Aquela noite foi um divisor de águas. O olhar de Rafael, mesmo distante, parecia ter me atravessado. Não sei se era paranoia, mas senti que ele havia percebido minha presença, que sabia que eu estava ali, seguindo-o. Isso não me fez recuar; pelo contrário, me deu mais determinação. Eu precisava agir antes que ele fizesse algo para me afastar de Leila. Minha mente trabalhava em cenários e possibilidades. Fui tomado por uma mistura de ciúme e desespero. Precisava de algo mais direto, algo que mostrasse a Rafael que ele não poderia simplesmente continuar com Leila como se eu não existisse. Decidi confrontá-lo de uma vez por todas, mas de forma calculada, sem que ele pudesse ligar minha identidade às ameaças. Minha posição como delegado me dava ferramentas para planejar isso com precisão, mas

