Derrotado

1134 Words
Vitória lhe devolvia o olhar de desprezo, desta vez ela estava trajada com a pura e horrenda personalidade de seu pai, aquela que gosta da punição, da degradação, da humilhação. No meu caso, eu estava admirada com a imponência do prisioneiro e só conseguia pensar em todas as consequências que ele passaria por ter caído frente ao rei Eliel. Todos estavam totamente atentos aos próximos acontecimentos, ninguém se importava com os olhares desesperados, com a expectativa negativa de todos os prisioneiros, com o medo evidente, a multidão só estava empolgada com a depravação prometida. Rei Eliel exalava satisfação ao proferir seu desejo... Eliel - prisioneiros, tirem suas roupas e vistam-se a caráter, coloquem as roupas reservadas especialmente a vocês Seus olhos brilhavam. Os homens foram obrigados a vestirem uma calça tipo pescador de linho barato na cor marrom e uma camisa do mesmo tecido na cor branca. As mulheres tiveram que colocar um vestido na cor bege, muito muito fino, evidenciando as curvas de seus corpos. O choro era audível, mas a nobreza não se abalava. Todos vestidos como típicos prisioneiros do reino Astúrias, foram ordenados a ficarem de costas e receberem de bom grado 20 chibatadas, um presente de boas vindas. Já estão marcados, curtindo as dores das primeiras cicatrizes, sem tempo para curá-lad e nem às suas feridas, pois foram levados às masmorras fria, de pedra, para cumprirem sua quarentena. Os soldados olhavam com desdém e desferiam chacotas por todo o caminho e Damien só sabia olhar para seu povo e tentar transmitir confiança e ainda... esperança, mesmo que a sua própria estivesse se esvaindo "Eu não pertenço a este lugar, nós não pertencemos, precisamos sobreviver, temos que sobreviver..., Neste momento, fui designada, junto com os outros soldados a acompanhar a todos os prisioneiros, tínhamos que garantir que nada de errado aconteceria. Me chamou a atenção duas mulheres, elas eram jovens, bonitas, peles alvas e cabelos longos, castanhos, assim como seus olhos, mas suas peles eram marcadas pelo sol. Prestavam atenção a cada detalhe do regente, era nítido sua admiração por ele, assim como a do restante do povo. Aparentavam estar na casa dos vinte anos e andavam com as mãos entrelaçadas, procurando dar força uma a outra. Caminhei a passos largos e fiquei ao lado, Dona e Belle, estes foram os nomes que escutei em susurros, seus olhos se voltaram a mim, estavam tristes, marejados, com olheiras e sem esperança. Me questionei sobre nossa atitude, pela primeira vez me perguntei se o que estávamos fazendo era o certo. Já vi vários prisioneiros, várias conquistas e torturas e nunca nenhuma delas mexeu tanto comigo quanto a desse povo, talvez porque eu soubesse o quanto eram guerreiros, persistentes, unidos....para mim aquilo era um erro, mas esta palavra não existia no vocabulário do rei Eliel. Uma semana sem comida, apenas com água e migalhas de pão. Uma semana escutando os choros e lamentos das mulheres e crianças, uma semana vendo a pior tortura de minha carreira. Mesmo depois disso, as mulheres eram chicoteadas sem nenhum motivo ou pelo menos algum que merecesse tal pagamento, pois a maioria dessas broncas, vinha exatamente por as prisioneiras serem de uma beleza admirável e por isso, chamavam a atenção dos homens nobres que ousavam colocar os olhos sobre elas Suas mulheres não perdoavam, o sangue sempre estava presente. Mas rei Eliel estava particularmente interessado em seu mais imponente troféu, o regente de Dominic. Este com certeza sofria mais do que qualquer um a qualquer momento a qualquer horário. Duas semanas Os prisioneiros foram obrigados a irem para a lavoura de algodão. O objetivo era que colhessem ao menos o seu peso em quantidade. Homens colhiam mais, mas as damas se esforçam muito mais. Seus corpos desfaleciam com maior frequência e a tristeza só aumentava. Ao longe, pude ver que sua presença se movia de um lado para outro, o que dava motivos para maiores açoites, mas ele não desistia... O que ele está fazendo? Não conseguia mirar em outros prisioneiros, pois ele era eficiente em chamar a atenção somente com um olhar. Ao final, estava por vir a conferência e muitos não conseguiam. Estes prisioneiros, independente do que qualquer um podia dizer, eram membros da nobreza, não faziam este tipo de trabalho, sem contar que o reinado de Dominic era conhecido por valorizar seus trabalhadores, mesmo os raros prisioneiros, um dos motivos de sua prosperidade. "As senhoritas não foram bem sucedidas no trabalho de hoje", disse um dos soldados ao mesmo tempo que lançava olhares de luxúria sobre os corpos exaustos de Dona e Belle, que tremiam e tremiam "Acho que podemos resolver isso", continuou, agora acaricinho suas peles alvas. Todos esperavam segurando o medo, acho que nem respiravam e eu apenas observava. Damien - tire suas mãos imundas de cima delas...a voz rouca soou muito mais como uma advertência do que como um pedido deixando nítido que, se ele não fosse atendido, o circo iria pegar fogo "E o que o senhor regente ou melhor, o mais podre dos prisioneiros, pensa que pode fazer para impedir?", o ousado soldado, o mesmo que me dera a notícia dos novos prisioneiros se atreveu a cuspir em resposta. A minha vontade era de cutuca-lo ou chamar sua atenção de qualquer forma, acho que ele realmente não tinha percebido que aquele poderia sim ser o pior dos prisioneiros, como ele acabou de dizer, mas era o principal brinquedo do rei e mesmo tendo dó, eu não iria correr o risco de ganhar uma advertência porque um soldado não conseguiu guardar sua prepotência dentro do uniforme. Os olhos do homem simplesmente explodiram a raiva que guardava e ele saltou em ímpeto para cima do oponente, conseguindo pegar em um rápido golpe, a espada embainhada e matando aquele que não era suficientemente digno de enfrentar o Regente. Não houve tempo para nada, o prisioneiro era rápido e soldado despreparado Todos ficamos em alerta, muitos foram necessários para conter a fúria daquele homem e eu senti medo, muito muito medo. Mas, mais que isso, sentia raiva, não pela morte daquele soldado, mas pelo pânico sentido por aquelas mulheres. Já era suficiente sua agonia por estar naquele lugar e todos estavam em empenho para tornar tudo mais difícil Aurória, Aurória, rápido, a princesa te chama... Beatrice dizia aos berros o que me obrigou a ocasião, mas não antes de observar os olhos dele...ódio e mais ódio...eu sabia que dias ainda mais difíceis viriam para aquelas mulheres, mas principalmente para aquele ex-regente.... Princesa Vitória estava em toda pompa sentada próximo a janela que dava vista a um esplêndido jardim, aquilo lhe trazia calma, trazia a leveza que eu esperava ver naquela princesa. Ao me ver desfere seu lindo sorriso, e vejo que hoje, ao mesmo hoje a beleza e delicadeza da princesa Vitória se encontrava presente
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