O tempo passou, lento e tortuoso. As buscas por Rodrigo esfriaram gradualmente. A família, antes tão presente e insistente, começou a se resignar à ideia de que talvez nunca mais o veriam. A polícia, sem pistas concretas, sem corpo, sem nenhuma evidência palpável, chegou a um beco sem saída. Com o passar dos meses, a vida parecia voltar ao normal. Leila e eu continuamos nosso relacionamento, tentando reconstruir a normalidade em meio ao turbilhão que havíamos vivido. Ela ainda falava de Rodrigo às vezes, com uma tristeza melancólica na voz. Eu a ouvia em silêncio, sentindo o peso da minha culpa a cada palavra. Mas o passado sempre encontra uma maneira de retornar. Um dia, recebi uma ligação de um número desconhecido. Hesitei por um instante antes de atender. "Alô?", respondi. "Delegado

