Um Coração que Sangra

1612 Words
Petra estava diferente; aquela menina submissa e triste dava lugar a uma mulher enigmática, justa e forte em todos os sentidos. Seu coração pertencia ao Leif, mas sua insignificância em tratar dos assuntos referentes ao fim das guerras a deixava em dúvida se deveria cultivar esse amor. Pensar muitas vezes enviar ao reino de Ásbjorn uma mensagem ao velho pai,ela o amava mesmo após ter sido enviada aos lobos de Áxteron, mas certamente ele sequer leria a mensagem. Além do mais, isso a condenaria por traição: Leif não a perdoaria. Com o passar dos dias, a Sacerdotisa Irsa retorna ao reino. Ela está decidida a derrotar Petra de uma vez. Assim que pudesse as mãos na prova da traição da filha de Ásbjorn, ela a escoltaria pessoalmente ao bispo Duprê para sua prisão. Tudo estaria sob controle. —Jovem Rainha, vejo que já está de pé tão cedo, o sol ainda não raiou. —Onde estava todo esse tempo Irsa? Não a vi nas redondezas. —Informei ao Rei ao meu destino, jovem rainha. —Mas ainda não respondeu para mim. Diga, onde esteve?? —Estive cumprindo deveres sacerdotais para garantir a ordem e proteção ao reino. —Quem garante a ordem e proteção ao reino são as estratégias bem sucedidas Sacerdotisa. Não seus deuses trevosos. —O que há jovem Rainha? Está tão amarga, dura nas suas convicções. Afinal, sua mãe era uma Elfa, ela também cultuava divindades. —Lave a sua boca ao referir-se a Elim. Minha mãe é uma Elfa. Só está num estado transitório; não se engane Irsa! Minha mãe jamais se aliou as trevas. Com licença, essa conversa não chegará a lugar algum. —Pois não senhora. Também me retiro. Vou ao encontro do Rei que me aguarda.- Irsa sai envenenada pelo próprio ódio; Petra segue para encontrar com Vinnie e alguns guerreiros, eles fariam uma escalada através da cachoeira da caveira, poucos homens conseguiram chegar ao topo sem perder a vida. Petra estava a cada dia se superando. Leif não sabia disso, ele jamais permitiria que sua esposa corresse risco desnecessário, mas Petra sabia que aquela passagem seria de grande valor se fora conquistada. Haveria de conseguir chegar em cima em segurança e poder garantir uma visão completa dos inimigos num momento de guerra, desde o alto da cachoeira, ela e mais alguns guerreiros poderiam eliminar com suas flechas em chamas milhares de inimigos sem serem pegos; Petra tinha visão de líder apesar de ser uma jovem mulher. — Leür, onde está Vinnie?-Leif pergunta a um dos guerreiros de sua confiança. —Meu Rei, Vinnie saiu antes do Sol raiar a caminho do Rio. Levou consigo alguns homens e ... —E ?? Fala de uma vez!! —Eu pude notar que a rainha estava com eles. —Mas o que querem na direção do Rio sangrento, lá não há passagem?-Leif para e pensa um pouco.—A não ser que... bobagem. O Vinnie não cometeria suicídio em tentar subir a cachoeira da Caveira, deve haver outro motivo. —Sinceramente não sei senhor. Gostaria que eu fosse atrás deles? —Mas a essa altura não chegará a tempo. Seja lá o que tenham feito, já aconteceu. Vou aguardar seu retorno. —Sim senhor, eu o avisarei assim que retornarem. —Meu Rei, estou de volta e não lhe trago boas notícias. —Já não era sem tempo, Irsa. Mas o que de tão r**m trouxe do seu retiro com os deuses? —Os Deuses me revelaram que alguém muito pequeno entre os seus vai lhe trair na alma e no coração. —Seja mais clara, não sou advinho. —Bem, os deuses não revelaram nome. Mas podemos deduzir que seja alguém de sua estima aparentemente inofensivo. —Que está insinuando Irsa? Já estou cheios de inimigos e problemas por todos os lados,a última coisa que preciso é de traidor embaixo da minha casa. —Abra os olhos e feche o coração. Essa foi a mensagem que os deuses mandaram. —Irsa, quando virá trazer-me boas novas ao invés de mais tormentos; foi para isso que passou dias na floresta da escuridão? —Desculpe meu senhor, não tenho nenhuma autoridade para mudar seu destino; como mensageira e conselheira, meu papel é advertir sobre possíveis perigos. Cabe ao Rei acatar ou não. Veja a desobediência da sua esposa. Hoje a encontrei cedo saindo do reino enrolada com diversas cordas ao corpo. Para onde estaria indo? —Você disse, cordas? —Sim, muita corda. —Deixe-me sozinho. Chame o Leür quando sair. —Sim, senhor. -Isra havia jogado o veneno direto no coração do rei. [Mas que Petra poderia está pretendendo com essas cordas? Não acredito que Vinnie a permita subir a cachoeira?!]