CAPITULO II- Jardim

3665 Words
Quando acordei sentir um leve aroma cheiroso no momento não me lembrava o nome do que era, mas o conhecia de algum lugar, estava por todo quarto, a porta havia acabado de ser fechada já era dia novamente, levantei fiz minhas higienes e quando estava fechando o vestido cheio de botões nas costas, Hortência apareceu abrindo a porta do quarto sorridente,  com uma bandeja de café da manhã nas mãos, cheia novamente. - Já vi que a sua missão aqui é me deixa gorda igual a uma porca. - Ela sorriu - Queria que todas as mulheres nesta casa tivesse o seu humor Helena. - Também não é pra menos, vocês não dão o que elas querem, urram, berram pedindo por mais e vocês não dão, pelo amor de Deus deêm um homem para cada uma dessas mulheres, por favor. - Ela continuou rindo, colocou a bandeja de café na penteadeira, começou a fechar o vestido nas minhas costas. - Haverá uma cerimônia muito importante e o senhor me perguntou se você está pronta para ir com ele. - Eu? Vou pedi ajuda na primeira oportunidade que tiver de colocar os pés fora dessa casa com certeza.- Falei animada, quase me engasgando no meu próprio sorriso. - Então irei considerar que você não está pronta Helena.- Franzi as sobrancelhas, eu estava quase me esquecendo que a Hortência era funcionária dele. - Não, por favor não faça isso, Hortência. - Segurei suas mãos, quase suplicantes aquela era minha oportunidade de escapar. - Não farei, lá ninguém irá reconhecer você e você também a ninguém, entre você e as outras acho que você é a melhor para acompanhá-lo, ele achou estranho, mas eu o incentivei a aceitar sua companhia. - Hortência! Tá louca? Ele aceitar a minha companhia eu nunca que iria querer ser acompanhada por esse sequestrador i****a. Quero que ele se exploda, ele vai pensar que eu quero corteja-lo como as outras. - Mas estou vendo que estava completamente errada sobre isso Helena, pensei que entre todas, você seria a que mais agradaria a ele na companhia, é fina, culta e educada, animada, divertida e além disso vocês falam línguas totalmente diferentes é bom para ir se acostumando um com o outro.- Pensando em línguas diferentes me animei, poderia xinga-lo e ele não iria entender, mas p***a e o meu pedido como entenderia? - As outras pelos menos são humanas? Se eu sou tudo isso, desse jeito não quero imaginar as outras mulheres. - Acho você mais bela que as outras, tem uma maior semelhança com as mulheres do nosso país que as demais. - Pra mim tanto faz, isso terá horas contadas mesmo. - Sentei na cadeira perto da penteadeira comecei a devorar uma fruta estranha muito saborosa, elas sempre vinha no café da manhã. Enquanto Hortência pegou a escova e mais uma vez escovando meus cabelos. - Você gosta dele não é?- Ela me olhou confusa- De quem eu gosto?- Eu rir meio que me sujando com o líquido roxo da fruta a expressão dela era muito engraçada. - Do meu cabelo.- Ela assentiu observando enquanto penteava. - Acho que são muito bonitos, sua mãe deve ter cuidado bastante deles. - Coff Coff-  tossi quase engasgando.- Minha mãe? Cuidar dos meus cabelos? Não, eles são naturais e puxaram aos dela, o meu e o da Louise.- Não quis desmerecer a minha mãe mas a vida da dona Juliana já era muito corrida, para cuidar dos nossos cabelos. - Louise? Bonito esse nome. - Eu sorrir no automático tudo na minha irmã era bonito. - É Heloise, mas a chamamos de Louise, sapeca igual uma peste se estivesse aqui no meu lugar esse casebre teria ido ao chão faz tempo. - Ela é pior que você?- Assenti pegando um pedaço de pão recheado, mordi logo em seguida respondi de boca um pouco cheia. - Muito, muito pior, sabe aqueles furações que dá no deserto que leva as areias? - Vi Hortência leva a mão na boca assustada. - A Louise é muito pior. - Falei rindo, vendo as expressões faciais da minha acompanhante. - Que bom que o Salim escolheu você e não ela, Alah nos abençoou e muito nessa escolha. - Fiquei parada ouvindo ela falar sobre o homem que me mantinha em cativeiro, agora sabia que seu nome era Salim. - Não ia ter pessoa que aguentasse ter que recolher os pedaços das coisas neste quarto. Bebi o chá, notei que tinha borras dentro fazia alguns dias e eu já estava passando a gostar daquilo, mastigava os caroços depois. - Na verdade, eu prefiro que ele tenha me trazido pra cá, ao invés da minha irmã ela é muito mais sensível que eu já passou por alguns traumas. Hortência fez uma trança enorme no meu cabelo, depois sentou-se na cama.