Prefácio

1539 Words
Eles formam o Clube Secreto dos Reis, só que eu não sou um Rei. Eu sou uma rainha. Melodie Calderone Um ano atrás. Nasci na máfia, não escolhi ser essa pessoa, o meu caminho foi traçado antes de eu nascer. O meu pai é um Rei, um Capo e o cara durão desta família. Eu deveria ser um menino, o filho mais precioso, mas, em vez disso, sou a herdeira da maldição da família. Uma filha, uma mulher sanguinária que não tem lugar no seu clube. Mas meu pai não acredita nisso e me criou como um filho. Ele me ensinou tudo que eu precisava saber para ocupar o seu lugar à mesa com os Reis. O único problema é que não me aceitam porque não tenho pê*nis. O mundo não é justo com as mulheres, especialmente mulheres como eu. — Bambina. O meu pai só usa esse termo carinhoso comigo quando algo dá errado, é nosso código secreto. Ele entra no escritório que compartilhamos com as mãos nos bolsos do terno, parecendo cansado e atormentado. — Pai. Cumprimento ele e fecho o notebook. Obviamente, ele tem algo que precisa falar e isso não é bom. — O que há de errado? Ele parece preocupado enquanto se senta na sua cadeira de couro favorita. Ele cruza os braços e faço um gesto para que o meu segurança feche a porta. — Recebi algumas ameaças. Ele diz. O meu estômago dá um nó. Já esperávamos algumas represálias quando as pessoas descobrissem. Que eu estava no comando de tudo. — Nós vamos ter que fingir que ainda estou no comando, mesmo que eu esteja feliz por você estar no comando. Alguns expressaram a sua desaprovação e estou preocupado que não seja seguro para você. Sabíamos que isso poderia acontecer, mas eu só esperava que, se fizesse um bom trabalho, eles não se importassem com o fato de eu ser mulher. — Quem fez as ameaças? Exijo saber. — Se ele tivesse a coragem necessária, viria aqui e falaria na minha cara para que eu colocasse uma bala entre os olhos dele. Digo com raiva batendo com a mão na velha escrivaninha. Eu tinha acabado de assumir o comando e fomos muito discretos com essa informação, poucos sabiam. No entanto, alguns dos policiais sob a minha responsabilidade, não gostaram que uma mulher dissesse o que fazer e quem matar. — Sinto cheiro de rato. Digo a meu pai, tentando não descarregar a minha raiva nele. — Eu também acho, acho que isso foi iniciado por alguém sob este teto. Mas isso não muda nada, Bambina. Há quem esteja descontente e devemos ser cautelosos. É isso que proponho que façamos. Ele se levanta e anda pelo escritório, os seus sapatos estalando no chão de mármore polido. — Eu continuarei a ser o duro da família, só para que fiquem satisfeitos e não faltem o respeito com você, e você vai comandar as coisas nos bastidores. Odeio esse plano, quero ser o chefe e também mereço. Eles devem me respeitar, mas não, porque sou mulher. Então fo*da-se todo mundo. — Eu não concordo. Digo, sentando-me novamente. — Este é o meu lugar e tenho que me esconder só porque o ego deles não suporta uma mulher fazendo o trabalho melhor do que eles. Os negócios nunca foram tão bons até eu assumir. Você sabe que é assim. Ele sorri para mim com orgulho, porque o meu pai me ensinou tudo que eu preciso para ser um chefe melhor, até do que ele. — Vamos jogar pelo seguro por enquanto. Ele me diz. — Guido e eu vamos nos reunir com o pessoal da segurança e nos certificar de que temos todas as situações possíveis cobertas. Se tivermos que correr, Bambina, você corre, caramba. Sem ser a heroína. Quão sérias são essas ameaças se ele está falando sobre fugir? — Só os homens agem como idio*tas e tentam bancar os heróis. Eu sou melhor do que isso. Eu assobio para ele. — Você sabe que eu nunca arriscaria a minha vida ou a sua. — Isso é ridículo. Por que não podemos ir à casa do rei agora? Estou impaciente, não quero esperar para sempre pelo que deveria ser meu. — Não é hora, Melodie, você tem que aprender a esperar pelas coisas que mais deseja. Já tive que aprender a matar pelo que quero e a roubar também. Odeio esperar. — Esses homens não vão mudar anos de tradição da noite para o dia. Eles me matariam por quebrar o Omertà. O estú*pido código de silêncio de que ele nunca deveria ter dito nada para mim porque sou