Capítulo 256
Pela manhã bem cedo cada um dos membros do grupo da equipe de Lilith recebeu uma mensagem.
[Quero todos no apartamento de Brady hoje a tarde]
— Para onde está indo tão cedo? — Perguntou Ramis ao ver ela saindo do quarto já pronta para ir embora.
— Tenho que resolver algumas coisas.
— Mas temos esses dias para decidir a decoração, a comida, seu vestido.
— Não se preocupe, já decidi tudo isso. — Anunciou deixando Ramis boquiaberto.
— Ok… e qual local?
— Você vai saber, estou pensando em algo especial. — Sorri com mistério em seguida se retirando.
— Essa menina… — Resmungou cético em frente a entrada da cozinha, encarando mais uma vez a mesa do café da manhã que havia preparado para o café da manhã deles.
Lilith seguiu para a academia, estava tão ansiosa que passava por entre as pessoas como um vulto só parou quando estava em frente a porta da sala de reunião de seu pai.
— Onde está o tio Braston? — Perguntou sem delongas ao entrar de forma abrupta interrompendo a reunião.
— Esqueceu os modos? — Perguntou Cassius indiferente.
— Quero saber do tio Fabrizio.
— Bom… — Murmurou direcionando seu olhar em direção a sala, Lilith fez o mesmo procurando seu tio em todos os rostos, mas não encontrou ninguém.
— Vá para casa, e cuide de sua mãe, sabe que ela continua se recuperando. — Ordenou com a voz mansa, porém com um certo peso que lhe fazia soar como uma ordem.
— Sim! E… não esqueça do meu casamento.
— Não houve uma conversa madura e nem mesmo um pedido para eu permitir isso, então eu não aprovarei.
— Pai… — resmungou, porém, de repente se calou. — Você vai permitir que eu me case.
— Veremos.
— Você sabe porque o tio Fabrízio não veio hoje?
— Não e ele não atende, mas sua esposa avisou que ele está em casa, então não há o que se preocupar.
— Ok… eu vou indo para casa. — Avisou em seguida se retirando na mesma pressa.
— Afinal o que fará? — Perguntou Frederick a Cassius.
— Sobre o quê?
— Sobre o casamento, não deveria casá-la o mais rápido ao invés de ser cabeça dura? A honra de sua filha está em jogo, sabe das regras, não são qualquer coisa, não para nós.
— Sua filha já casou?
— Ela terá que arcar com as consequências do que fez assim como aquele filho da p**a, eu só estou dando um tempo, mas não aceitarei que minha Eloy seja desonrada assim, ou ela é casada, ou é viúva.
— Como ela será viúva?
— Se ele não quiser casar, eu caso eles a moda antiga e depois mandam ele para a cova, não quero uma má reputação para a minha filha.
— Em que tempo você está vivendo? — Perguntou Cassius cético.
— Ah… então você permitirá que Ramis deixe sua filha e ela engate em outro relacionamento em seguida em outro e outro e mais outro?
— Nunca! — Rosnou Cassius em seguida disfarçando.
— Machista! — Espirra Kaleu em seguida disfarçando enquanto os outros mafiosos disfarçam segurando o riso.
Lilith seguiu para casa e no final de tarde seguiu para o apartamento de Brady, todos os rapazes já estavam a esperando.
— Afinal… o que ela quer com cada um de nós? — Perguntou Sandres.
— Se tratando da Lilith, pode ser qualquer maluquice por isso esperem de tudo e digam não para tudo também. — Avisou Ayrlon.
— Você é o mais forte do grupo, mas não é o líder, então fica quieto. — Resmungou Samir. — Mas… pensando bem, não é mais que eu e nem mais velho, eu decido que merda vamos fazer com a filha do Don, só não compreendo porque ela incluiu eu e Sandres nessa.
— Desculpem o atraso! — Avisou a menina ao entrar na sala em alvoroço com o cabelo solto e desgrenhado pela força do vento, além das roupas relaxadas que usava, uma calça moletom e uma regata. — Bom… — Suspirou enquanto ajeita os fios atrás da orelha tendo todos os olhares em sua direção. — Eu vou me casar e esse mês será para planejar tudo, eu fiz algumas anotações.
— Espera! — Protestou Sandres. — O que temos a ver com isso?
— Vocês têm que se casar na mesma data que eu, todos vocês! — Anunciou como uma ordem, todos os meninos ficaram mudos.
Ayrlon foi um dos primeiros a se levantar.
— Eu disse a vocês, é só se negarem e saírem fazendo de conta que ela nem está aqui.
— Esperem, eu tenho um bom motivo para isso, quero que vocês vejam, leiam antes de tomarem qualquer decisão, então… analisem bem e pensem.
Ela entregou a eles e se sentou no tapete no centro da sala esperando que eles lessem tudo, cada um focou na sua folha e o silêncio pairou enquanto leem, até finalmente um por um ir terminando de ler e demonstrarem seriedade.
— Então? O que decidem?
Capítulo 257
Os rapazes se entreolharam inseguros, ao mesmo tempo, engoliam em seco pensativos.
— É por uma boa causa. — Suspirou Samir ao se levantar ajeitando o colarinho da camisa.
— Concordo. — Afirmou Ayrlon.
— Isso é um sim? — Perguntou Lilith empolgada.
— Isso é um sim. — Afirmou Sandres. — Além disso… cada um de nós já estávamos com esses planos, é típico da família Seagreme escolher sua parceira e então ficar com ela para toda a vida e eu quero me casar com a fany.
