Capítulo 224
As meninas estavam curiosas com o novo menino que as observava de forma arrogante, Ayrlon se mantinha em alerta, sabia que as meninas não eram nem um pouco fáceis ou misericordiosas, ainda mais quando Cassius mandava algum homem para aquele andar.
Elas estavam reunidas em grupo conversando discretamente até uma delas abandonar o grupo e seguir até Ayrlon.
— Já fazia anos que Cassius não mandava nenhum homem para esse andar, o que está acontecendo? — Pergunta a moça mais velha entre elas que aparentava já ter 28 anos.
— Nem eu sei, mas ele disse para pegar ele com ele, afinal se não percebeu, ele é um menino e ainda está em uma cadeira de rodas. — Ayrlon lhe alerta.
— Relaxa, só queremos saber que problemas tem esse moleque, afinal ele está em uma condição que… complica um pouco para nós.
— Descubra, eu não sei.
Ela se afasta e segue até as meninas e acena para elas a seguir e fazem um círculo ao redor de Filipe que as encara cruzando os braços.
— O que vocês querem? — Pergunta ele indiferente.
— Queremos saber o que te traz aqui, é muito raro nosso querido Don encontrar alguém digno de subir esse andar.
— Há! — Rir filipe coçando o nariz, então as meninas se encaram confusas enquanto a mais velha analisa a situação tentando entender. — Digno de treinar com garotas? Eu estou me sentindo subestimado, como ele pode pensar que sou fraco a ponto de não poder aprender com outros homens.
As meninas se encaram com as sobrancelhas erguidas em um sorriso leviano, a mais velha chama elas para perto novamente, se afastando de Filipe.
— Parece que nosso Don trouxe alguém para mexer com nosso ego, eu não gostei nadinha dele. — Resmunga uma das meninas.
— Sim, sim, e parece que está bem desinformado sobre esse andar. — Sorri a mais velha novamente.
— Jáck, o que vamos fazer? Quebramos ele ao meio e devolvemos a enfermaria? — Pergunta uma menina de quinze anos.
— Calma aí, temos que saber como agir, afinal o garoto está preso em uma cadeira de rodas, ele não sabe nada de luta, precisamos de alguém preparada para isso.
— Bom… qualquer uma de nós que tiver eles nas mãos vai torturá-lo até a morte. — Diz uma das meninas com seriedade e as outras concordam.
— Ok… então… eu vou escolher alguém adequado para uma menina de quinze anos que não sabe lutar e ainda está em uma cadeira de rodas.
— Quem seria? — Pergunta elas se encarando entre si com um sorriso preso.
— Minha irmã Mahi, ela só tem dois anos de treinamento. — Diz, e todas as meninas a encaram sem reação.
— Pensei que você escolheria alguém menos adequado, mas escolheu sua irmã?
— Vamos lá… será ainda mais vergonhoso para ele, imagina, um garoto machista e arrogante apanhando de uma mocinha de dez anos.
— Nada melhor que apanhar de uma menina determinada e sem limites. — Murmura a outra menina.
Mahi não era nada menos que a menor de todas as meninas ali, a mais nova, mas também uma das mais ferozes do grupo, por ser a mais nova do grupo ela tinha que demonstrar garra e disposição, ela era extremamente competitiva e sem misericórdia quando se tratava em mostrar que era a melhor, mesmo quando tinha que lidar com pessoas bem maiores que ela, qualquer coisa vira arma nas mãos dela.
— Onde Mahi está? — Pergunta uma das meninas até o elevador abrir e sair uma menina de estatura média, ela era trinta centímetros, menor que filipe, cabelos castanhos longos que estavam presos formando um r**o de cavalo, sua pele caramelizada e seu olhar feroz trazia um ar de arrogância e ameaça enquanto carregava uma sacola de guloseimas.
— Ah… não diga que o Don liberou doces para você. — Resmunga sua irmã Jáck.
— Óbvio! — Confirma apertando a sacola contra seu corpo.
— Venha aqui! — Rosna a sua irmã a puxando pela orelha, então ela lhe mostra o menino na cadeira de rodas.
— Tio Cassius mandou para esse andar? — Pergunta curiosa.
— Já sabe, você foi escolhido para fazer as honras, que tal ir trocar algumas palavras com ele?
— Eu não sou tão incapaz para vocês me disserem que tenho que lidar com um menino aleijado.
— Só vai! — Ordena empurrando a menina que dá passos em direção a Fernando.
— oi. — Ela resmunga mantendo seu olhar dentro da sacola de doces tirando um cupcake.
— Não quero seus doces. — Ele resmoneá cruzando os braços desviando o olhar.
Mahy o encara ao morder o cupcake.
— Quem disse que eu daria algo para você, estou com fome, quem é você?
— Não vou dirigir a palavra a você, quero falar com meu treinador.
Ayrlon por sua vez se esconde atrás da pilastra.
— Você quer? — Rosna a menina o encarando enfurecida enquanto as outras meninas tentam fingir que não estão vendo nada. — Parece que elas escolheram a mim para te treinar e pensando bem, eu gostei da ideia.
Filipe encara a menina de dez anos, ele m*l consegue acreditar em como aquela menina consegue articular tão bem, ela nem mesmo parece ter dez anos com o seu comportamento, apesar de sua aparência não mentir.
— Ninguém merece… — Rosna apoiando as mãos sobre a cadeira se preparando para se levantar. — Eles mandaram você por pensar que eu não posso ficar de pé, mas eu posso, mesmo que por um breve momento, eu consigo, posso treinar com pessoas mais adequadas. — Explica com arrogância enquanto a menina o encarou de baixo das pestanas ao mesmo tempo que come tranquilamente seu cupcake.
— Sente-se de volta, até onde eu sei eu não sou Jesus para te operar algum milagre. — Resmunga o empurrando de volta o fazendo se sentar.
Ayrlon segura o riso, ele já conhecia a menina de tranças de boxeadora, mas era difícil ver ela lidando com algum menino, desde que ela sempre o respeitou como seu treinador, então estava sendo bem divertido para ele.
Foi uma breve conversa, mas a partir dali Filipe já podia sentir que havia algo errado naquilo tudo, as meninas conversavam demais enquanto Ayrlon tentava orientar Filipe que se sentia incomodado com os cochichos das meninas, m*l sabia ele que elas estavam planejando como o punir.
Final de tarde Cassius estava de volta na academia feminina, todas as meninas se retiraram imediatamente, deixando apenas Mahi que continuava a apreciar suas guloseimas, filipe também já tinha sido levado por Ayrlon até a enfermaria, ele tinha que passar por avaliação a cada final de treino como Nate pediu.