- Leif se perde nos pensamentos, Leür chega na sala real. —Aqui estou senhor. —Chame alguns homens. Sugam em direção ao rio Sanguentro. Se encontrar alguém ainda vivo por lá traga-os imediatamente! —Mas senhor, ninguém jamais voltou vivo dalí, a não ser que tenha desistido de tal loucura. —Essa é a minha preocupação. Se Petra exigir que todos subam, nem ela sobreviverá! —Iremos o mais rápido que puder meu senhor. Leür sai em direção ao Rio levando alguns homens e mais dois cavalos caso alguém estivesse ferido. No rio sangrento, os guerreiros se acovardam e não sobem a cachoeira; eles já tinham ouvido histórias de homens partindo-se ao meio tentando agarrar-se nas pedras escorregadias. A subida além de íngreme empurrava para baixo com a força da água que caia em grande proporção. Petra observou aqueles homens e pensou: [De que valeria lutar contra a carne se não possuíam habilidade contra à água?] Vinnie pediu que desistisse; se ela tentasse e fracasasse, todos pagariam com a vida e o Rei se sentiria o mais derrotado. Petra parecia não escutar nada, ela observava atentamente o cair das águas e estrategicamente entra na cachoeira por trás da queda dágua. Todos haviam tentado escalar a cachoeira pela lateral, segurando nos grossos arbustos mas que se desprendiam com o peso do corpo em forçar a escalada. As cordas só teria a função se caso algum deles chegasse ao topo e conseguisse amarrar, aí seria menos complicado. Petra continuou analisando. As paredes internas da cachoeira possuía uma a******a até o topo, por ali seria arriscado, porém havia menos volume de água na lateral oposta. Ela subiria escalando de costas com as mãos e pés nas paredes até chegar no topo. Precisaria força, resistência para subir cuidadosamente quinze metros estreitos. Se caísse, seu corpo se arrebentaria entre as rochas Mas Petra era audaciosa e não tinha medo. Seus poderes a fortalecia de tal modo que não pensou duas vezes: —Vinnie, eu vou subir sozinha. —Mas senhora, por Odim! Eu desejei que desistisse. Não comenta essa loucura. —Está chamando sua rainha de louça? —Não né refiro a sua sanidade, mas esse local jamais foi vencido. —Bem, eu levarei as cordas. Entrarei por baixo da água e subirei pela f***a, tem a espessura exata para meu corpo. Nenhum de vocês poderá me acompanhar para não ficarem presos entre as paredes. Não se preocupe, assim que chegar encima eu darei um jeito de lançar as cordas e cada um subirá por vez, assim teremos mais força para puxar os demais. Tenho que fazer isso por todos nós Vinnie, essa é uma chance única de termos nosso próprio mirante. Teremos vantagem se alcanço o topo. Deixaremos tudo preparado para possíveis rebeliões. —Mas se a senhora falhar e cair na f***a? —Nunca desista de tentar Vinnie. Esse é a pior derrota. Agora, venha e me oriente sobre a direção, eu não poderei olhar para cima, estaria concentrada em meu corpo. Os guerreiros a saudaram pela coragem e deram um grito de guerra: “Nossa rainha é uma rocha, seu nome é Petra “- eles repetiam isso enquanto a viam desaparecer por baixo das águas. Leür estava prestes a chegar. Na fortaleza, Leif andava de uma lado para o outro temeroso pela esposa, em seu coração ele gritava que à amava e não podia perde-la. Petra enquanto subia vagarosamente arrastando suas costas nas paredes que começava a sangrar, ela podia sentir essa vibração de amor no peito que a fazia subir mais e mais. Leür chega e é impedido de abrir a boca para não desconcentrar sua rainha, eles pedem silêncio segurando -o pelo braço. Vinnie era o único que podia ser ouvido orientado sua senhora. Faltava cinco metros, o sangue começava a misturar-se com a fileira de água que caía pelas paredes internas da f***a, Vinnie se preocupava e pedia calma, a partir dalí não podia recuar mais, seria suicídio. Petra não podia responder, ela m*l podia respirar para não cair. Ela para por alguns segundos pensando na sua mãe Elim, esta envia energia restauradora para sua amada filha, o amor do Rei emanava essa que Elim direcionava ao coração da Petra. Ela se enche de coragem e ignorando a dor nas costas. Petra sobe os cinco metros. Ao chegar no final da f***a às águas que são desviadas facilita que possa observar enquanto pode respirar a sua saída. A queda brusca da cachoeira está mais afastada, menos de dois metros; Petra espera alguns segundos avistando um galho, ela apoia os cotovelos e os pés nas laterais da f***a empurrando o corpo para cima. Petra finalmente senta e amarra a corda ao galho por segurança, então avisa que alcançou a saída em segurança. Vinnie sai da cachoeira batendo no peito com seu punho em sinal de orgulho. Todos repetem o grito de guerra orgulhosos. Leür que ainda não entendeu como ela chegou ao topo, respira aliviado.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD