Reino De Áxteron
—Irsa, aonde foi minha mulher? Não a vejo em lugar algum!
—A Jovem Rainha saiu com seu amigo Rendi para uma corrida de cavalos.
—Mas com o Rendi? Não à autorizei sair dos portões sem minha permissão!
—Ela mandou avisá-lo meu Rei que estaria em treinamento.
—Vou atrás dela. Quem pensa que é para me desobedecer!
—Não vê que é isso justamente que ela quer? Deixá-lo embaixo dos seis pés.
—Tolices! Nenhuma mulher neste mundo fará isso comigo. Antes a mataria.
—Ir atrás dela significa o quê, meu Rei ?!
—Talvez tenha razão. Mas... não foi você mesma que disse para deixá-la apaixonada por mim, o que mudou?
—Sim,eu disse! Mas os papéis parecem que se inverteram meu Rei. Um homem apaixonado fica vulnerável. Eu não confiaria nela.
—Eu apaixonado?? Está louca irsa! Vou cuidar do meu cavalo. Ele sim me compreende.
Leif vai para o stabulo conversar com seu cavalo Husper. Ele ama seu animal mais que qualquer coisa, foi um presente do seu pai. Leif está perdido em seus pensamentos quando Petra entra rindo com Rendi para colocar os animais nas báias.
—Soberano Leif, meu grande amigo. Que bom lhe ver!- Rendi dá um tapinha nas costas do Rei.
—Como vai Rendi, vejo que o passeio foi proveitoso.
—Não foi um passeio, eu e a Petra estávamos disputando corrida com os olhos vendados. Digo: os dela.
—Está louca Petra? Se caísse poderia morrer!! E não autorizei sua saída dos portões.
—Primeiramente nossa corrida foi em campo aberto, estava testando meus limites em caso de necessidade. Nenhum outro treinador aceitaria fazer isso comigo, então convidei o louco do Rendi. E não sou mais sua prisioneira. Além do mais, tem passado noites inteiras em alguma companhia, minha vida não tem lhe interessado muito.
—Rendi. Você a pós em perigo!
—Sinto dizer-lhe Leif mas sua esposa é independente. Deveria incluir esse treinamento aos seus soldados. Além dela testar sua sensibilidade auditiva com olhos vendados, pode perceber que está com excelente equilíbrio. Sabia que ela acertou um alvo em movimento? Fiquei impressionado!
—Qualquer um pode fazer isso se bem treinado, Rendi .
—Mas com os olhos vendados?- Leif não acreditou no que ouvia.
—Mas alguma pergunta Leif, preciso me banhar. Vou ao lago.
—Ao Lago? Mas uma rainha se banhando sozinha não é correto! Vou pedir uma serva pra lhe acompanhar.
—Não quero uma serva! Sei me virar sozinha. Rendi, nos vemos depois. Até mais!!
Leif espera que Rendi se despeça e encara Petra de modo desagradável. Ela arqueia uma sombrancelha em sinal de indiferença e vai em direção ao lago fora dos portões do reino. Leif a segue sem que perceba. Se esconde atrás de uma árvore enquanto vê sua bela esposa despirse e mergulhar nas águas cristalinas do Lago Rutz. Mas Leif acaba se desequilibrando e quebra um galho de árvore chamado atenção da esposa.
—QUEM ESTÁ AÍ? ORDENO QUE APAREÇA!-Petra fala em alto tom
—Calma, sou eu. Seu marido.
—O que fazia escondido me espionando?
—Acabo de chegar, mas escorreguei, não estava espionando e sim, cuidando da vossa proteção. Lembra-se do último atentado?
—Não tinha servos para mandar, ao invés de vir você mesmo?
—Para os servos contemplarem sua nudez?
—Não me importo com isso. Nascemos nus. Nus regressaremos ao reino de Odim.
—Posso entrar? Está muito calor. Já que não se importa com nudez mesmo!
—O lago não me pertence, faça como queira, já estou de saída.