- Acho muito bonito o jeito que você fala da sua família Helena, vejo amor em seus olhos. - Me olhei no espelho e admirei a trança muito linda que estava nele. - Linda é essa trança que você faz, nossa eu quero aprender como faz uma dessas. - É fácil demais, as outras não gostam que prendam seus cabelos, nem mesmo que eu toque fazem de tudo para atrair a atenção dele. Enquanto que você não o conhece posso continuar fazendo amizade com você, mas quando vocês conhecem ele, tudo muda em vocês. - Eu não quero conhecer esse homem, ele pode ficar todo para elas, faço questão de deixar cada milímetro de seu corpo para cada uma dessas mulheres. - Levantei dando de ombros e ela riu do meu biquinho. - Eu quero é sair daqui, ver minha família e tocar pra eles. - Você dança? - Eu ri um pouco tímida.- As vezes nas festas de família, sou uma mistura de Brasileira com Chilenos sabe Hortência, a festa tá no sangue, minha mãe é organizadora de eventos. - O que você dança?- Olhei para ela que me olhava curiosa.- Samba, pagode, funk, o que tocar eu danço. - O senhor vai adorar saber isso...- Oxe! Nem ouse dizer sobre isso pra ninguém.- Falei com as mãos no quadris igualzinho a minha avó Paula, baiana nata. - Porque? Se os homens se alegram quando as mulheres dançam para ele, ficam felizes e dão muito presentes. - Kakkakaka me poupe Hortência, dançar pra ganhar presente? Eu tenho uma mãe bilionária e um pai milionário, ainda tenho o tio Júlio, que pode me dá o que eu quiser. Dançar pra agradar homem, tá doida?- Ela levantou parecendo não gostar do que eu disse. - Helena hoje você pode andar pelo jardim, pela casa, apenas desse lado, o outro lado é das outras mulheres por enquanto.- Olhei para ela com os olhos lacrimejantes como uma criança, havia um mês que não podia sair para qualquer lugar. Hortência pegou a bandeja saiu do quarto eu a seguir andando pela casa escura com tons de preto e branco, cinza, a escada de mármore preto como todo o chão. Ela me deixou na sala  entregou a bandeja com as sobras de café para uma mulher com os cabelo coberto no corredor, a mulher me olhou e quando notou que sua chefe lhe olhava abaixou a cabeça. Vi Hortência brigar com ela em uma língua estrangeira, depois outra apareceu com um pequeno pano de cetim nas mãos. Hortência colocou em volta do cabelo como um lenço depois prendeu em algo embaixo no pescoço. - Hortência? Porque as mulheres não podem mostrar o cabelo aqui na casa?- A mulher saiu do corredor e Hortência veio em minha direção com outro lenço azul fez o mesmo em mim. Depois de fazer inúmeras perguntas para ela, que apenas ficou em silêncio, saímos da casa de braços dados. Passei pela porta enorme de madeira, querendo sair correndo daquela casa, fizemos o percurso do caminho de pedras quando coloquei meus pés no jardim, duas mulheres também cobertas me olhavam do portão da outra casa, uma com os olhos verdes, outra com os olhos azuis. - Quem são elas?- Perguntei vendo que o lenço era assunto proibido para nós duas. - Submissas.- Vi a amargura nos olhos de uma que me olhava muito, depois falando com outras duas mulheres, todas elas falava a mesma língua que Hortência com as empregadas. - Porque aquela fala como se estivesse brigando com as outras, que idioma é esse, misericórdia! Hortência colocou a mão em meu ombro me levando para o outro lado longe, chegamos ao jardim de tulipas vermelhas, logo vi o homem que estava ali o tempo todo me vigiando. Desta vez ao me ver ele abaixou a cabeça. - Safado, homem é tudo igual quando estou na janela ele fica me olhando, até mostrei minha calcinha pra ele. - Helena, você não fez isso, fez?- Assenti, problema era dele por ter olhado, Hortência me deixou parada perto do Jardim, fiquei cheirando as tulipas maravilhosas sentindo a maciez das pétalas em meu rosto, vendo ela conversar em língua estranha com o homem branco. Pareciam estarem brigando assim descobrir que ele não era mudo muito pelo contrário, falava mais que cigano quando perdia dinheiro em apostas, Hortência voltou muito aborrecida.- Você nunca mais ouse olhar para ele, está me ouvindo Helena? - E o que tem eu olhar para ele? Deve ser tão feio quanto o seu Senhor, nenhum dos dois me interessa, tenha certeza.- Ela falou algo parecendo um xingamento e sorriu do nada para mim. Nós andamos pelo jardim, que para minha surpresa era enorme, tinha mais variedades de tulipas, corri, andei, suei por aquele lugar. Quando o sol estava lindo, uma mulher apareceu com uma bandeja nas mãos cheia novamente. Hortência pegou nas mãos dela, depois a dispensou com alguns gritos. - Que língua é essa que você fala com elas Hortência?-Ela colocou a bandeja na grama, sentei ao seu redor, mas Hortência me puxou pelo braço para levantar, estendeu um pano muito branco e bonito, depois nós sentamos nele colocou a bandeja com comida em cima. - Ainda é cedo para você saber dessas coisas, Helena, mas me prometa que você nunca mais irar para a janela se mostrar para ele.- Sorrir levando uma bebida diferente a boca, deixando um pouco sujo acima do meus lábios e ela limpou com a mão em seguida fiquei em duvida de qual fruta seria aquilo. - Não se preocupe não gosto de homens, se você é apaixonada por ele, eu nunca quis ele pra mim. - Helena como assim não gosta de homens? Os homens são os únicos que podem dar uma vida melhor para nós mulheres. - Isso é machismo Hortência, eu posso ter a vida que eu quiser com ou sem qualquer homem.- ela riu alto, fazendo com que o homem olhasse para ela, que logo ficou envergonhada peguei uma fruta coloquei em suas mãos, nunca tinha lhe visto comer, sempre ficava me observando. - Você nunca come comigo, sempre faço minhas refeições com você do meu lado, mas nunca come, você pelo menos come?- Ela sorriu levando a fruta a boca, mordendo em seguida. - É chato comer sozinha, na minha casa minha mãe sempre priorizou as refeições em família sentamos todos na enorme mesa da sala de jantar que sempre esta cheia. - Acho que eu ia gostar de conhecer sua mãe, parece ser uma mulher sábia. Sorrir para ela, minha mãe era uma mulher incrivelmente fantástica.- A dona Juliana?- Ela sorriu maleando com a cabeça. - A dona Juliana é incrível, até que tá demorando pra ela me encontrar aqui. - Sua mãe não vai te encontrar Helena, desculpa te decepcionar mas aqui ninguém vai te encontrar, e  mesmo se encontrar não vão enfrentar o meu senhor pra resgatar você. Mastiguei alguns biscoitos saborosos em seco, olhando para a mulher a minha frente que falava que seria impossível meu resgate. Minha mãe sempre disse que eu era observadora e agora precisava dessa qualidade mais do que nunca. - Vamos caminhar depois iremos subir ou melhor você pode almoçar aqui no jardim se quiser hoje.- Olhei pra ela com uma enorme vontade de avançar em seu pescoço, mas era minha única companhia não podia brigar com ela, poderia me matar envenenada. - O que você preferir para mim estará bom.- Ela notou que eu estava chateada, mas não deu importância por algum motivo eu percebi que ela estava gostando de mim. Caminhamos pelo jardim, até perto da casa em que havia visto as mulheres, que corriam para me ver e cochichavam uma com as outras, falavam alto e até mesmo parecia estar me xingando. Se elas estavam nervosa, eu entendia bem o motivo eu também estava muito estar num lugar sem querer era contra a minha vontade era difícil, se para mim que tinha um pouco mais de um mês, imaginei para elas que já tinha um ou mais anos. Os olhos verdes fixos em mim, agarrando a grade com muita força, vi a mulher falar algumas coisas e Hortência falar mais para ela, simplesmente a abracei e saímos andando de volta para a casa em que eu ficava, chegando a frente notei que não era uma casa, era um palácio como aqueles visto em filmes, muito bonito, mas para mim nem tanto quanto a minha casa. - Gostou? - Hortência me perguntou vendo que meus olhos ia de um lado a outro percorrendo o castelo. - Sim, é lindo, mas os dois lados tem acesso?