Após o término das aulas de química o professor de geografia Sr. Fisher entrou na sala e como era de costume, passou um documentário sobre o terra para os alunos, que já estavam mais calmos quanto o assunto do novo professor, Suny então aproveitou a deixa das luzes apagadas para tirar um cochilo enquanto Anne fazia prestava atenção e usava a lanterna do celular para anotar os pontos importantes do documentário já sabendo que o professor faria perguntas sobre o vídeo.
Tudo segui normal até que o Professor pausou o vídeo, acendeu as luzes da sala e encarou a turma como se estivesse procurando uma presa, Anne logo percebeu e disfarçadamente acordou Suny que já estava com as marcas da pulseira na bochecha por ter apoiado o rosto nos pulso para dormir.
—Senhorita Wilson, poderia me fazer um pequeno favor? O professor Fisher perguntou apontando para Annelise.
—Sim senhor, do que precisa? Anne se levantou entregando suas anotações para Suny que agradeceu com um olhar.
—Esqueci o envelope com o tema de pesquisa dessa aula na sala dos professores, poderia buscar para mim? Perguntou ele.
—Claro que sim, mas vou precisar da sua autorização por escrito para entrar lá! Annelise foi até a mesa dele e algumas meninas do fundão zombaram dela.
—Acho que não vai ser preciso! Disse o Sr. Fisher.
—Eu prefiro não arriscar! Annelise sorriu.
—Talvez você tenha razão, espere um minuto enquanto escrevo! Enquanto o professor fazia a autorização para Anne, algumas meninas jogaram bolinhas de papel nela.
—Parem com isso piranhas! Suny se levantou para defender sua amiga e Louise uma das meninas mais patricinhas da escola, amassou um pedaço de papel e jogou em Anne novamente.
—E o que vai fazer se a gente não parar! Louise olhou para Suny com deboche.
—Suny, deixa isso pra lá! Annelise foi até ela para impedir que a mesma fizesse um m******e.
—Me solta Anne, vou colocar essa loira oxigenada no devido lugar! Suny rangeu os dentes.
—Parem com esta confusão! O professor se aproximou delas entregando a autorização para Anne.
—Obrigada professor! Anne agradeceu e foi para a porta da sala.
—Ai obrigada professor, argh, que garota mais nojenta! Louise resmungou.
—Cale essa maldita boca vagabunda! Suny acertou o livro de geografia no rosto de Louise que caiu para trás.
—Senhorita Kim, controle-se! Sr. Fisher gritou.
—Desculpe professor, o livro escorregou da minha mão! Suny sorriu mostrando a palma das mãos depois se sentou.
—Eu vou acabar com você, vaca! Louise se levantou com raiva.
—Senhorita é melhor se sentar e ficar em silêncio ou eu terei que lhe mandar para a detenção! Disse o professor e Louise foi obrigada a se sentar e ficar calada.
Assim que chegou a sala dos professores, Annelise começou a procurar pelo envelope contendo os itens de pesquisa dos quais o professor fisher havia falado, ela olhou pelas mesas e nas prateleiras, mas não encontrou nada ali, foi então que ela lembrou que poderia encontrar o envelope próximo aos armários dos professores.
—Professor Timothy, Sra. Kentwell, Professora Margo, Sr. Mitchell, Sr. Müller, aqui esta Sr. Fisher! Annelise lia os nomes etiquetados no armário em voz alta. —Esta trancado, que pena! Ela suspirou.
—O que faz aqui? Uma voz masculina desconhecida ecoou por detrás de Annelise a fazendo estremecer.
—Bom, eu, preciso de um envelope com umas pesquisas de geografia! Anne respondeu sem ter coragem de se virar.
—Esta sala não pode ser frequentada por alunos, se o diretor lhe encontrar aqui vai ter problemas! Disse o homem.
—Sim eu sei, por isso tenho a autorização! Annelise se virou para mostrar o papel e quando se virou a primeira coisa que viu foram os olhos azuis profundos do novo professor, ela ficou parada por alguns segundos sentindo um certo arrepio na espinha, mas mesmo assim entregou a ele a autorização.
—Bem, o envelope está comigo! Disse ele entregando o envelope para ele. —Agora é melhor voltar para sala senhorita! Concluiu.
—Sim senhor, obrigada! Anne agradeceu e saiu da sala com o olhar dele fixado em sua mente.
Ao voltar para sala, Annelise entregou o envelope para o professor e a aula continuou normalmente, com cerca de trinta minuto depois do retorno de Anne o diretor Kim entrou na sala acompanhado do novo professor.