—Não! Por favor, fique um pouco para conversarmos sobre algumas pendências.
Leif senta numa pedra e retira suas botas. Suas roupas vão sendo jogadas ao chão, ele está totalmente despido o que a deixa incomodada. Petra vira-se de costas. Leif entra na água e se aproxima aí máximo dela ficando centímetros, ela pode sentir sua respiração. Ele toca suavemente em seus ombros e fala:
—Não sou mais seu inimigo, Petra. Preciso que saiba disso. Não tenho intenção de fazer- lhe m*l algum.- Petra está mergulhada até os ombros ...
— Está indiretamente fazendo m*l ao se deitar quase todas as noites com mulheres do seu reino.
—Mas eu tenho meus motivos.
—Quais motivos podem ser mais importantes que nós?- Leif mergulha o corpo ficando colado ao da esposa.
—Você me ignora Petra. Sou invisível como homem pra você. Que pensa que sou?
Petra vira-se lentamente. Seus olhos o hipnotizam. Leif perde as forças como Rei e se entrega ao seu maior desejo, desde que a viu na batalha de Ásbjorn. Ele toca em seus cabelos acariciando suavemente.. Petra está visivelmente nervosa tremendo os lábios. Leif se aproxima deixando seus corpos sentirem o desejo tomar ação sobre eles. O Rei a beija, ela deixa-se levar pelo doce toque de sua boca na sua. Ela o abraça pela cintura deixando seus corpos falaram a linguagem do amor. Os beijos e carícias se intensificam. Ele a torna sua ali mesmo na águas do lago Rutz. Petra não esconde o quanto esperava por isso ao apertar seu corpo contra ao do esposo. Ficam por lá em silêncio por um bom tempo, só se ouve os batimentos cardíacos intensos, descompassados e os gemidos baixos dos amantes.
—O que houve aqui Leif, Como será por diante?
—Já era minha esposa, continuará sendo. A única diferença que não precisarei buscar fora o que tenho aqui bem ao meu alcance.
—Sou objeto de seus desejos, é isso?
—Eu vi que gostou. Eu apreciei,mas não há sentimentos entre nós, apenas corpos sedentos. Vamos permanecer assim Petra. Será oportuno que me dê um herdeiro o quanto antes. Quatro anos de casados e você não me deu filhos, todos comentam.
—Além de seu objeto serei uma procriadora para seus interesses?
— Nossos interesses. Lembre-se que faz parte disso tudo agora. Não vamos começar a brigar. Foi bom. Vamos pra casa.
Leif veste suas roupas e segue acompanhado da esposa. Todos percebem onde estavam e começam a especular que estão unidos de verdade. Irsa vê que eles estão molhados e logo tira suas conclusões. Ela se enfurece e vai ao templo maquinar alguma estratégia de ataque.
No jantar
—Demorou a vir comer. Onde estava Petra?
—Não precisava me esperar. Quantas vezes eu já comi sozinha!
—Não será mais assim de agora em diante. Somos um casal e temos que agir como tal. Um rei não pode comer sozinho.
—Chega a ser engraçada essa sua rápida mudança.
—Não há graça alguma nisso. Sou seu marido e na hora das refeições temos que estar juntos.
—Juntos à mesa e separados nos corações.
—Que quer de mim? Jamais vou amar a filha de quem matou meu pai. Posso não lhe odiar , mas não terei afeto.
Leif mente que nem percebe. Petra deixa uma lágrima cair discretamente. Ela já o ama e jurava que ele sentia o mesmo, mas desde o dia do Rio, ele não a procura na cama. Deitar-se e vira pro lado. Ela precisa tomar alguma atitude.
—Está bem Leif,virei para as refeições todos os dias. Quanto as nossas intimidades ficará ao seu critério. Para mim tanto faz me tocar, ou não.
—Melhor assim. Vejo que é obediente e esperta Petra.
O Jantar terminou em silêncio. Irsa observava a certa distância, por dentro, estava feliz com as atitudes do jovem Rei.