— É que não sou como uma garota, em muitos aspectos. Elas não sabem o que é bom para elas, então todos passam fome. Em vez disso, gosto de comida, boa comida. Vito ri e limpa os balcões da cozinha.
Eu o vejo olhar para as janelas e verificar as portas. Já faz um tempo desde que o pessoal da segurança bateu na porta e ainda não nos deram sinal verde. Nós dois provavelmente pensamos a mesma coisa, mas nenhum de nós quer dizer isso.
Eu o ajudo a arrumar e nos sentamos no sofá.
Há um velho maço de cartas e Vito me pergunta: — Você quer jogar?
— Você vai trapacear? Eu zombo e rio.
— Não, eu não vou trapacear se você não fizer isso. Ele está tentando me distrair.
Eu não sou estú*úpida, ele também está preocupado.
Eu posso ver as linhas que estão na sua testa. Vito dá as cartas e cobre as dele para eu não ver. Somos cortados do mesmo padrão, ele e eu, e não vou me deixar vencer, porque ambos gostamos de competir.
Estou a um round de distância dele quando uma batida forte na porta me faz pular, caindo no seu colo. Estou nervosa e foi uma reação. Eu não controlo o meu corpo e Vito apenas me abraça e olha nos meus olhos.
Me sinto como uma id*iota. Então, rapidamente, eu me livro dele. Ele se dirige para a porta.
— Sim. Ele diz.
— Tudo limpo, senhor. Era só um gado da fazenda vizinha. Tudo está de volta como deveria. Solto um suspiro profundo que apaga o medo.
Graças a Deus!
— Obrigado. Diz Vito, mas ele ainda parece preocupado. Como se não acreditasse, ele verifica novamente a fechadura da porta e volta ao nosso jogo.
— Você acha que tudo está realmente bem? Eu pergunto a ele.
Estou convencida de que nenhum lugar é absolutamente seguro.
— Nós vamos ficar bem, Melodie. Ele responde. Eu realmente gostaria de poder acreditar nisso.
— Eu também achava que estávamos bem na casa da família, mas quase fui sequestrado e o meu pai continua lutando pela vida. Portanto, perdoe-me se não acredito plenamente que ficaremos bem. Não sei se algum dia ficarei bem de novo, principalmente se o meu pai não sobreviver.
Afasto totalmente essa ideia e tento vencer Vito nas cartas. Sei que não há chance de ele me deixar vencer, então preciso ser mais esperta que ele.
Nós lutamos um contra o outro por horas, nenhum de nós disposto a ceder uma polegada. O sol já se pôs há muito tempo e há um silêncio sinistro que me deixa nervosa.
Escondendo um bocejo. Eu sei que tenho que tentar dormir um pouco.
— O último jogo? Eu pergunto, enquanto Vito distribui as cartas. — Porque estou exausta.
— O perdedor faz o café da manhã? Ele diz e eu rio.
— É melhor você perder nesse caso. A minha aula de culinária foi uma falha épica e não vou tentar novamente. Se eu tiver que fazer o café da manhã, será café e os biscoitos que estiverem na despensa. E talvez uma maçã.
Vito joga as cartas fora e diz:
— Melhor não arriscar. Eu vou cozinhar. Vamos para a cama.
Eu o observo verificar todas as portas, janelas e fechaduras antes de ter certeza de que o meu quarto é um lugar seguro. Só então ele vai para a cama, a porta range, mas ele não a fecha totalmente. Acho que nós dois estamos em alerta máximo.
Mesmo exausta, não consigo dormir. Vou para a cama ouvindo cada som. Ouço as cabras e, ao longe, uma vaca. Algo assusta as galinhas e há movimento lá fora. Eu me levanto e abro a persiana, mas está escuro demais para ver qualquer coisa. Os animais se acalmam e eu volto para debaixo das cobertas.
Em vez de dormir, repasso as minhas conversas com Vito várias vezes.
No final, não somos tão diferentes. Se as circunstâncias não fossem essas, poderíamos até ser amigos. Ele não é como o seu pai ou o seu irmão Marco.
Vito pensa o mesmo que eu. Fora das regras estritas e rígidas que estão ultrapassadas há décadas. Gosto que esteja aberto a mudanças, mas que continue a respeitar algumas tradições.
Há um grande estrondo do lado de fora da minha janela. Per, desta vez eu não espio, mas lentamente saio do meu quarto e entro no quarto do Vitor. O som não o acordou, ele adormeceu, com a arma na mão, um braço sobre o rosto.
Não quero acordar ele só por causa do barulho, não sou uma menina. Então eu apenas fico lá pensando no que fazer, porque também não quero ficar sozinha no meu quarto. O barulho que ouvi era muito próximo.
Olhando ao redor do quarto, deslizo para a cama de Vito sem incomodá-lo. Deito- me de lado, fecho os olhos e relaxo. É mais fácil dormir quando não estou sozinha.
Eu me deixo apanhar e durmo como se tivesse sido drogada de novo.
