Igor- Entre a Vingança e o Amor

Capítulo 6

Igor/Pierre

Acordei mais cedo que o costume, vou até o quarto do meu irmão e ele já está terminando de se arrumar.

— Caiu da cama hoje? Hum, todo arrumado, o que está acontecendo? Tem cheiro de garota nova.

— Cara na verdade não é uma garota, é a GAROTA, ela é linda, acho que estou apaixonado.

Encosto a mão nele e começou a bagunçar.

— Só deve estar com febre, o maior pegador da França, depois de mim é claro, pendurando a chuteira, algo deve estar errado!

— Nem sei se ela me daria uma chance, entretanto queria me aproximar, até como amigo se fosse possível.

— Fico feliz por você, e espero que esta garota veja o quanto você é especial.

— Fico feliz, espero que um dia alguém possa conquistar esse coração de gelo e fazer você desistir dessa história de vingança. Maninho, só quem irá sofrer é esta garota, filha do Gustavo, e também a Catarina, já que você a usa para chegar na amiga.

— A Cat, é uma garota fútil, ela só permanece ao meu lado por status, por isso vou me aproveitar dela ao máximo também, já que meu objetivo é a Helena Macenna. Os Macennas irão pagar por tudo que meus pais sofrerem, você não entende Ian, o papai morreu naquela cadeia fria por culpa do Gustavo.

— Não, Igor, o papai morreu por conta de todas as coisas erradas que ele fez. Ele tentou violentar a Ávila Macenna, por isso o Gustavo bateu nele ao ponto dele desmaiar. Você não entende, irmão, que o papai te manipulou a vida inteira, por conta dessa cena, que você assistiu.

— Eu não sei mais o que pensar. Vamos trabalhar e tentar ocupar minha mente. Sábado irei para Nova Iorque, a Catarina, não para de me ligar, preciso pôr um fim nesse relacionamento, de uma vez. Este fim de semana me aproximarei da Helena e assim não precisarei da Catarina.

— Saiu a campanha do dia dos namorados das roupas da mamãe, e Helena que fez as fotos.

— Jura que a baranguinha, mostrou a cara? Vamos no escritório, certeza que a mamãe irá nos mostrar — falo.

Seguimos para o escritório da nossa mãe e, como era esperado, estavam todos babando nas fotos da Helena e, mais uma vez, ela não mostra seu rosto. Porém em algumas roupas da coleção da Isa, mostram um pouco do corpo dela, e que corpo. Por um minuto me imaginei tirando aquelas peças de seu corpo, ela gemendo e se contorcendo de prazer.

Balanço minha cabeça afastando tais pensamentos e falo.

— As fotos estão lindas, mas eu preciso ir para a faculdade, tenho que ministrar aulas no primeiro horário. Não tenho o privilégio de ser amigo do Reitor, como certas pessoas — falo me dirigido ao Ian, que sorri em resposta e diz:

— Eu também vou, pois tenho um outro objetivo naquela faculdade.

Não entendo o porquê, entretanto um arrepio percorreu meu corpo, como se eu estivesse com ciúmes de alguém.

Me senti estranho, por um momento eu queria estar no lugar daquele rapaz. E sentimentos que antes eu não entendia, começaram a se encaixar em minha mente, eu nunca senti carinho de irmão pela Helena, eu sempre senti desejo, mesmo quando ela era apenas uma criança. E, essa vingança, eu já não sei se vale a pena ou não.

Sigo para faculdade, acompanhado do Ian, e quando chego na sala, onde seria minha primeira aula, o meu coração dispara ao ver aquela garota do primeiro dia, hoje descobrirei seu nome. Faço questão disso, quando coloco todo o material na mesa e me preparo para iniciar a aula, o meu irmão aparece na porta, como o i****a está apaixonado, trás um pequeno bouquet de rosas brancas em suas mãos.

— Com licença, professor Pierre, esse bouquet é para a senhorita Lena Dias, posso entregar?

Ele fala, com um sorriso, e aquele mesmo arrepio de mais cedo percorre novamente o meu corpo. Olho para ele e olho para a turma, procurando saber quem é Lena, embora todos meus medos tenham vindo à tona: e se for a mesma garota que quero para mim, como será? Nunca competimos antes, mas esta garota não sei, ela tem algo que me chama para ela.

— Entre, professor lan, e entregue o presente para a aluna — ele entra e seus olhos, quando encontram ela, brilham de uma forma que nunca vi, meu irmão ficar.

Um sorriso involuntário se forma nos lábios do meu irmão, quando ele chega próximo ao local em que a Lena estava sentada. E todos os meus medos, se tornaram reais em minha frente, meu semblante muda completamente. Porém, noto que ela recusa seu presente, educadamente.

Agora, é minha vez de sorrir, pois notei que ela não caiu na conversa fiada do meu irmão. Peço para ele sair, para que eu prossiga com a aula.

Assim que ele sai, meus olhos encontram os olhos dela e meu coração se aquece, pois vejo ela corar. Logo vejo que ela não é indiferente a mim. Inicio a aula e vejo que ela está atenta a tudo, pois sempre que pode, faz anotações. Depois de um tempo explicando a matéria, passo a lista de materiais que preciso para próxima aula.

A Lena levanta a mão, e me pede referências.

— Professor, onde posso encontrar esses materiais?

De imediato tive a ideia de levá-la até a loja.

— Sta. Lena Dias, após o horário da faculdade irei comprar alguns materiais, se quiser me acompanhar esteja à vontade.

— Se não for incomodá-lo, aceitarei, pois ainda não conheço alguns lugares aqui.

Não consigo entender, mas tenho a mesma sensação que tive quando vi as fotos da Helena hoje mais cedo:,a1 uma vontade de tê-la para mim.

Me despeço dela, e saio da sala o mais rápido que posso, fico contando os minutos para dar o horário.

Entro na sala dos professores e encontro o Ian conversando com a Kátia.

— Ian, eu sou louca pelo seu irmão. Depois que fiquei com ele, me apaixonei.

— Katia, o meu irmão é um pouco enrolado, ele tem uma namorada nos Estados Unidos. E te garanto que o que houve entre vocês foi casual, então se você tem alguma esperança, digo que esqueça.

— Exatamente — falo, entrando de uma vez. — Como meu irmão disse, eu tenho uma namorada e não pretendo terminar. Então, veja se esqueça o que aconteceu e siga sua vida.

Ela logo se assusta e tenta desconversar.

— Igor…

— Se refira a mim como Pierre, sabe muito bem que Igor é apenas para os amigos próximos e para família — olho para o Ian, e falo: — Maninho, vai no meu carro, a Isa mandou minha moto, pois ela vai precisar do meu carro e vou demorar um pouco para ir para casa então fala para mamãe que não se preocupe.

— Certo, então já estou indo.

Ele sai, junto com a Kátia e eu fico contando os minutos até sair com a Lena. Não sei o porquê estou tão ansioso para terminar as aulas e para poder sair com ela, protegê-la. Será possível amar duas pessoas diferentes? Porque tenho os mesmos sentimentos por ela e por Helena Macenna, vou enlouquecer se não entender o que estou sentindo.

Olho para o relógio e já está próximo das 11:30h da manhã, levanto ansioso e sigo para o estacionamento onde marquei de encontrá-la.

Depois de quase 15 minutos esperando, ela vem em minha direção, toda linda, e eu não consigo tirar meus olhos de sua direção, sem que meu coração dispare.