Passaram-se alguns dias desde o jantar, e, mesmo me forçando a voltar ao trabalho, não conseguia deixar de pensar em Leila. A lembrança de sua ausência se fixava em minha mente como uma cicatriz que, apesar do tempo, nunca se curava completamente. Eu sabia que ela morava no apartamento ao lado do meu, era um fato simples que, até então, nunca me fez refletir profundamente sobre a proximidade de nossas vidas. Mas agora, me peguei observando aquele apartamento vazio, ou pelo menos, aparentemente vazio. Desde a noite em que ela se levantou do jantar e foi embora, eu não a vi mais. Nenhuma mensagem, nenhum telefonema, e a minha curiosidade, que já estava sufocada pela dor da rejeição, agora se transformava em algo mais sombrio: preocupação. Como poderia alguém desaparecer assim? Eu morava tão

