Depoimento de Carol

484 Words
Carol ainda chorava quando se sentou de frente para William. Sua baixa estatura revelava o quanto era frágil. — Tente se acalmar, preciso que me responda algumas perguntas. Ela balançou a cabeça positivamente, mas nada de sua voz sair. — Seu nome completo? — Carolina Lopes de Oliveira, senhor. O detetive a abordou de forma mais objetiva e, decidiu perguntar sobre a movimentação na sala de Lúcia. — Conte sobre o que ouviu na sala de sua amiga Lúcia, por favor. Caramba, como assim? Como sabe que eu ouvi? — Eu... — começou ela. Devo mentir? — Bom, não ouvi nada de demais... Só... — Só? — William cruzou os braços e se apoiou na mesa. — Peço que me fale exatamente o que ouviu. Estou juntando informações e preciso da verdade, pois há um assassino solto agora mesmo, e é minha função capturá-lo. Colabore. E garanto-lhe, se você for inocente, não será prejudicada em nada neste caso. Ela se viu sem saída, e achou melhor contar os detalhes. Tentou se recompor e enxugou as lágrimas do rosto.  — Bom, eu estava atenta a qualquer coisa, pois adoro jogos desse tipo. Pensei comigo: “se eu prestar atenção nas portas que abrem e fecham, posso chegar a uma conclusão”. O que eu ouvi, sr. William, foi a porta da sala de Lúcia batendo bem de leve. Fechando. E ouvi algo sendo arrastado, não sei dizer com clareza o que era, foi bem rápido. — Então quer dizer que a senhorita ouviu o arrastar de algum objeto? — Pareceu ser uma carteira – disse ela. — Fora isso, mais algum ruído? — Não, senhor. Não n**o que fiquei curiosa depois disso, mas não foi possível ouvir mais nada além da porta se fechando suavemente. — Ela baixou a cabeça e passou os dedos nas bolsas dos olhos. — Sabe me dizer quem era o Assassino? — Não sei, senhor. Paramos de jogar no exato momento em que soubemos... — Ela deu um soluço, mas conseguiu terminar a frase: — ... que Juliet havia morrido. — Entendo — disse o detetive, descruzando os braços e anotando as informações. — Algo a acrescentar sobre a movimentação na sala de Lúcia? — Não. William já tinha notado que os tênis da garota eram cor-de-rosa, por isso achou desnecessário perguntar. Solicitou, de forma resumida, que ela descrevesse a saída da mansão, a chegada à faculdade, as regras do jogo e o que mais pudesse lhe trazer informações úteis. Carol contou praticamente a mesma coisa que os demais. Também não se sentira seguida, e garantiu que ninguém sabia que estavam indo à faculdade. William tomou nota de tudo e a liberou. — Chame a sua amiga Lúcia. Creio que o depoimento dela seja importante. Meu Deus, no que será que Lúcia se meteu? — Está bem — disse ela, intrigada com o que a amiga poderia ter feito.

Great novels start here

Download by scanning the QR code to get countless free stories and daily updated books

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD