Sem memória

1182 Words
LUCY POV'S -A Amy está sem memória! - ao escutar aquilo senti um baque no coração. Como assim sem memória? Não, não podia ser, não era certo. Eu não queria acreditar nisso. -Não, claro que não. Diz pra ela que é brincadeira amor. - falei olhando para Amy, que me olhava um pouco assustada. -Desculpe, mas realmente não sei quem são vocês. -Ah não! não! - comecei a chorar sem pensar duas vezes. Duas coisas ruins em um só acidente. Como fui tola em pensar que tudo daria certo até o final. -Desculpe-me, o que somos? - Amy me perguntou ainda olhando para mim. - Eu sinto algo estranho quando te vejo. -Somos casadas. Sou sua esposa. - respondi com calma ainda alisando sua mão. -Esposa? - ela sorriu de lado. -Sim, e nós temos dois filhos. - falei outra vez com lágrimas no rosto. Ouvi um fungo e então percebi que Duda estava ali, em pé, nos vendo e chorando com a cena. -Sou Duda. Eu sou a madrinha do seus filhos e uma de suas amigas. - Duda tomou a voz olhando para a amiga a sua frente. -Garotas, eu não tenho filhos e nem sou casada. Vocês devem estar me confundindo. - Amy tirou sua mão da minha. -Eu queria que vocês me deixassem sozinha por favor. -Mas Amy... -Daqui a pouco meus pais vão chegar, o doutor me avisou isso. Quero ver eles. -E você vai ver meu amor. - falei com tranquilidade. -Não me chama assim, por favor. Eu nem sei seu nome. -Lucy. Meu nome é Lucy. - ouvimos batidas na porta. Ela se abriu e revelou meus sogros. -Como ela está? - a Sr. Parker perguntou me olhando. -Sem memória. - respondi abaixando a cabeça. -Vocês são meus pais? - ela perguntou parecendo aliviada. Vi meus sogros andando para ficar ao lado dela. Eles começaram a conversar e ela parecia bem mais á vontade com eles. Então, eu apenas sai do quarto em silêncio com Duda. Sai do quarto e me senti devastada. Porque justo eu teria que passar por aquilo? Apenas sentei e comecei a chorar, senti os braços de Duda passar por mim e me acolher. Passamos um bom tempo ali, até que o Sr. e Sra. Parker saíram do quarto. -Lucy, querida! Nós sentimos tanto. - a mulher mais velha veio me abraçar. -As crianças ficaram na nossa casa até a poeira abaixar. Irei procurar uma desculpa boa para eles não virem ao hospital, você deveria ir pra casa e relaxar um pouco. -Não, não posso deixar ela aqui. Mas eu agradeço por cuidar dos meus filhos. -Lucy , ela não te conhece, acha que você está mentindo para ela. Ela não lembra de ser casada, nem dos filhos. - a mulher seguiu enquanto me olhava. - Talvez não seja bom ela te ver mais uma vez. -O que? O que está querendo dizer? -Que você tem que ir para casa, tomar um banho, comer algo e ir dormir. - Mari chegou por trás de mim. - A Duda vai com você, e eu ficarei aqui com a Amy. -Não, eu não posso.... -Pode e deve. - fui interrompida pela voz de Duda. - Você ficar aqui só vai te machucar mais. Amanhã você já está boa novamente. - sem forças para debater , apenas assenti. Ficar longe no momento parecia a melhor situação. [...] Três dias depois. Hospital. 18:40. -Onde está aquela mulher que disse ser minha esposa? - Amy perguntou para Mari que estava dentro do quarto. Com os dois dias juntas , ela parecia acreditar na Kordei e se sentia em casa com ela. -Você pareceu não aceitar muito bem e ela preferiu se afastar um pouco. -É que, eu sinto algo estranho quando a vejo. Não consigo distinguir ainda. - Mari ajudou a mulher a se levantar para comer os legumes feito pelas cozinheiras do hospital. -Sabe o que é? amor. Amy, você está com essa mulher.. hum.. juntando tudo, uns 10 anos. Como não sentir algo por ela? Quero dizer, vocês já estavam esperando o terceiro filho, havia muito amor envolvido. - Mari se calou por um momento e arregalou os olhos. -Terceiro filho? Ela me disse que tínhamos dois. - ela perguntou confusa, mais do que estava. -Olha Amy, por mais amiga sua que eu seja, acho que ela deveria te contar isso, não eu. Aliás, ela disse que viria hoje. Está preparada para vê-la? -Hum, não exatamente. [...] Duas semanas depois. Hospital. 14:47. -Não é bom ir para casa? - o médico perguntou enquanto Amy arrumava suas coisas. -Qualquer lugar é melhor que isso aqui. - a mulher respondeu tentando parecer simpática. -Sra. Parker. - o médico se direcionou para Lucy que estava pegando as bolsas de Amy. - Devo lembrar que ela sofreu uma lesão séria na cabeça , o que chamamos de amnésia dissociativa circunstancial. Seu hipocampo foi debilitado por conta da batida. Então mostrar coisas talvez ajude a lembrá-la de algo, porém não force. -Sim senhor! - Lucy apenas assentiu. -Eu também não preciso lembrar que talvez sua memória não volte, então é bom criar novas memórias e criar novas lembranças. -Nossa, você realmente poderia não lembrar essa parte. - Amy resmungou. -Desculpe Amy, mas é meu trabalho. - o médico sorriu de lado. - É bom você aparecer aqui toda semana para fazer alguns exames. Serei seu médico, assim como o Dr. Mendes estava cuidando de você antes. -Certo! Eu vou cuidar dela e a trazer sempre que for necessário. Manteremos contato. - Lucy foi para perto do médico.- Obrigado por tudo Doutor. -Boa sorte Lucy! - eles apertaram as mãos. - Boa sorte Amy! - também apertaram as mãos. ... As mulheres já estavam no carro de Lucy e ela havia acabado de entrar. Antes de ligar, ela olhou para seu lado e observou sua esposa olhando pela janela. -Pronta para voltar para casa? - ela perguntou para Amy. -Não me leve a m*l, é só que não estou segura para onde estou indo. -Tentarei entender. Mas você não quis ficar com seus pais. - Lucy retrucou ao ligar o carro. Deu partida. Ela sabia que Amy não queria voltar para a casa delas, mas seus sogros garantiram que ela não queria ir para a casa deles. -Na verdade, eles meio que me obrigaram a voltar para casa. Disse que seria melhor para mim eu ficar perto das minhas coisas, da minha casa e de você. - Agora Lucy sabia que eles haviam mentido. -Não quero te forçar a nada, ok? Se quiser ir pra casa dos seus pais, te levo agora mesmo. - Lucy deu uma saída, mas na verdade ela só estava chateada, queria passar um tempo com Amy, queria que ela dissesse que queria voltar para casa. Queria que ela recuperasse a memória. -Eu quero ir para a casa dos meus pais. - aquilo foi um baque no coração de Lucy. Ela estava perdendo sua mulher aos poucos. O carro parou e deu meia volta, ela estava mudando a direção. Assim como tudo ao seu redor estava.
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