— Até parece que temos escolha se tratando de Braston e Frederick, eles ficam nos vigiando em todos os lugares que vamos, se não nos cansamos de uma vez, eles vão nos matar por qualquer m*l-entendido pensando que somos capazes de trair as filhas deles.
— Os tios são iguaizinhos ao meu pai… — Riu Lilith ao murmurar.
— Bom… temos pouco tempo, cada um por si até lá! — Anunciou Sandres sendo um dos primeiros a sair do apartamento, logo após Lilith também foi embora, após se despedir de Liz.
— Como eu farei isso? — Perguntou Brendo ainda pálido. — Eu e Kitty… m*l começamos a namorar e já… não sei se estamos prontos… — Suspirou pensativo até ouvir alguém pigarrear.
— Se me permite falar, como sabem eu estou bem próxima das meninas. — Começou Liz a falar. — Pelo que sei Ayrlon já está com planos de comprar uma casa, e por acaso Leydi já está ansiosa pelo dia em que vocês vão se casar, e Kity. Ela ainda se sente insegura e às vezes pensa que você pode não querer nada de verdade como ela, na verdade, se a insegurança for se elas vão aceitar, elas nem mesmo vão pensar, se vocês têm certeza que se amam, então não tem problemas.
— É… eu, pelo menos, tenho certeza da minha escolha. — Comentou Ayrlon.
— Eu também, desde o primeiro dia que a vi, só que… pode ser que seja muito rápido para ela. — Murmurou Brendo inseguro.
— Bom… apesar de ser uma ideia louca e precipitada, é por uma boa causa, o momento… — Murmurou Brady demonstrando tristeza. — Para mim já é algo mais que realizado, eu quero que seja assim. — Disse determinado.
— Não tem jeito, a gente sempre cai nas ideias dessa ruivinha maluca. — Resmungou Ayrlon.
Apesar de ter se resolvido facilmente com seus primos e tios, ela agora tinha outra missão e estava ansiosa para cumpri-la, ainda assim parecia algo difícil.
Segundo dia dela procurando seu tio Braston e mais uma vez ele não estava na academia e todos pareciam tensos, Cassius apenas a mandava para casa para fazer companhia a Laysa e cuidar dela.
E mais uma vez no terceiro dia ele não estava lá.
— Por que não fica em casa? — Perguntou Cassius impaciente.
— Eu quero falar com o tio Braston!
— Ele não está vindo esses dias!
— E o que tia Molly diz sobre isso?
— Ela não diz nada, só que ele pediu um tempo, quer ficar em casa. — Contou sem conseguir encarar Lilith nos olhos, ela sabia que ele estava mentindo.
Apenas assentiu e se retirou em silêncio.
Todos os rapazes ainda estavam planejando a melhor forma de pedir a cada uma das meninas em casamento de forma que fosse especial, cada um deles marcou um encontro especial e um lugar que fosse especial para eles, enquanto Lilith tentava falar com seu tio Braston.
Ela não teve outra alternativa senão ir até a casa de seu tio.
Assim que chegou sua tia Molly a atendeu, mas sem muitas palavras ela perguntou onde o tio estava e seguiu até onde ele estava.
— Cuidado! — Molly a alerta enquanto ela sobe a escada em passos largos sem se importar ou prestar atenção em mais nada a ponto de realmente acabar se machucando.
Ela parou em frente a porta do quarto que Molly indicou que ele estaria, hesitou por várias vezes tentando criar coragem em bater à porta.
— Está tudo bem. — Ouviu a voz de Molly gentilmente ao se aproximar dela parando ao seu lado.
— Como ele está?
— Você pode vê-lo, acredito que você pode entender mais do que eu, estamos juntos a tantos anos, mas… dessa vez está sendo bastante difícil me comunicar ou fazer até mesmo fazer ele beber um pouco de água.
— Ok… eu entrarei. — Avisou girando a maçaneta.
Assim que entrou avistou seu tio debruçado sobre a cama de mama Lizi, ele ainda segurava a sua mão mesmo quando estava dormindo.
Ela se aproximou silenciosamente dele, mama Lizi estava ligada a vários aparelhos, era o que lhe mantinha viva.
— Tão lamentável… — Suspirou aflita, Braston abriu os olhos um pouco atordoado.
— Lili? O que faz aqui? — Perguntou surpreso.
— Queria te ver, podemos conversar? — Perguntou mantendo sua atenção sobre a mama Lizi. — Tio… eu… ela está tão magra…
— Infelizmente. — Sorri amargamente.
— Sabe, tem vezes que se despedir doí menos do que tentar prolongar o inevitável.
— Eu sei, ainda assim, não estou pronto.
— Você tem que comer também, a tia Molly disse que você não tem se alimentado, você pode comer agora enquanto conversamos?
— Sobre o que quer falar?
— Sobre meu casamento, eu gostaria de fazer um pedido especial para o senhor e assim começar os preparativos, será um dia para um novo começo e para uma despedida.
Braston ficou curioso enquanto Lilith mantinha seu fixo olhar sobre Liziane.
— Ela ainda acorda?
— Às vezes, mas muito pouco, ainda agora ela abriu os olhos, mas por pouco tempo, sempre que ela me ver… não sei… ela parece se lembrar mais de mim.
Lilith segurou com firmeza a mão da idosa, demonstrando aflição.
— Tio, pode me dar alguns minutos com ela?
Mesmo que sem vontade, ele se retirou do quarto deixando Lilith a sós com Liziane.