Vicente e Eloise
Mais uma vez estou aqui, desde que comecei a trabalhar para minha mãe e minhas tias como modelo, que comprei um apartamento. Não que eu queira sair de casa, amo minha família, mas eu amo alguém proibido. Meu pai e o meu tio Arthur não aceitam que eu namore a Eloise, por isso comprei este apê, é um lugar só nosso, porém está cada dia mais difícil esconder o que sentimos.
Depois de algum tempo esperando, escuto a porta abrir, ela já vem e se joga em meus braços, aqui é o nosso refúgio.
— Boa tarde, meu amor — ela fala.
— Quero ver se é boa agora, cadê o meu beijo? — Falo, com um sorriso travesso.
Ela coloca os braços sobre meu pescoço e me beija fervorosamente, um beijo que quebra todas as barreiras. Ao contrário do que minhas primas acham, eu respeito a Eloise, embora esteja quase enlouquecendo de vontade de tê-la por inteiro, depois que começamos a namorar, mesmo que escondido, não transei com mais ninguém, é difícil principalmente quando ela está assim deitada sobre mim.
Separamos do nosso beijo e ela deita sua cabeça em meu peito, esconde seu rosto e me fala:
— Vi… me faz sua…
Ela se cala, e eu fico por um instante processando essa informação.
— Tem certeza? — Pergunto ansioso, pois não quero forçá-la a nada. — Amor, você está preparada?
Ela confirma, ainda sem me olhar nos olhos, não sei o que aconteceu para a Eloise tomar esta decisão. Mas, se eu sei de uma coisa, é que a primeira vez dela não pode ser de qualquer jeito.
Vou fazer um teste com ela e dependendo de sua reação vou ter minhas respostas.
Começo a movimentar minhas mãos sobre seu corpo e, aos poucos, ela vai se arrepiando. À medida em que começo a acariciar ela mais intimamente, ela se retrai, então eu paro imediatamente e tento, mais uma vez, conversar com ela.
— Elo, me fala, porque você quer isso agora?
Ela começa um choro silencioso, e por fim ela começa a falar.
— Vi, eu escutei uma conversa do meu pai com a minha mãe e ele quer que eu volte para Madrid, junto com eles, por causa que estamos próximos. Ele falou que eu não posso namorar você, que você irá fazer comigo o que o tio Sam fez com a tia Mel e que a única coisa que faria com que eu ficasse aqui, era se você já tivesse me feito sua mulher, por isso quero, que me faça sua — ela fala as últimas palavras quase em um sussurro, de tão inaudível.
Olho em seus olhos e falo:
— Amor, eu só vou tocar em você quando estiver pronta, e não será de qualquer jeito. Você merece que sua primeira vez seja do jeito que você sonha, com amor e muito carinho, quero que seja especial e que fique marcado em nossas vidas.
— Vi, você não me deseja?
— Elo, vem cá — peço que ela levante e pego sua mão, colocando-a sobre o meu m****o. — Sentiu isso? É como eu fico todas as vezes que nos encontramos, depois que você vai embora fico muito tempo embaixo de um chuveiro frio, tentando me acalmar. E você me pergunta se eu não te desejo? Não só te desejo, como eu te amo, amo muito e a prova disso é que amanhã irei conversar com o tio Arthur.
— Vi, o papai está irredutível, ele não aceita nosso amor, e fala coisas horríveis do tio Sam.
— Ei, vem cá — sento ela em meu colo. — A história dos nossos pais é complicada, mas dará tudo certo e quando chegar o momento certo, vou ter o prazer de te fazer minha.
Começo a beijá-la e ela solta um gemido baixo, o que deixa meu amigo aqui embaixo ainda mais duro, o pior é quando ela começa a rebolar involuntariamente.
— Amor, é melhor você sair do meu colo ou não vou me segurar.
Ela baixa seus olhos, envergonhada, e sai do meu colo, sentando-se ao meu lado.
Passamos um tempo entre carícias e quando vou até a cozinha preparar um lanche para nós dois. O interfone toca e atendo, para saber que o tio Arthur e o meu pai estão na recepção e querem subir, tenho então a louca ideia de fazer eles pensarem que tivemos algo.
Vou até a sala e explico minha ideia para Eloise, que aceita de prontidão.
— Amor, nossos pais estão aí embaixo e, por mais que falemos a verdade, eles não irão acreditar. Então faremos com que eles acreditem no que querem — respiro fundo e continuo. — Vá para o quarto e finja estar dormindo, que eu atendo os dois.
Ela confirma e segue para o quarto. Espere um instante e libere a entrada dos dois.
Quando o tio Arthur entra, está claramente nervoso e, pela cara do meu pai, tenho certeza que eles discutiram.
— Cadê a minha filha, seu desgraçado? — Pergunta o tio Arthur, já me dando um soco.
— Ela chegou cansada e está dormindo, vim fazer um lanche para poder acordá-la — falo tranquilo.
— Você é um desgraçado nem n**a que ela está aqui! Logo você que eu amava como um filho, me apunhalou pelas costas!
Meu pai abre a boca apenas para piorar a situação.
— Ah, Arthur, você o amava como filho, então ele está apenas cuidando da irmã.
Tenho vontade de rir do comentário do meu pai, mas acredito que não é uma boa ideia.
— Vocês poderiam se acalmar, para não acordar a Elo.
— Porque você está sem camisa? — Pergunta o tio Arthur, só então percebendo este detalhe.
— Tio, estou em casa, gosto de ficar à vontade.
— Eu vou te quebrar, garoto — ele avança em minha direção, meu pai tenta segurá-lo, mas o que faz ele paralisar é a voz da Eloise quando diz:
— Não machuca o Vicente, papai. Se o senhor encostar uma mão nele, eu jamais lhe perdoarei.
Ele fica nos observando por uns instantes e fala:
— Filha, o que você está fazendo aqui? Porque mentiu para nós?
— Pai, tio Sam, vamos sentar que eu e o Vi, vamos falar a verdade. Se vocês não acreditarem, não podemos fazer nada.
Ela me olha, como se buscasse apoio, e eu confirmo para que ela prossiga.
— Vim procurar o Vicente, hoje com um objetivo, me entregar para ele — ela fala e baixa o olhar.
Então eu continuo.
— Porém quando ela me falou que iria se entregar a mim, porque escutou o tio Arthur falando para tia Ester que a única forma de nos separamos era levando ela para Madrid, e que só não nos separaria se a Elo fosse minha mulher, então eu vi que não era a forma correta de torná-la minha — olho para o tio Arthur e falo: — Tudo que mais quero, desde que estamos juntos, é que a Eloise seja minha mulher, porém a quero sem pressão e jamais faria isso sem a permissão dela.
— Vejo que você é um homem honrado, diferente do seu pai, que é um covarde…
— Arthur, se eu fosse você não mexeria, novamente no passado — fala meu pai, interrompendo o tio Arthur.
Sei que existe algo muito grave na história dos meus pais, só não faço ideia do que seja, pois o passado, pelo que pude ver nas palavras do meu pai ao meu tio, é assunto proibido.