Acostumando com o novo nem tão novo

1655 Words
AMY POV  Era estranho estar em uma casa tão familiar e tão estranha ao mesmo tempo. Eu estava no quarto há dois dias. Mais um dia se passou, a noite chegou e eu vi as crianças ajudando a Lucy no jantar, já que eu havia passado o dia todo trancada no quarto. E aquilo era realmente chato. Eu ainda conseguia lembrar um pouco da minha infância, lembrava da Hel, e jurei por um momento que ela fosse minha mãe. Eu sentia um vazio em minha mente, era algo como se tivessem apagado minha adolescência e minha fase adulta. Não lembro do primeiro namorado, do primeiro beijo, da primeira vez que fiz s**o, eu sempre gostei de mulheres? Nossa, eram muitas perguntas e eu precisava saber da resposta. Mariana, a ruiva em que eu confiava e gostava dela. Eu tinha que falar com ela. Peguei meu celular e busquei na agenda seu número. Mas, como estaria seu nome ali? Procurei Mariana e não estava, talvez Kordei. Tinha algo como "Hot Kordei", provavelmente era ela. -Mariana? - perguntei ao ver que atenderam o telefone. -Oi tia Amy, a mamãe está preparando o jantar. - eu não sabia o que responder, tia? ela tinha um filho e eu não lembrava dele. -Oh, oi querido. Pode dizer para me ligar depois. "Hey buddy, coloque no viva voz!" -Oi Amy! Algo aconteceu? -Desculpa te interromper, mas eu, hm, voltei para casa. -Uau! Isso é ótimo! E como está se sentindo? -h******l! Eu queria lembrar de várias coisas, fazer várias perguntas. Você poderia aparecer aqui? -Não hoje, mas amanhã irei com o Arthur. A Carol está bem ocupada com o trabalho. -Tudo bem, te espero amanhã então. - desliguei o celular. Ouvi batidas na porta, era o Brian. Ele abriu um pouco e perguntou se poderia entrar. sorri dando espaço para ele. - A mamãe pediu pra te chamar para o jantar. - Brian falou sentando na cama. -Ah, claro. Já vou em um segundo. - mas ele não saiu do lugar, ficou ali me esperando. - Vai me esperar? -Sim , vovô disse que como homem da casa , tenho que cuidar de todas as mulheres. - sorri, ele falando daquela forma era tão bonito e meigo. -Okay! - apenas prendi meu cabelo, o peguei no colo e fomos para a sala de jantar. Ao chegarmos, recebemos olhares sorridentes. Acho que elas ficaram feliz ao me ver uma vez naquele dia. - Que bom que se juntou a nós. - Lucy falou colocando os pratos das crianças. Tínhamos uma mesa de seis cadeiras, onde as duas da ponta ficavam vazias. Sentamos todos, senti uma noite agradável, de família. As duas crianças estavam falando de como foi voltar as aulas , o que foi estranho, pois nem sabia que as aulas já haviam voltado. Por um momento me senti bem, era bom sentir aquele clima e ver as crianças sorrindo. -Você pode checar se eles realmente estão escovando os dentes? - Lucy pediu para mim enquanto tirava os pratos da mesa. - Geralmente a Luna costuma fingir que escovou. -Ah, claro! - segui o corredor e no fim dele havia um banheiro com duas pias, um box enorme, privada , seria um banheiro bem espaçoso. Percebi outra porta, provavelmente dava para o quarto dos gêmeos. Fiquei apenas observando em silêncio e eles estavam conversando enquanto realmente escovavam os dentes. -Será que a mamãe está voltando ao normal? - Brian perguntou para a irmã. -Não acho B. Ela apenas está tentando hm... como a mamãe disse? ahn, adaptar eu acho. Não sei o que significa. - parei e respirei fundo, aquelas crianças realmente tinham apenas 6 anos? -Eu sinto falta dela. - percebi a garota alisar o cabelo do B. -Vai ficar tudo bem B. - ela o abraçou e resolvi interromper antes que eu começasse a chorar. -Estão prontos? É melhor irem dormir. -Sim Mommy! - os dois responderam e saíram do banheiro. Fui até a cozinha e Lucy estava lavando a louça , resolvi não interromper e voltei para o meu quarto. Esperei alguém bater, mas isso não aconteceu. Lucy deve ter dormido no quarto do meio, como fez noite passada. Então , apenas dormi novamente. Terça- feira. 10:00. Casa dos Rivers Parker. Acordei e não vi ninguém em casa. Fui até a cozinha e então percebi que havia um prato com algumas panquecas separadas, provavelmente para mim. Comi todas. Andei pela casa, quartos, banheiro, sala, jardim, cozinha, o que me fez para foi um quarto rosa. Lara. Entrei, toquei no berço, numa pequena comoda rosa, uma cadeira de balanço, tudo estava tão bonito. Peguei uma das roupinhas que haviam em cima do berço, quando percebi já estava chorando. Vi um pequeno ursinho de pelúcia, era um leãozinho amarelo. Senti uma dor insuportável na cabeça. "-O que você acha desse aqui? Eu acho bem fofo.