- Ela olhou para onde eu apontei coçou a cabeça.- Tinha, mas o Senhor fechou a algum tempo, e acredite você não iria gostar nada de estar junto com elas do outro lado. - Nem eu, já me basta a Louise e o Saulo brigando a vida toda, aguentar mulheres agora é demais pra mim. - Agora temos que entrar.- Olhei para os arredores, um carro preto bastante chique entrava na garagem do outro lado, as janelas fechadas. O segurança me olhava fixamente, como se pedisse pra que eu entrasse, acompanhando o puxão de braço de Hortência entramos na casa, ainda na sala vi algumas mulheres correndo para se esconder de nós. Olhei para cima, uma criada ia descer as escadas, mas se escondeu em um quarto rapidamente. - Vamos para seu quarto? - Meu quarto? Você não disse que eu ia ficar hoje pela casa?- Hortência me olhou depois para o quarto em que a criada se escondeu. - A tarde você poderá fazer isso, agora é melhor ir para seu quarto. Subi as escadas chateada, tinha um piano na sala se as mulheres do outro lado podiam tocar, porque eu não podia? Entrei no quarto me joguei na cama já forrada, o quarto parecia ter sido limpo. O cheiro de lavanda no ambiente era bastante diferente do que sentir pela manhã, esse não tinha cheiro de madeira acanelado. Sentindo um negócio apertar meu pescoço lembrei do lenço que Hortência havia me colocado na cabeça, tirei aquele negócio rasgando, atirei na penteadeira, nem comemorei minha cesta, seria de três pontos. Deitei novamente na cama, fiquei pensando em tudo que havia descoberto pela manhã. No meio do meu pensamento, senti uma saudade de casa, do abraço da minha mãe, dos meus irmãos, meus avós, dos meus tios até mesmo do meu pai e da tia Cami, eu senti falta, as lágrimas começaram a descer sem controle, peguei meu diário comecei a escrever o quanto sentia falta deles e o quanto eles são importantes para mim. Até mesmo da Cleide eu estava sentindo falta naquele momento, as lágrimas descendo caindo no caderno, turvando minhas letras, tudo que eu precisava era de um abraço da minha mãe, era o meu melhor remédio.  Enquanto escrevia e chorava, Hortência apareceu no quarto novamente, eu a ignorei se ela estava ali também era culpada por tudo.- Helena porque está chorando?- Continuei escrevendo no caderno e ignorei. - Não quer me dizer o porquê? Se for pelo o que as outras disseram, não se preocupe, elas não o tem. - Eu quero que elas que ele que todos se danem nesse lugar, eu quero ir para casa.- Falei gritando, chorando por não ter minha mãe.- Eu não quero esse homem, eu o odeio eu não nasci pra bajular ninguém. Hortência ficou de pé no mesmo lugar meio que assustada parecendo que não me conhecia, quando desabei no choro ela me abraçou começou a me consolar. Quando saiu do quarto, entrei no banheiro, era assim que a minha mãe me acalmava debaixo do chuveiro na água, tomando banho. As lágrimas continuaram a descer, eu nem percebi que ainda estava de vestido. Hortência entrou no banheiro com um copo numa bandeja, me vendo debaixo do chuveiro se aproximou do meu lado, passando a mão na minha cabeça.  Cantou uma canção em outra língua muito bonita eu olhei para ela, aquela música de certa forma era familiar para mim, uma sensação de paz me invadiu de repente, ela desligou o chuveiro me ajudou a me enxugar, me vestiu um roupão cor de rosa. - Eu preciso te dizer algo, eu odeio rosa.- Ela me olhou meio confusa.