mulher. Mas se fosse um filho, eles teriam me dado uma arma no meu aniversário e uma prosti*tuta nos meus quinze anos. A vida não é justa, mas não será assim para sempre. Vou provar a todos que sou melhor que qualquer Rei... *** Eles formam o Clube Secreto dos Reis, só que o meu destino não é ser um Rei, porque tudo que eu sempre serei é o Príncipe da Morte. Vito Manzella UM ANO ATRÁS Fizemos um acordo com os Calderones. Meu pai anuncia, quando estamos todos sentados à mesa, e ele está mais feliz do que de costume. É bom para o nosso negócio, uma aliança como essa vai nos ajudar a manter o apoio dos Reis. Ele se preocupa muito com as aparências diante desse grupo irrelevante de anciãos que se recusa a mudar em relação ao mundo ao seu redor. Sento e escuto, porque o meu papel nesta família não é me envolver. Tenho um trabalho específico e, fora isso, não me importa que tipo de acordo o meu pai e o meu irmão Marco façam. Estou encarregado de remover ameaças, matar inimigos e fazer as pessoas desaparecerem. Esse é o meu trabalho, não me importo com mais nada. Essa família mora a milhares de quilômetros de distância, em outro continente, e eles não têm nada que eu possa desejar. — Capo Calderone já está velho e não tem herdeiro. Uma aliança significaria uma fusão para nós no futuro. Ele continua falando e eu me desligo, os meus pensamentos vagando para o trabalho que planejei para mais tarde. Os cartéis estão ultrapassando os limites e entrando no negócio da Cosa Nostra. Eles aprenderão... pelo caminho sangrento. Se não forem capazes de ouvir, sofrerão, e se ainda não entenderem, morrerão. É simples, não há lugar para o dinheiro sujo das drogas no nosso território. O nosso negócio não é tão sujo quanto o deles, chantagem e tráfico de drogas são muito diferentes. A única maneira de sobreviver é me convencendo de que os nossos crimes não são tão ruins quanto os de outra pessoa. O que é meio difícil quando você é um assassino. Um fantasma no escuro que mata implacavelmente sem nenhum remorso. A questão é que ninguém entra na minha lista sem ter feito algo para merecer. Não mato inocentes, mato traidores, vilões e seres malignos que caminham entre nós. O meu pai se deita, a sua conversa encerrada durante a noite. — El Capo tem uma filha e pode ser um bom par para Marco. Diz ele, servindo- se do jantar. — Você se lembra dela, eles passaram um verão aqui quando ainda eram crianças. Ele me diz e começo a me lembrar das visitas durante o verão. Eu não me lembrava de nenhum. — Você foi à praia com ela, a sua mãe e Estelle. Ele para de falar depois dizendo o nome da minha irmã em voz alta. Agora eu me lembro dela. Era diferente, bonita, mas não era açúcar nem sal, nem nada do tipo. — Melodie. Digo o nome dela, enquanto as lembranças voltam, porque eu tenho bloqueado a maior parte do tempo antes de Estelle morrer. É muito doloroso vê-la mesmo nos meus pensamentos. — Foi diferente. Eu digo e rio, capturando a expressão de Marco, quem ela havia deixado ele completamente louco naquelas férias. Ela o seguia como uma sombra e copiava tudo o que ele fazia, mesmo ele sendo muito mais velho do que aquela garotinha fofa de cinco anos. Ela ficou fascinada por ele, mas ele quis estrangulá-la. — Ela era o ma*ldito d***o. Diz Marco. — Não quero casar com ela, Vito pode ficar com ela. Sou apenas o filho do meio, nenhum Capo me daria sua princesa mais preciosa. Não sou nada e gosto disso. É melhor ser o fantasma do que ser o centro das atenções. — Eu gostaria, mas não sou o primeiro na fila para ocupar o lugar com os reis e o dia*binho, senhorita Calderone, vai se casar com um rei. Que sorte você tem, irmão mais velho. Começamos a discutir e o meu pai enlouquece. — Chega! O meu pai ruge. — Nenhum de vocês dois, idi*otas, merece uma mulher, vocês têm que se controlar por um m*aldito tempo. Um homem é tão forte quanto a família que tem em casa para cuidar dele. Vocês teriam que se sentir muito sortudos se ele desse a qualquer um de vocês. — Eu não faria isso. Eu digo . Eu certamente nunca deixaria um homem como Marco abordar a nossa irmã se ela ainda estivesse aqui.
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