sim... Estou pronta. – disse ela absolutamente segura. Victoriano, lentamente, começa a penetrá-la, centímetro por centímetro. Inês fecha os olhos e aperta os ombros de seu amado demonstrando estar sentindo dor. – Você está bem? – ele se preocupa ao ver uma lágrima rolar pelo rosto de Inês. – Eu estou bem. Estou feliz. – disse ela sorrindo. – Por favor, Victoriano, não pare. Me faça sua, é tudo o que mais quero. Ele atende ao desejo de sua amada e começa a mover-se. O que antes, para Inês, era uma sensação de desconforto, agora havia se transformado em um momento de amor e de prazer indescritível do qual nunca, jamais imaginou. Os movimentos de Victoriano tornam-se mais rápidos e vigorosos, estavam tomados pelo desejo. – Eu... Eu te amo, Victoriano... Te amo pra sempre! – disse Inês entre gemidos e espasmos. – E eu... A você, Inês! Pra sempre! Ambos chegam ao clímax do prazer e da entrega juntos. Inês estava exausta, logo dormiu nos braços de seu amado, enquanto este acariciava os cabelos dela. – Durma, mi morenita. Você me fez o homem mais feliz do mundo. Te amo, Inês. – disse Victoriano também adormecendo. Antes que o dia amanhecesse por completo, Victoriano leva Inês de volta para casa. – Vai se despedir de mim, mais tarde? – ele pergunta com sua testa colada na dela. – Queria que não precisasse haver uma despedida. – disse Inês com uma pontinha de tristeza. - Mas eu estarei lá. *** Mais tarde. Era o momento de partir. Mesmo com a insistência de sua mãe, Victoriano estava irredutível. – Filho, ainda dá tempo de desfazer essa loucura! – disse Dona Constança. – Mãe, me desculpe, eu te amo demais, mãezinha. ...Mas eu não vou voltar atrás. – Você e seu pai são iguaizinhos! Dois cabeças duras! – Mãe, a senhora é testemunha que eu não queria que as coisas terminassem desse jeito. Mas o papai... Quer dizer, Don Evandro não me deu outra escolha. – Espero que ambos não se arrependam dessa decisão. Victoriano olhava para os lados. Procurava por Inês. Ela disse que estaria lá. – Ela virá, meu filho, tenha paciência. Foi então que Victoriano escutou aquela voz chamar por ele. – Victoriano! – Inês! Os dois se abraçam forte, se beijam apaixonadamente, acariciam o rosto um do outro. – Pensei que não viesse. – disse Victoriano. – Não vou mentir, meu amor. Eu pensei em não vir. Não queria te ver indo embora. – disse Inês com lágrimas nos olhos. – Não fique assim, mi morenita, não chore. – disse Victoriano consolando-a. – São só alguns meses. Logo eu voltarei pra te buscar. Eu prometi que não desistiria de nós dois, não foi? Não vou desistir. – Eu te amo tanto, Victoriano. – disse Inês. – Nunca se esqueça disso. - E eu a você, Inês. Eles dão um último abraço e um beijo de despedida. Antes que Victoriano fosse embora, Inês tira sua medalhinha e entrega à ele. – Agora você vai levar um pedacinho de mim pra onde você for. – disse ela. Ele beija a medalhinha e coloca no pescoço. – Juro que nunca vou tirar. – disse Victoriano. Ele entra no trem, deixando um coração cheio de saudade para trás. _Prólogo de alguns acontecimentos_ Victoriano sempre dava um jeito de se cominicar com sua amada Inês, sempre lhe escrevia e ela lhe respondia. A saudade era grande. Um dia, aproximadamente três meses depois que seu amado partiu, Inês recebeu a melhor notícia de sua vida, porém também recebera a pior. Ela precisaria fazer uma escolha difícil, uma escolha da qual partiria seu coração em milhares de pedaços. Victoriano não recebia mais cartas de Inês. Passaram-se seis meses, e nada. Preocupado, ele resolve voltar à Guadalupe para saber notícias de sua amada. No entanto, o que ele encontra é somente o vazio. – Eu não entendo, mãe! – dizia ele inconsolável. – Como ela pôde ter ido embora assim?! Por quê?! – Meu filho, por favor, tente se acalmar! – implorava Dona Constança. – Me acalmar como, mãe?! A mulher que eu amo foi embora sem nenhuma explicação! Não me disse nada, não me deixou nem um bilhete! – disse Victoriano com lágrimas nos olhos. – Agora não adianta se lamentar! – disse Don Evandro, que não se compadeceu nem um pouco do sofrimento de seu filho. – Ela não te queria bem, como você pensava. Se não, por que teria ido embora? Victoriano não se conteve de ódio e segurou o seu pai pelo colarinho. – Seu maldito, infeliz! O que você fez, hein?! Tem o seu dedo nisso, não tem?! Fala! ... Onde ela está?! – Victoriano, largue ele! – dizia Dona Constança. – Ele é seu pai, meu filho! Por Deus! Atendendo aos apelos da mãe, Victoriano solta seu pai. – Não adianta vir querer descontar em mim, rapaz! – disse Don Evandro. – A verdade é uma só. A sua "querida Inês" não valeu o seu sacrifício! Ela nunca te amou! – Pare de tripudiar, Evandro! – exclama Dona Constança. – Não vê que o nosso filho está sofrendo?! De que é feito o seu coração, afina?! – Por quê, Inês?! Por quê? - dizia Victoriano em prantos enquanto segurava a medalhinha que Inês lhe dera. O que poderia ter acontecido para que Inês partisse? Qual motivo poderia ter sido tão forte, a ponto dela desistir de seu amor por Victoriano? FIM DA PRIMEIRA FASE!
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