Reino de Ásbjorn
—Senhor, há uma mulher caída na entrada dos portões, parece fraca. Que faremos?
—Mate-a!
—Mas senhor, não quer saber ao menos o que ela veio fazer aqui? Está sem cavalo. Deve ter caminhado por luas, há de haver um motivo.
—Se não fosse meu conselheiro Urias, o mataria agora mesmo.- Ásbjorn tem fúria no olhar.— abra os portões, se ela for uma inimiga matará a todos nós.
—Está fraca senhor, não mataria uma mosca. Vou averiguar e depois aa mando partir.
—Faça isso. Mas não me amole mais com isso.
Ásbjorn tinha uma sombra que o aconselhava coisas horríveis. O espírito da floresta enviado por sua amada Elim o observava de longe, mas não intervia diretamente nas suas decisões. Urias era fiel ao seu Rei, sem ele o Reino já teria sucumbido de vês. O povo está com fome, o cultivo de legumes e frutas caiu muito. Não há sementes, o sol quase não brilha mais na região como se uma nuvem densa escura se mantivesse alí o tempo todo. Ásbjorn não é mais o mesmo se descuidando da higiene e da aparência. Pouco importa se há ou não alimentação para seu povo, está entregue as sombras.
—Mulher, pode me ouvir?- Urias sacode o braço da Frida que finge está fraca. Ela reage com um gemido.—Vamos levá-la para dentro. Ela precisa comer algo. Parece trazer alguma mensagem.
Os servos a levam para uma casa, lá uma anciã a examina.
—Não parece que vai morrer. Só precisa de um bom banho e um caldo. Logo a infeliz estará de pé. Pelo modo que está trançado os cabelos deve ter vindo de Áxteron. Algo deve querer.
—Disse Axteon? Mas isso é sério. Preciso me certificar para avisar ao rei.
—Vou providenciar roupas limpas pra ela e ver se acorda.
—Avise quando ela possa falar. Vou levá-la ao Rei.
Frida escutava tudo. Meia hora depois desperta fingido dor na cabeça. Ela olha a velha ao lado e pergunta onde está?
—Minha boa senhora, onde estou?
—Está desmemoriada, Por acaso não se lembra de como veio parar aqui?
—Andei por muito tempo, passei fome e sede. Dormir por dias e consegui avistar esse reino.
—Vá tomar um banho, está fétida. Logo terá que se explicar ao Rei como alguém anda tanto sem destino.
—Mas de que rei está falando??
—Vai me convencer que não sabia que Ásbjorn vive aqui?!
—Asbjorn?? Não é possível! Eu nunca que viria parar aqui se soubesse.
—Me poupe de suas explicações. Deixe-as para o Rei. Vou lhe avisar logo. Seja convivente ou perderá sua cabeça.
Frida engole em seco. Precisa saber o que dizer ao Rei. Sua irmã não havia dito que ele era tão perverso, ela nunca havia ouvido nada m*l a respeito dele. E agora? Teria que arrumar uma história muito boa para continuar viva, além de usar magia se necessário. Urias vai ao seu encontro duas horas depois.
—Anciã das almas, o que a moça lhe revelou ao acordar? – Urias interpelar a senhora.
—Esse traste vem de Áxteron, ela não me inspira confiança. Pude sentir que fede a ervas daninhas e larvas astrais estão por toda extensão da sua aura, tenham cuidado.
—Não entendo desses assuntos de larvas astrais. Mas posso dizer ao Rei que ela é perigosa?
—Posso ser velha mas não sou i****a Urias. Leve-a até ele e que o mesmo a interrogue.
—Eu quero vê-la antes, já que a senhora se esquiva em tirar algo dela.
—Ela está comendo. Sua aparência é muito boa pra quem ficou dias com sede e fome. É uma dissimulada, não se sabe o que pretende.
—Está bem, velha. Falarei com ela
Urias e entrou no quarto. Frida estava sentada olhando para uma mosca que voava ao seu redor. Num piscar de olhos ela a pegou e a esmagou.
—Vejo que está ótima, seu reflexo é impressionante senhora. Podemos falar um pouco? Sou Urias, conselheiro do Rei Ásbjorn.
—Foi você quem me salvou Urias, como posso agradecer-lhe?- ela se aproxima com grandes olhos amendoados e uma boca volumosa.
—Não me deve nada. Apenas me diga o que veio fazer aqui. O Rei não anda muito paciente para perguntas, se é que me entende!?
—Na verdade cheguei aqui por erro de percurso. Uns viajantes me deram uma rota e eu me confundi.
—Mas pretendia chegar em que lugar?
—Wosterwood, nas terras do meus ancestrais.
—Wosterwood ficou para trás ao leste, teria que viajar uma lua. Por que se desviou tanto e de onde vem?
—Como lhe disse,os viajantes mostrar-me uma estrada, mas entrei no cruzamento errado,meu cavalo desapareceu enquanto eu dormia.
—Ah, então tinha um cavalo. Isso explica não está tão m*l. O que houve no reino que vivia?
—Eu vivia no reino de Áxteron. Era serva real, nasci lá. Mas a jovem rainha se transformou após alguns anos numa tirana. Ela conseguiu manipular o Rei de modo absurdo. Eu não suportei mais suas humilhações e fugi porque o Rei insistia em deitar-se comigo, isso despertou a irá da esposa.
—Está se referindo a Petra de Ásbjorn, a doce Petra?
—Urias, deixe que eu mesmo termino as perguntas. Minha curiosidade me fez vir até aqui.
—Sim, Rei Ásbjorn. Essa jovem se perdeu no caminho.
—Eu estava escutando sua história antes de entrar. Mas...algo não bate bem na sua conversa. Qual é o seu nome?
—Marjorie meu senhor. É uma honra está diante de um rei tão disputado.
—Há bem pouco tempo, pelo que entendi, você servia a Leif de Áxteron. Afirma ter sido humilhada por se deitar com ele e a sua esposa a perseguiu. Você está mentindo mulher!!
—Não senhor. É a mais pura verdade. Desde que a jovem rainha finalmente se entregou aos caprichos do Rei,ela só tem olhos para ele. Ninguém mais importa no reino. Ela vive o aconselhando a eliminar quem se puser entre eles. Sem contar que parece ter poderes mágicos.
—Não quero saber daquela farsante. Não pôde salvar a vida da mãe como pedi, mas pôde usar poderes para manipular o marido. Eles se merecem. Pois bem. Se estiver falando a verdade, lhe deixarei partir. Mas antes, terá que me contar tudo o que souber daquele reino. Tudo que puder lembrar. Cada detalhe de conversas sobre ataque a outros reinos, associações e acordos. O que me diz? É isso ou sua cabeça espetada no campo de trigo.
Frida que agora se chamará Marjorie não terá escolha. Ela tentará seduzir o Rei até conseguir mata-lo como sua irmã Irsa combinou. Então ela aceita o acordo de delação ao reino de Áxteron.
—Farei o que me pedir senhor. Terá minhas informações sobre tudo o que estão tramando,inclusive contra seu Reino. Sua filha tem parte nisso.
—Aquela infeliz me paga!! Comece a falar mulher, não tenho a noite inteira.
Frida respira fundo e começa a sua encenação.