CAPÍTULO VI

1143 Words
—Anne, graças a Deus! Suny falou aliviada ao ver a amiga abrir os olhos. —O que aconteceu? Annelise se levantou assustada até perceber que estava em seu quarto. —Sou eu que devo fazer as perguntas aqui mocinha, o que deu em você? Suny perguntou visivelmente intrigada. Anne parecia continuar confusa e conforme o olhar de Suny pesava sobre ela, sua memória foi retornando e isso deixou-a mais preocupada com o que pode ter ocorrido logo após a sua queda na piscina. —Eu ouvi alguém me chamar no corredor e sai para ver, mas começaram a correr atrás de mim e acabei caindo na piscina! Explicou Anne. —Amiga pelo amor de Deus, você sabe que não sabe nadar e com tantos lugares para se esconder, você foge justamente para um lugar cheio de água?! Suny resmungou indignada. —Foi em um momento de desespero, se estivesse em meu lugar, com certeza faria o mesmo! Retrucou ela. —Se não fosse o professor Müller, você estaria, boiando morta na piscina até algum professor te achar lá! Disse Suny enquanto pegava seu uniforme. —Ele me trouxe para cá? Quando? Perguntou Anne. —Assim que te tirou de lá, você estava ensopada quando chegou! Suny respondeu penteando seus cabelos. —O procedimento correto era ter me levado para a enfermaria, por que ele me trouxe para cá? Annelise questionou enquanto se arrumava. —Não sei, provavelmente ele não queria que você tivesse problemas, mas o importante é que ele te carregou no colo com aqueles braços maravilhosos e grandes! Suny sorriu maliciosamente. —Ele me assusta! Annelise sentiu um arrepio percorrer seu corpo. —Pois você é uma baita fresca, se tivesse acordada para ver o quão gostoso o Sr. Müller fica com os cabelos molhados e a roupa transparente, ia se apaixonar! Brincou Suny. —Eu nunca me apaixonaria por ele, credo! Annelise falou fingindo vomitar. —Aham, eu acredito em você! Suny debochou. —Te espero no refeitório! Disse ela fechando a porta enquanto saia do quarto. —A cada segundo que se passa tenho mais certeza de que ele não é uma pessoa confiável! Annelise resmungou enquanto terminava de se arrumar. Antes de sair, Anne decidiu conferir as roupas da noite anterior para ver se não havia nada suspeito e se espantou ao ver o que parecia ser uma pequena mancha de sangue, imediatamente ela começou a procurar em seu corpo alguma ferida, mas não havia um arranhão sequer em seu corpo, o que significava que o sangue ali, não era o dela. Um arrepio percorreu o corpo de Anne, que se virou para trás rapidamente ao sentir que estava sendo observada, porém, não havia ninguém no corredor e o que pode ter lhe causado o arrepio, poderia ter sido apenas uma brisa de vento que entrou pela porta do quarto, que estava escancarada. Annelise terminou de se arrumar e assim que deixou o corredor dos quartos femininos, acabou esbarrando em Hector, que já estava nervoso atrás dos mesmos moleques baderneiros de sempre. —Perdão senhor, não lhe vi! Ela se desculpou ajeitando os amassados que surgiram em seu uniforme. —Não foi nada senhorita, agora porfavor, se dirija até a sala dos professores! Pediu Hector. —O que houve? Anne perguntou confusa. —O novo professor mandou lhe chamar! Respondeu, nesse momento o semblante de Anne deixou exalar a insatisfação que sentia ao ter que lidar novamente com Willian. —Obrigada por me avisar, irei agora mesmo! Anne suspirou e se afastou de Hector que logo voltou a correr, berrando pelos corredores que as aulas estavam começando e todos deveriam ir para as salas. No caminho para a sala dos professores, Anne criava mil e uma teorias a respeito dos possíveis assuntos que o Sr. Müller poderia ter para tratar com ela, também estava intrigada com o fato de não tê-la levado para enfermaria, nem comunicado ao diretor sobre o acidente na noite anterior. Ao chegar em frente a porta da sala dos professores, Annelise hesitou antes de tocar a maçaneta, pois não sabia o que poderia ocorrer, ainda mais por saber que o local era livre de câmeras, logo, não haveria provas que o condenariam, mesmo tendo muita credibilidade com a maioria dos adultos da escola, seria apenas a palavra de uma aluna contra a de um professor. Com a cabeça fervilhando com inúmeros pensamentos sobre, Annelise abre a porta e encontra Willian sentado em um sofá ao fundo da sala, com uma xícara de café em uma das mãos e um livro de capa bordô em outra, seus cabelos estavam um pouco bagunçados, deixando-o com um certo charme, Annelise rapidamente o inspecionou com os olhos para ver se encontrava algum corte, o que explicaria perfeitamente, a mancha de sangue em sua roupa, mas logo foi pega pelos olhos azuis profundos de Willian que a fez recuar e engolir a seco. —O-o Senhor pediu para me chamar? Anne perguntou nervosa dando dois passos para trás. —Sim! Willian se levantou colocando sua xícara na mesinha de centro e andou em direção à Anne. —Para quê? Annelise perguntou com as pernas trêmulas. —Apenas venha comigo! Pediu ele. —Para onde? Questionou Anne. —Apenas venha! Willian responde friamente. —Infelizmente não poderei lhe acompanhar, pois tenho aula neste exato momento! Annelise disse enquanto cruzava os braços. —Seu professor autorizou! Disse Willian dando espaço para que Annelise saísse da sala. —Como? Anne arregalou os olhos espantada. —Você ficará comigo durante as duas primeiras aulas! Disse ele. —De jeito nenhum, eu não posso perder os conteúdos das aulas! Murmurou Anne inconformada. —Você não terá problemas se é isso que lhe incomoda, pois pelo que fui informado, você está bem mais avançada em relação aos outros alunos! —Independente de estar ou não um pouco à frente dos meus colegas, eu não gosto de perder aulas, sem contar que ao olhos de todos, isso é visto como vantagem e só aumenta mais a implicância deles comigo! Anne retrucou. —Francamente, os seus problemas com o que os outros pensam, pouco me importam e assim como eu, você deve acatar as decisões tomadas pelo diretor! Willian disse já sem paciência pois Annelise não havia saído da sala ainda e isso só o fazia perder tempo. —Eu quero falar com o Diretor Kim então, não acredito que ele tenha sugerido isso! Resmungou Anne. —Vamos logo, estou perdendo um tempo precioso com você empacada feito um burrico teimoso aí! Willian reclamou e Anne finalmente saiu da sala. —Não precisava ter sido tão grosso! Annelise bufou. —Fique quieta e vamos logo! Willian fechou a porta e começou a andar pisando firme. —Como quiser senhor! Annelise sussurrou e seguiu Willian de uma distância que ela considerava ser bem “segura”.
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