Aquela noite parecia se estender para além do tempo, como se o universo tivesse decidido pausá-la só para que cada palavra, cada respiração e cada olhar tivessem um peso ainda maior. O relógio na parede marcava horas que pareciam irreais, como se o tempo estivesse dobrado dentro daquele apartamento.
O mundo lá fora existia, sim, mas não importava. Naquela noite, só havia eu e Amanda.
Tantas verdades haviam sido ditas que o ar parecia carregado, denso, como se fosse difícil respirá-lo. Amanda, a mulher que sempre pareceu intocável, fria, invencível, tinha se aberto para mim como nunca antes. Eu a vi chorar, vi sua dor estampada em cada palavra, em cada lembrança que ela desenterrou. Pela primeira vez, Amanda não era apenas a mulher poderosa que todos viam — ela era humana, ferida, tão sol
