Capítulo 251
Cassius e seus irmãos com Kaleu seguiram para o estacionamento onde esperavam por mais um m****o que estava para chegar.
— Tem certeza que é seguro irmos os quatro juntos? — Perguntou Kaleu.
— Eles não vão desconfiar, vamos apenas dar uma volta. — Comentou Cassius indiferente.
— Uma volta? Com o carro cheio de armamento pesado? Está tentando lutar contra a CIA inteira e derrubar o Al-stone? — Perguntou Braston com ironia.
— Meu pai e Hélio são antigos inimigos.
— Apesar do lado extremista de Hélio, ele é nosso pai sempre foi de conversar mais em vez de agir, ambos são calculistas em tudo.
— Bom… analisando o que vocês falam, se eles são calculistas em tudo, quem garante que voltarei para a minha esposa hoje? Tenho que chegar em casa segura. — Comentou Kaleu em tom de ironia.
— Do que estão falando? — Perguntou Ramis de mau-humor ao sair do carro.
— Sobre a missão. — Respondeu Cassius.
— Acho uma perda de tempo ir até lá, é só uma reunião de velhos, eles já se encontraram antes, não sei porque essa preocupação agora. — Comentou ele despreocupado.
— O que está acontecendo? Está de mau-humor?
— Você sabe que faltam menos de dois meses para meu casamento não é? E Lilith… ela está me deixando louco porque a mãe dela já está bem e ela continua a me ignorar, não me liga e nem me atende.
— Você só tem uma coisa a fazer agora, cancela seu casamento e remarca a data para daqui a cinquenta anos. Assim eu já serei o pó debaixo da terra, ainda assim desejarei com tanta força reencarnar, que assim que eu morrer, reencarnarei e crescerei e vi atrás de você.
Ramis o encarou boquiaberto com a tamanha seriedade que Cassius dizia em cada palavra.
— Seu desgraçado, você já considerou fazer tratamento? Em se internar em uma casa de repouso para descansar? Uma psiquiatra se for possível?
— Pela misericórdia! — Rosnou Braston seguindo para o carro, Frederick e Kaleu lhe seguiram deixando os dois a sós.
— Você não casará com minha filha.
— Já falamos sobre isso, é mais fácil ela arrancar seu coração e dá a mãe dela e se casar comigo, ah… é você nem deve ter isso, é assim que você diz que sou seu filho? — Pergunta indignado.
— Você é viado?
— Pareço? Afinal… bom quero casar com sua filha, isso não é coisa de viado, certo? — Perguntou segurando o riso, enquanto Cassius fulminava de raiva.
— Que missão mais inútil, me digam… — Suspirou Kaleu observando Cassius e Ramis despreocupados em meio a uma discussão. — Isso é mesmo sério? Pelo que Ramis falou, ele sempre está a pá de tudo que o pai faz, quem avisou a Cassius que Francis estaria com Hélio?
— Ele sempre obtém todos os tipos de informações com Akin e Akan.
— Ok, então é uma fonte confiável.
Após Cassius e Ramis finalmente se recomporem, os rapazes seguiram para o ateliê a alguns minutos da academia, em poucos minutos estavam impecavelmente elegantes,
Usavam o mesmo modelo de terno corte perfeito em um tom profundo de preto que destacava a elegância de cada um deles.
O paletó, com um ajuste sob medida, contornavam seus corpos sofisticadamente, realçando cada corpo, cada ombro largo, enquanto se exibiam em frente ao espelho principal atraindo todos os tipos de olhares.
— É como voltar ao passado, a época em que éramos bem jovens… — Suspirou Cassius pensativo.
— Fale só por vocês! — Resmungou Ramis.
— Não sabe!? Quanto mais ficamos velhos, somos como o vinho, cada vez mais caros e com um gosto sofisticado.
— Não mudou nem um pouco, as mulheres ainda ficam ao redor como abutres querendo carne podre. — Comentou Braston.
— Está nos chamando de carne podre? — Perguntou Frederick cético.
— Você entendeu.
Já são sete horas da noite quando eles seguem até o Al-stone. Francis por sua vez acabara de chegar, ao mesmo tempo que um carro importado estaciona atrás de seu carro, ambos os homens de idades próximas se cumprimentam com um discreto olhar e seguem em direção oposta após entregar a casa do carro a um frentista.
Seguem para dentro do grande salão passando por sua entrada magistral e bem ornamentada, entram em cabines de elevadores diferentes e seguem para o mesmo andar, saindo da cabine ao mesmo tempo.
Entram por portas diferentes seguindo por um corredor que parece não haver forma de ambos se encontrarem, ambos giram a maçaneta de uma única porta e ao abrir eles entram na mesma sala parando frente a frente.
