Os dias que se seguiram foram um inferno. A polícia continuava me pressionando, tentando encontrar alguma falha no meu depoimento. Amigos de Hugo surgiam do nada, contando histórias que me colocavam como o vilão. Na Aurora, alguns me olhavam de lado, cochichavam quando eu passava. E Leila… Ela era o pior de tudo. Toda vez que eu a via na Aurora, meu peito apertava. Ela evitava meu olhar, desviava o caminho quando me via, como se eu fosse um desconhecido — ou pior, como se eu fosse um monstro. Eu queria gritar com ela, fazê-la me ouvir, me entender. Mas eu sabia que qualquer coisa que eu dissesse agora soaria como desculpa. E Amanda? Ela continuava ali, rondando, esperando o momento de me cutucar mais um pouco. Mas minha paciência com ela já tinha se esgotado. Cada vez que ela abria a

