Depois que Amanda saiu, a sala ficou em silêncio por alguns segundos. Até que Leo, com a sutileza de um caminhão desgovernado, soltou: — Cara… a gente tá tão ferrado que nem precisa de prego no caixão. Só fecha a tampa e joga terra em cima. Leila franziu a testa. — Como assim “ferrado”? Leo arregalou os olhos, percebendo que tinha falado demais. — Ah… ferrado no sentido… figurado. Coisa de empresário, né? Mercado instável, contratos arriscados, essas coisas. Leila cruzou os braços. — E desde quando você entende de mercado, Leonardo? — Desde que comecei a vender apartamento para gente que tem dinheiro pra comprar ilha particular. Eu entendo muito, tá? — Você uma vez vendeu um apartamento dizendo que o armário embutido era um "bunker particular". — E? O cara comprou, não comprou?

