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1151 Words
Flashback - Visão Pietra | Livro: Henrico | Recomeço : Epílogo Final "Henrico. Seu nome era Henrico. Agora eu sabia. Sua esposa agora era a irmã mais nova da minha mãe, Beatrice. Bom, era quase tudo que eu precisava saber, enquanto me sentava ao seu lado com um copo de cachaça e limão. — Oi. — Eu disse. Ela se virou rápidamente, me encarando. — Ah, oi! — Ela me abriu um sorriso pequeno. — Como você se chama? — Pergunto, esperando que ela me permitisse saber um pouco mais sobre ela, sobre a sua vida. Ela precisava me reconhecer. — Beatrice, Beatrice Rossi. — Ela me diz, desviando os olhos. — E você? — Aurora. — Minto, na cara dura. — Que nome lindo. — Sua voz é delicada. — Parece o nome de uma princesa. — Sorri. — Quantos anos você tem, Aurora? — Dezoito; — Eu deveria dizer que estava próximo de completar dezenove? Opto por mudar de assunto. — Não costumo encontrar muitos ruivos por aqui. — Nem eu. — Ri baixo. Ela é muito educada, é perceptível o motivo do meu pai ter se apaixonado por ela. Será que a minha mãe fez a mesma coisa? Será que a minha mãe era igual a ela? — Vim passear com uma tia. — Minto mais uma vez. — Você veio tirar férias com a sua família? — Como adivinhou? — Seu tom é divertido. Queria ter mais tempo com ela. — Imaginei, para falar a verdade. — Pressiono meus lábios e dou um gole no meu copo. O líquido desce quente e amargo pela minha garganta, deixando um rastro levemente adocicado na minha língua. — Sabe, o meu pai... costumava me chama de princesa quando eu ainda era uma criança; — Dou um sorriso, nostalgica. — Aposto que ele considera a mesmissima coisa até hoje. — Seu olhar era de admiração enquanto ela passava os olhos por mim. — Ela me deu uma risadinha e olhou para o mar. — Eu não tenho mais tanta certeza disso; — Desvio meu olhar do dela. Me reconheça. Me reconheça. — Ele sumiu. — Pontuo. — Ah, eu sinto muito. — Ela parece um pouco mais nervosa agora. Será que, por algum motivo, ela está disfarçando que me conhece? Ela me reconhece? — Ah, não... tudo bem! — Sorrio. — Vocês só tem um filho? — Hunrum, Giovanni. — Ela me dá um sorriso apaixonado. Podia ver que alguma coisa em seu intimo fluia para outro ponto. Algum ponto que... pareciam lembranças. Ela se remexe claramente desconfortável. E então, ele chega. Meu pai é lindo! Seu rpsto, seu corpo... tudo está exatamente com antes. Claro, um pouco mais velho, mas podia ser quase que uma miragem viva, uma lembrança. Por anos, sonhei com esse momento, exigindo que o destino me levasse até ele, mas não tive coragem de dizer qualquer coisa. Somos devidamente apresentados. Ele não me olha muito enquanto tenta consolar Beatrice e ir ver o meu irmão mais novo que caiu e bateu a testa. Nos despedimos e eu saio. Preciso de mais tempo. Preciso de mais tempo." Minto para a minha avó. Minto pois sei que ela acreditaria. Ela me fez ser uma ótima mentirosa. Não digo que não fiquei magoada com o fato do meu pai não me reconhecer, eu fiquei, mas ele.... ele pode mudar isso, ele pode estar fingindo tudo isso. Enquanto voltamos de carro para casa, eu sinto um imenso aperto no peito por estar deixando tudo para trás. Eu só queria uma única oportunidade de me apresentar. Eu tinha que ter mais coragem para enfrentar meus problemas. Definitivamente, era disso que eu precisava agora. Minha avó tinha que ter armado tudo isso. Desci do carro com raiva, batendo a porta com força. Eu pisava duro em direção a porta, estava cansada, triste, decepcionada. Eu tinha perdido tanto tempo com isso e agora... eu tinha tido a chance de diz er a ele toda a verdade e tinha perdido. Não consegui falar. Eu fui fraca. — Querida. — A voz da minha avó saiu dura e grave. — Me espere. Eu parei no meio do caminho, girei em meus próprios calcanhares e a encarei, lambendo meus lábios. — Sim, vovó. — Eu pisquei em sua direção. — Espero que esse assunto se encerre aqui. — Ela murmurou. Eu apenas assenti, não tinha mais nada que eu quisesse falar com ela. Não tinha mais nada que fizesse algum sentido na minha cabeça. — Estou indo, tenho algumas coisas para resolver essa semana. — Ela remexe a bolsa. — Espero que fique bem. — Fiquei durante todos esses anos, Milla e Lisa cuidam bem de mim. — Digo, rude. Ela não diz nada, apenas embarca em seu carro e some, como ela fez durante todos os anos em que estive aqui... como ela fez no dia em que eu cheguei aqui. "Estava ensolarado. Minha mãe tinha acabado de me acordar, o sol tomava conta de tudo em nossa volta e eu esfrego meus olhos, entrando dentro do barquinho. Eu olho para fora, encontrando o meu pai correndo até nós. Um fio de esperança cresce em mim. — Mãe, meu papai! — Eu aponto em direção a areia. — O meu pai! — Sim, amor. — Ela segura a minha mão. — Se abaixe e durma novamente, logo vamos estar be" Nada ficou bem. Pegamos uma tempestade e por bem pouco ficamos vivas. Eu sentia isso enquanto via a minha mãe chorar me segurando e tentando deixar firme o cobertor quente que ficava em volta do meu corpo. Eu suspiro pesadamente com as lembranças. "— Mãe, você precisa fazer isso por mim. — Consigo ouvir a minha mãe dizer dentro do cômodo. — Nina, você... você sabe que isso é perigoso. — Ela murmura. " Fico tonta. As lembranças começam a me invadir. Eu perdi todas as memórias da minha mãe a algum tempo e agora, tudo parecia voltar como em uma enxurrada. "— Nina... — Minha avó diz, a voz parece se aproximar da porta do quarto em que eu estava. — Isso é perigoso para ela. — Eu sei que é. — Ela diz, chorosa. — Preciso que você proteja a minha filha, eu não sei o que eu faria se eu acabasse a perdendo. Prefiro morrer. — Tudo bem... — Ouço um suspiro alto. — Vou levar ela para algum lugar seguro, sim?" Eu me sento no meio fio, o enjoo toma conta do meu corpo e eu ponho a mão na cabeça. Uma enxurrada de lembranças confusas começam a invadir a minha cabeça depois disso e eu fecho os meus olhos. Eu me sinto desfalecer aos poucos até que eu só sinta o abismo me engole completamente. — x — Eu estive doente esses últimos dois dias e não consegui escrever direito. Estou voltando aos poucos, peço que tenham paciência.
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