- Lucy pegou um panda de pelúcia. -Não, esse é melhor! - Amy pegou uma coelhinha branca com rosa. -Mommy, que tal esse? - Brian chegou com um leão amarelo. A barriga de Amy havia chutado. -É, acho que ela gostou desse. Vamos pegar algumas roupinhas. - eles saíram em direção para o outro corredor onde Luna já estava. " -Amy!!! Amy!! Acorda!! - escutei alguém me chamar de longe, aquela voz parecia familiar. Abri os olhos grogue, havia alguém me sacudindo. Abri por completo. - Ah, graças a deus! - aquilo teria sido um sonho. -Você está bem? Não é melhor levá-la ao médico? - ouvi outra voz na sala. Era a mulher loira, a que dizia ser madrinha dos meus filhos com a Lucy. Eu ainda estava fraca para falar, então apenas me deixei ser levada pelas duas mulheres até o hospital. Me lembro vagamente de alguém pedir para eu não dormir novamente e quando dei por mim , estava numa cama de hospital, ligada com varios fios. -Que d***a! Sofri outro acidente?- falei mais para mim mesma. -Não. - ouvi uma voz ao meu lado. - Sua memória está pregando peças em você. -Então não foi um sonho? -Eu diria que foi uma lembrança. - o médico anotou alguma coisa numa prancheta e dessa vez me olhou. - Que tal contar o que aconteceu? -Eu estava no quarto e peguei o leão de pelúcia da Lara e então senti uma forte dor de cabeça e a cena veio na minha mente. -Parece que os objetos pessoais estão te ajudando a recordar. Isso talvez seja bom. Mas eles forçam muito de você. -Nem me diga, uma dor forte está em minha cabeça. - coloquei a mão na cabeça e a senti doer. -Vou aplicar alguns analgésicos e logo vai passar. Vou chamar sua esposa. Um momento. - ele saiu do quarto e eu fiquei tentando me lembrar de como eu havia chegado ali ou quem havia me levado. A porta se abriu, vi uma Lucy chorosa. -Você está bem? - ela chegou junto de mim e me abraçou. -hã, sim , estou melhor. - respondi nervosa. - Onde está as crianças? -A Duda foi buscar eles. - Duda, então eu tive flashes de como havia chegado lá. -Eu quero ir pra casa Lucy. -E você vai, em breve vai sair daqui. -Não, estou falando da minha verdadeira casa. -Mas você está na sua verdadeira casa. Você comprou aquela casa a Lisa. Trabalhou, juntou dinheiro e a comprou. Aquela é sua casa. - parei por um momento para pensar, como tudo havia acontecido, eu precisava de respostas, mas não seria a ela que eu ia perguntar. Então alguém bateu na porta. Uma Kordei. -Amy, você já gosta de hospitais hein? - ela entrou sorridente. Sorri de volta. -Essa doença está me deixando louca. E me fazendo vim pra cá direto. -Eu acho bom você se recuperar, a galeria precisa de você. - uma mulher loira , alta e muito bonita entrou no quarto bem atrás da Mari. E junto a ela, um garotinho loiro com olhos claros. Devia ter uns 7 ou 8 anos. Não a reconheci de primeira. -Amor, ela não lembra de você. - Mari cochichou perto da loira. -Ah, é verdade. Sou Carol Kordei... - ah Bar Girl. - respondi antes que ela. Todas as outras me olharam. -Você lembra de mim? -Hã, você é a garota da Cosmopolitan. A Bruna e eu costumávamos ir lá. Junto com mais algumas pessoas que não lembro no momento. -Você está brincando... Lembra dela, mas não lembra de mim? - Lucy esbravejou e me assustei com sua raiva. -Lucy , calma. Você sabe que é um processo lento. - Mari falou para ela. A vi virar o rosto e olhar pra cima. Provavelmente estava evitando chorar. -Tia Amy!!! Você está doente? Vai melhorar logo? -Oi pequeno Kordei. - falei passando a mão no cabelo liso dele. - Irei ficar boa em breve. -E daí posso ir brincar com meus primos? - ele devia estar falando da Luna e do Brian. -Claro que sim!- respondi sorrindo. -Arthur , porque não vai com a mamãe e com a Tia Luh lá fora? A mama precisa conversar com a tia Amy. - Mari falou e o garoto obedeceu sem falar nada. Eles saíram do quarto e ficamos só nós. - Vai, fala. -Falar o que? -Como você lembra da minha mulher e não lembra de mim ou da Sua esposa. -Não sei. Eu conheci ela antes de vocês. Não sabia seu nome, apenas sua aparência. E eu nem sabia que vocês eram casadas, como isso aconteceu? -Você acompanhou tudo, desde o começo. Não vou te contar nada. -Ah, qual é, você tem que me contar muita coisa. Tem de me responder aliás. -Porque não pergunta a sua esposa? -Não me sinto a vontade com ela. -E a Bruna? Brincadeira, sei que ela não está mais na cidade. - arregalei os olhos, ela não estava? -Ela não está? Como assim? -É, estou vendo que vamos ter uma longa conversa...
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