- Tem certeza disso? Todos nós sabemos que é sua cor preferida, aliás de toda garota ocidental. - Eu não sou como toda garota ocidental. - Ela me levou para a cama passou um óleo em meus pés, massageando após beber todo o conteúdo quente do copo, eu adormeci naquele momento tão tranquila. Tive um sonho, onde minha mãe estava sentada assistindo um concerto num enorme teatro, depois vi meus irmãos Saulo, Heloíse, Helena, Saymon ainda adolescente, meus tios, meu pai, meus avós, senti uma angústia ao não me ver com eles. Tudo estava escuro, o barulho enorme do outro lado, pessoas andando de um lado para o outro, correndo, gritando eu apenas ouvia e não me via ali. Naquele momento eu acordei desesperada, vi apenas a sombra de alguém na porta, saindo do meu quarto o cheiro forte de perfume canela pelo quarto, um buquê de tulipas vermelhas sobre a penteadeira. Fique sentada tentando entender o sonho que eu tive, será que eu tinha morrido e estava no inferno e minha família ia assistir a minha vida na terra? Enquanto pensava, Hortência entrou no quarto novamente com uma bandeja. Olhei para a janela fechada, o edredom na cama desarrumado fixei meus olhos nas flores vermelhas, depois na mulher que vinha em minha direção com o semblante preocupado. Levantei da cama para fazer minhas higienes. - Bom dia Hortência.- A cumprimentei com um sorriso. - Bom dia minha querida, como você está?- Olhei para ela pelo chamado tão carinhoso. - Bem, estou bem e você?- Ela sorriu de leve. - Soube que você teve pesadelos a noite toda, é verdade? - Olhei para a janela, depois para a cama em seguida para Hortência.- Como assim você soube? - Sabendo, coisas que apenas um semblante cansado pode dizer. - Não dá desculpa Hortência, você não quer me dizer que ele, não... não...- Olhei para o roupão que parecia estar muito amassado. - Não se preocupe o meu senhor não teria coragem de fazer o que você está pensando. - Acho bom, porque na primeira oportunidade que eu tivesse... - Você com certeza arrancaria suas bolas.- Eu olhei para ela séria.- Que bom que já decorou, eu vou arrancar as bolas dele. - E depois se lamentará por ele não poder lhe dar filhos. - Voltei por cima do calcanhar do banheiro. - E quem quer dá filhos a um sequestrador? Elas querem isso?- Apontei para a casa ao lado bastante curiosa. - Sim, elas querem dar-lhe muito filhos, quem engravidar primeiro dele, se tornará sua primeira esposa. - Que idiotice, que bom! Pois eu nunca vou lhe dá filhos. - Vá logo se ajeitar para tomar café, Helena, antes que Alah desça pessoalmente e te castigue por suas blasfêmias. Entrei para o banheiro e pela fechadura vi Hortência orientar uma criada que saiu de algum buraco arrumar a cama, trocar os lençóis de rosa para azul claro. Terminei minha higiene e nenhuma delas estava no quarto. Meia hora depois Hortência voltou ao quarto, estava escovando meu cabelo ela pegou a escova da minha mão meio emburrada. Escovou em silêncio, sem falar e cantar nada, eu também não falei, deixei o ciclo correr. - O Senhor liberou a casa para você conhecer, você pode andar por alguns cômodos, mas não ouse ir a cozinha.- Olhei para ela esboçando um largo sorriso. - Mas não abuse, o castigo poderá ser muito grande.  Parei de sorrir, peguei meu lenço na cômoda, mas a Hortência fez que não com as mãos, larguei na penteadeira novamente feliz descemos as escadas, as criadas estavam de pé a minha espera, olhei para cada uma todas elas com seus lenços.- Hortência o que é isso? - O meu senhor quer que você conheça todos os criados, a partir de agora você não poderá mais ficar sozinha comigo, mas para falar com eles somente por mim. - Não entendi p***a nenhuma do que ela disse, se não posso ficar sozinha com ela, mas somente por ela posso falar com eles não dá no mesmo? - E porque isso?- Ela deu de ombros, descendo as escadas comigo de mãos dadas. - Acho que ele está pensando que temos algum envolvimento amoroso, não sei o que ele pensa. - Kakkakaka eu e você? Esse homem só pode ser louco- Eu ri, notando que uma das criadas me avaliava com olhos julgadores, me analisava de cima abaixo como as garotas do ensino médio nas primeiras semanas de aula, depois todos se agacharam para mim como se eu fosse uma majestade ou alguém da realeza. - Quem são eles? Meus criados Hortência?- Falei girando o dedo indicador na direção deles , Hortência olhou para mim percebendo meu sarcasmo expresso na cara. - Todos para servir a vontade do nosso Senhor. - Nosso? Ele não é meu senhor e nunca será.- Ela sorriu, acredito que agradecendo por eles não entender a minha língua. - Veremos!
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