A noite parecia estar se estendendo indefinidamente, como se o tempo tivesse desacelerado só para nos prender ali, um no outro. Amanda estava deitada ao meu lado, seu corpo parcialmente coberto pelo lençol macio, enquanto seus dedos traçavam desenhos invisíveis no meu peito.
Eu a observava no escuro. A luz fraca do abajur acentuava as curvas suaves do seu rosto, o brilho azul dos olhos que pareciam sempre frios e inatingíveis para os outros, mas que agora estavam cheios de algo mais... algo que eu não sabia nomear.
Eu não me sentia assim há muito tempo.
A verdade era que eu nem me lembrava de quando foi a última vez que me permiti simplesmente existir ao lado de alguém sem precisar fingir nada. Sem precisar esconder partes de mim, sem ter que ser uma versão mais aceitável para não afast