Sonhos sombrios me perseguem e não consigo escapar do que me assombra. Não importa o quão rápido eu corra, não é o suficiente. Não olho para onde estou indo, mas preciso escapar. Eles estão chegando. Estou em menor número, então mergulho na escuridão total, perdendo o equilíbrio e caindo.
Eu acordo assustado enquanto caio no chão durante o sono. Não consigo me mexer e percebo que Vito está com o braço em volta de mim. Este não é o lugar onde eu deveria estar, mas não há saída, então fecho os olhos e finjo estar dormindo.
Vito
Melodie se acomodou no meu quarto em algum momento durante a noite, mas se eu dissesse que ela fez isso porque estava com medo, ela me mataria. Algo a deixou assustada o suficiente para me procurar. A princípio quis acordá-la e mandá-la de volta para o quarto, mas ela estava tendo pesadelos. Ele estava se revirando enquanto dormia, resmungando, e até acordou de repente. Mas em vez de fazer o que deveria ter feito, acordá-la, puxei-a para perto de mim e segurei-a até que ela caiu num sono profundo.
Os seus braços relaxaram e o seu corpo arqueou nas curvas do meu, como se ela tivesse sido feita para caber ali. Isso parecia inofensivo, mas depois de vê-la no chuveiro, ter o seu corpo pressionado contra o meu tornou-se um problema.
Difícil de suportar, muito difícil. Por mais que eu esteja gostando de ter a sua bun*da encostada no meu tes*ão matinal, duvido que ela sinta o mesmo. Melodie pode entender errado, e eu não preciso que ela pense que qualquer outra coisa aconteceu além de ela dormir ao meu lado. Gentilmente separando o meu corpo do dela, saio pelo meu lado da cama. Preciso de um banho frio ou algo assim para fazer o meu p*au se comportar. Não posso passar o dia todo com ela com uma t***o gigantesco. Já é bastante desconfortável ficar presa ao lado dela.
A estú*pida porta do banheiro não fecha totalmente, o que é metade da razão pela qual estou tão animado agora, por assistir Melodie no chuveiro. Eu sei que foi errado, mas não pude evitar. A tentação tomou conta de mim e, assim que a vi, não consegui tirar os olhos dela.
Tento forçar a porta, mas sei que não vai fechar totalmente. Então eu tiro as minhas calças de dormir e ligo o chuveiro. Essa mulher entrou na minha cabeça, e tudo que ela faz me atrai. Acho que a abstinência s****l de estar confinado aqui está me afetando. Se eu satisfizesse as minhas necessidades, me sentiria melhor e não ficaria tão nervoso. Estou andando por este lugar com uma arma carregada nas calças e isso é muito perigoso.
Sob a corrente de água eu fecho os meus olhos e ensaboo o meu corpo. Não consigo pensar em nada além dela. Por mais que eu tente, é como se eu ainda pudesse sentir o seu corpo junto ao meu. Com a mão ensaboada pego o meu pa*u e começo a massagea-ló devagar, para cima e para baixo. Um rolo de imagens de Melodie passa pela minha mente enquanto imagino o que teria acontecido esta manhã se ela não estivesse completamente fora dos limites.
Se não fosse por ela, as coisas não teriam terminado comigo apenas num banho. Normalmente não preciso de ajuda neste tipo de situação, porque nunca me faltou mulher na minha vida.
Qualquer outra mulher que tivesse me acordado com a sua linda bun*da descansando no meu pa*u iria acordar com ele enterrado profundamente dentro dela e estaria gemendo meu nome no seu travesseiro. O mero pensamento do meu nome saindo da sua boca assim é o suficiente para me fazer explodir. Eu go*zo forte, o meu corpo estremecendo, alívio vindo instantaneamente. Cada músculo se contraí e relaxa em seguida.
Quando me viro e abro os olhos, Melodie está parada no meio do banheiro. Há um sorriso provocador no seu rosto. Ela está gostando desse pequeno show, da mesma forma que eu gostei de vê-la.
— Saia. Eu digo a ela, virando-me para a parede para que ele não possa me ver.
— Não precisa se virar, eu já vi de tudo. Ela ri, mas não mexe um músculo para sair.
— Melodie, vá embora. Eu digo a ela mais alto agora.
Ela é como uma menina, ela nunca escuta.
— Entrar parece muito mais divertido para mim. Ela diz. Eu sei que tenho que parar com isso agora mesmo.
Quando olho para trás, ela já está seminua. Eu não pensei que ela estava falando sério, pensei que ele estava apenas brincando.
Meu Deus!
Assim que Melodie entra, eu saio do chuveiro. Esta é uma má ideia. Terrível, hediondo, vai me matar.
— Você está louca? Eu pergunto.
— Parece que você gosta de me abraçar enquanto durmo. Ela pisca para mim.
Caramba, ela é má.
— Eu estava dormindo e você estava na minha cama! Eu lembro ela. — Não posso fazer nada com você. Você perdeu a cabeça, Melodie? Eles iriam me matar pelo mero ato de tocar em você, eu levaria um tiro. A família dela e a minha não tolerariam isso.
— Covarde. Ela zomba e pula na água.