— Faz anos que não te vejo. — Comentou Hélio.
— Sem a cia?
— Sem a máfia?
— Sim! — Respondem ambos se encarando duramente com os punhos cerrados.
— Ainda assim, tenho certeza que seus filhos vão se meter nisso.
— Seu filho também. — respondeu Francis desconfiado.
— Eles não vão nos encontrar e espero que a nossa reunião seja ao menos produtiva. — Sugeriu Hélio enquanto seguiam até uma das mesas se sentando frente a frente.
Cassius chegou com seu quarteto, armas debaixo de seus ternos, no cós da calça, eles olhavam ao redor discretamente buscando uma pista que revelasse que havia armado algo para Francis.
— Você sabe em que sala eles estão? — Perguntou Braston.
— Tenho a localização da sala, eles usaram um lugar bem reservado, além da sala ser antirruído.
Enquanto seguiam discretamente, demonstrando desinteresse, longe de quaisquer suspeitas, eles não pareciam nada além de milionários que buscavam um pouco de diversão, logo estavam misturados à multidão.
Orfeu também acabara de chegar, assim como Cassius, com a mesma preocupação ele procurava seu pai e até mesmo ele tinha a localização da sala, seu filho Edward por estar muito próximo de seu avô conseguiu o endereço e toda a informação para seu pai.
Orfeu fez o mesmo caminho que seu pai, e Cassius fez o mesmo caminho de Francis, ambos pareciam estar sincronizados, ao mesmo tempo que Orfeu abriu a porta, Cassius também adentrou ambos os olhares se encontraram e o clima tenso tomou a sala.
— Vocês marcaram um encontro romântico. — Perguntou Kaleu discretamente ao segurar o riso assim como o restante dos rapazes.
— Vão se f***r… — Resmungou Cassius olhando ao redor percebendo que Francis e Hélio não estavam ali.
— O que vocês fizeram com meu pai? Perguntou Orfeu em seguida entraram mais três homens na sala.
— Ah… ele trouxe as cadelinhas dele. — Murmurou Cassius ofensivamente, mas Orfeu sorriu
— Parece que você também trouxe as suas. — Sorri de forma melódica.
— Repete e eu te faço engolir bala! — Rosnou Braston sacando a arma ao mesmo tempo que os seguranças de Orfeu também sacam, e agora todos têm suas armas apontadas e prestes a começar uma briga na sala, exceto Cassius e Orfeu que se encaram demonstrando raiva.
Capítulo 252
— Você cairá logo, logo, Cassius! — Anunciou Orfeu arrogantemente.
— Não tão rápido quanto você.
Enquanto isso Francis e Hélio assistem na sala secreta ao lado da sala que eles entraram, eles haviam escolhido aquele lugar exatamente para evitar esse imprevisto e como esperado ambos assistiam aquela cena com uma certa malícia.
— Ainda não é hora de brigar, certo? — perguntou Hélio.
— Obvio que não.
Respondeu Francis apertando o botão que abriu um compartimento discreto de cima do teto liberando uma fumaça que foi imediatamente percebido por eles, mas aquilo se espalhou tão rápido que era impossível alguém escapar do efeito. Aqueles homens pareciam desorientados, tumultuavam e tentavam sair ao mesmo tempo, caindo fora da sala.
— O que é isso? — Perguntou Ramis sentindo o corpo queimar e cada gota de sangue arder em seu corpo.
— Ah… — Geme Braston de dor.
— Isso vai impedi-los de lutar por um tempo. — Comentou Francis assistindo à cena cômica, em um corredor Orfeu e seus homens sufocando e sentindo o corpo queimar, assim como Cassius e seus irmãos do outro lado também agonizando.
Eles permaneceram na sala os observando até que eles fossem embora, após isso seguiram até a cobertura.
— Depois daquela bagunça, nada melhor que um pouco de ar livre. — Suspirou Hélio enquanto caminhava pela pista de pouso do Al-stone.
— Por que não fala sobre o assunto que é de interesse de nós dois?
— Sobre os disquetes, você sabe que um traidor entregou eles a Orfeu como vingança, mas… de alguma forma ainda não conseguimos decodificar.
— Um dos meus filhos criou um sistema de antivírus que impede qualquer tentativa de invasão.
— Sim, ainda assim conseguimos quebrar algumas barreiras e supostamente não vai demorar muito para conseguirmos pegar as informações, mas tenho um acordo para fazer com você, afinal você quer os disquetes, você pode tê-los.
— Qual o preço? — Perguntou sem delongas.