—Com sua licença professor, posso interromper um pouco sua aula? Perguntou o direto.
—Claro, fique a vontade senhor diretor! O professor Fisher pausou o documentário para que o diretor pudesse falar.
—Bom dia a todos, como já as notícias por aqui se propagam rapidamente, vim apresentar para vocês o Sr. Müller, como todos sabem a Sra. Kentwell estará de licença maternidade e o Sr. Müller será o responsável por ministrar as aulas de Literatura até o final do ano letivo, então espero que sejam receptivos e não causem problemas a ele! Disse o Sr. Kim.
—Sim senhor! Alguns dos alunos disseram em uníssono enquanto a outra metade ficava em silêncio admirando a beleza e jovialidade do professor que se manteve o tempo todo sério e calado.
—Eu te disse que ele não era careca! Suny brincou cutucando Anne que estava olhando fixamente para o Sr. Müller, pois tinha algo muito esquisito nele a intuição de Anne dificilmente errava em relação a algo ou alguém.
—Tem algo muito estranho com ele! Anne sussurrou.
—Ah não amiga, não me diga que se apaixonou! Suny cochichou.
—Claro que não, ficou maluca! Anne pisou no pé de Suny que gritou imediatamente roubando toda a atenção para elas.
—Qual é o problema senhorita Kim? Perguntou o Diretor.
—Nada, acho que um bicho me picou! Suny tentou disfarçar e foi fuzilada com o olhar pelo pai.
—Aproveitando a deixa senhor diretor, A Suny me agrediu com um livro! Louise se levantou passando a mão no rosto que estava vermelho por conta da "livrada" que recebeu.
—Como é? O diretor olhou com mais raiva ainda para Suny.
—Foi sem querer, eu juro que o livro escorregou da minha mão! Suny se levantou para se defender.
—Mentira, você me xingou e me bateu de propósito! Louise gritou apontando o dedo na cara de Suny.
—Meninas se acalmem, o combinado era que vocês ficassem quietas e ninguém precisaria ir para a diretoria! O Sr. Fisher falou nervoso com a presença do diretor.
—Eu pensei que seria comunicado a respeito de qualquer comportamento conturbado em sala de Aula Sr. Fisher! O diretor olhou para ele com seriedade.
—Bom, eu pensei que poderia controlar a situação, por isso não quis te incomodar senhor! O professor gaguejou de nervoso.
—Independente daquilo que acha, casos de agressão sempre deverão ser encaminhados para mim, principalmente os que envolvem a senhorita Kim Suny! Disse ele.
—Sinto muito, prometo que não ira se repetir! O professor Fisher se desculpou fazendo uma pequena reverência.
Enquanto o Diretor estava chamando a atenção de Fisher, Louise e Suny se encaravam, mortalmente e Annelise segurava a amiga para que ela não partisse para cima de Louise e acabasse sendo suspensa por duas semanas, como já havia acontecido no ano passado.
—Annelise, vou precisar que vá para minha sala após o intervalo! O diretor falou e Annelise apenas concordou com a cabeça.
—Vai garantir a mensalidade desse semestre, espero que tenha se depilado! Louise falou baixo.
—Retire o que disse sua porca imunda! Suny se soltou e esbofeteou Louise varias vezes.
—Sai de cima de mim maluca! Louise gritou.
Annelise e o diretor Kim correram para tentar tirar Suny de cima de Louise, enquanto o Sr. Fisher ajudava a garota a se levantar.
—Seu comportamento está sendo inaceitável! O diretor gritou.
—Se tivesse escutado o que essa vaca falou iria entender! Retrucou Suny.
—Independente disso, você jamais deve se submeter a esse tipo de comportamento! Falou ele.
—Mas pai! Suny reclamou e logo foi interrompida.
—Para a minha sala agora mesmo senhorita Kim! O diretor berrou.
—Eu odeio você! Suny resmungou saindo da sala.
—Me diga algo que eu não saiba garota! Resmungou ele.
—Senhor não seja tão severo com ela por favor! Annelise pediu baixinho.
—Se eu não for, ela nunca vai aprender Anne e nem você pode interceder por ela agora! Disse ele se retirando.
Enquanto saiam da sala, Annelise percebeu o olhar analítico do Sr. Müller para todos ali, até que os olhos dos dois se cruzaram e Annelise sentiu novamente aquele calafrio estranho que ia da cabeça até a ponta dos pés.