— Se aquelas informações forem descobertas, vocês caem e não haverá um que não vá para a cadeia, mas… se vocês recuarem e deixarem Rowland.
— Sabe, Hélio. — Articulou pensativo. — Hoje só viemos aqui em paz, porque nossas famílias estão na cidade e quem atacar primeiro, recebe em dobro.
— Exatamente, é por isso que estamos aqui desarmados e sem intenção de ataque, mas sei também que você tem medo de que aquelas informações sejam reveladas, seus netos, seus filhos, suas fotos serão divulgados em todo sistema, de todos os países. Eles não poderão dar um passo, até mesmo usar qualquer dinheiro, vocês têm criado jovens que não vão entrar para a máfia, ainda assim, eles serão prejudicados pelas suas escolhas.
— Não importa o rumo que a gente tomar, iremos unidos, mas lutaremos por isso.
— Vocês estão sem tempo, eu tirarei o poder de Orfeu e então agir por conta própria e eu não sou do tipo que joga xadrez, eu prefiro exterminar um por um como pragas.
Vlad sorri levianamente encarando Hélio.
— Tenha cuidado em como agir, porque sei exatamente onde sua família está, para onde tem ido, o que tem feito, e quais países eles pisam os pés, não é só você que tem informantes.
— Não podia esperar menos do homem que é um dos líderes do conselho.
— Bom… já terminamos aqui, eu não deixarei a cidade e nem carregar o peso de brigar com todo o conselho para tirar a máfia da cidade, isso seria impossível, assim como seu filho que está tentando derrubar as nove potências mafioso, é um contra nove, e ele está em desvantagem. — Anunciou virando as costas para Hélio seguindo para o elevador.
Ambos seguem para suas casas ilesos e tranquilos.
Cassius e seus irmãos assim como Kaleu estão na academia, ainda tentando entender o que aconteceu enquanto Nate examina cada um deles.
— Não é nada de mais, vocês vão ficar bem logo, essa substância era só para causar um pouco de incômodo em vocês.
— Por que isso incomoda tanto? — Perguntou Ramis sentindo sua pele queimar.
— O objetivo é esse, vocês vão sentir o corpo queimar e a pele está sensível a qualquer toque, isso é bastante usado para tortura, faz com que o torturado sinta dor 10 vezes mais quando está sendo agredido, acredito que nenhum de vocês vão apanhar hoje, ou… não sei.
Nate analisou cada um e logo após os mandou para casa, dessa vez Cassius não teve como evitar, decidiu ir para casa ver como Laysa estava, mas dirigir com as palmas das mãos tão sensíveis estava lhe causando dor, mesmo que o efeito já estivesse perto de passar.
Ramis seguiu para casa, assim que entrou em sua sala percebeu a luz aberta, sua roupa estava suada, seus cabelos úmidos de suor quando começou a se despir.
— Eu não deixei a luz acesa, alguém esteve aqui? — Murmurou atordoado sem conseguir pensar direito.
Ele segue até seu quarto e assim que entra se depara com um ser ruiva sentada no centro da cama sobre os joelhos vestindo uma das camisas de botão de Ramis enquanto mexe em uma caixa grande com algo parecido com seda.
— Ethan. — Ela pronuncia seu nome sem o encarar.
— O que faz aqui?
— Não posso vir à casa do meu futuro marido? Além disso… eu estava a alguns dias sem te ver, estava sentindo sua falta.
— Não parecia, já que estava me evitando a todo custo, por que você faz isso?
— Não foi por querer…
— é insuportável que faltando menos de dois meses para nos casarmos você apenas me dê as costas e me ignore, quando você parará?
— Ramis… — murmurou lamentando se pondo sobre os joelhos se aproximando dele parando na ponta da cama. — Você vai brigar comigo? Faz dias que não te vejo, eu não vim para brigar. — Confessou o abraçando pelo quadril.
— Ah… meu corpo tá ferrado! — Soltou um grunhido a encarando feroz ao afastá-la. — Ainda assim… — Confessou endurecendo a mandíbula.
— O que aconteceu com você? Está quente e suado, te drogaram?
— Quase isso, eu vou tomar banho, me espere na cama. — Ordenou sem delongas seguindo para o banheiro.
Ele se encarava no espelho enquanto desfivelava o cinto e terminava de tirar a gravata borboleta.
Quando terminou de ser despir se encostou na parede se encarando no espelho.
Soltou mais um grunhido ao sentir a frieza com intensidade do mármore da parede em que estava encostado, a sensação era relaxante, aos poucas suas pálpebras se fecharam e ele relaxou.
A porta de repente rangeu discretamente e Lilith entrou no banheiro curiosa.