— Pensei que você não voltaria — disse, recebendo Túlio na sala com um misto de alívio e apreensão.
— Quase não voltei — ele respondeu secamente. Eu respirei fundo, buscando em mim mesma a força para abraçar sua cintura, tentando aliviar a tensão entre nós. “Como chegamos a esse ponto?”, questionei internamente, sentindo saudade da leveza, que um dia coloriu nosso relacionamento.
— Por quê, meu amor? — Perguntei, sentindo seus braços envolverem meu corpo, em um gesto que parecia mais obrigatório do que carinhoso.
— Não queria mais discutir — ele murmurou, retribuindo meu beijo com uma frieza que me deixou desconfortável.
— Eu também não quero discutir — respondi, buscando em seu olhar algum sinal de compreensão. — Não gosto de brigar.
— Está tudo bem, July — ele falou, mas havia um traço de impaciência em sua voz. — Eu ainda não consigo entender essa sua palhaçada de virgindade, mas vou tentar respeitar seus motivos, por mais bestas que sejam. Só espero que não me faça esperar muito.
— Eu só não quero fazer por pressão. Quero que esse momento seja especial — disse, tentando transmitir a ele minha sinceridade e meu desejo por um momento verdadeiramente significativo.
Ele segurou meu rosto, me olhando com uma intensidade que quase me convenceu.
— Eu sei como fazer esse momento ser único, July. Eu serei carinhoso, te prometo. Para mim, será especial, simplesmente porque você aceitou.
As palavras de Túlio pareciam certas, mas algo dentro de mim hesitava.
— Eu tenho certeza que sim, meu amor, mas ainda quero esperar um pouco mais. Quero ter certeza de que não vou me arrepender.
— Você se arrependeria de quê? Por acaso não tem certeza de que me ama? — Ele questionou, se afastando um pouco, seu olhar agora carregado de frustração.
— Não é isso. Não diga besteira — tentei me aproximar novamente, mas ele permaneceu distante.
— Então por que tem medo de se arrepender? — Ele insistiu, e eu senti a tensão crescer entre nós.
— Porque não quero fazer algo apenas por fazer, para te agradar. Tem que ser o momento certo, algo especial.
Ele suspirou pesadamente, claramente irritado.
— Não quero mais falar dessa merda, July. Hoje eu não vou insistir, senão vou me estressar ainda mais. Faça o que quiser.
— Não precisa ser grosseiro, Túlio. Eu só quero conversar, não brigar — disse.
— Eu não quero conversar nem brigar. Eu queria trans@r com minha namorada, mas ela é muito fresca.
— Não fale assim. Você sabe que não gosto quando me trata desse jeito — falei, sentindo-me cada vez mais desamparada.
— Deixa de ser chata. Eu que deveria estar bravo, não você — ele rebateu, sua voz carregada de irritação.
— Eu não estou brava. É o seu tom agressiv0 que me incomoda. Não precisa ser assim.
— Vai à merd@, July. Estou cansado e não quero mais discutir. Vamos dormir ou prefere que eu vá embora?
— Eu não entendo você — falei, sentindo uma mistura de tristeza e confusão. — Às vezes você é tão carinhoso, outras vezes me trata tão m*l.
— Vamos dormir ou não? Se continuar com essa conversa, eu vou embora — ele disse, impaciente.
Respirei fundo, sentindo-me exausta com aquela discussão.
— Está bem, vamos dormir, Túlio.
Seguimos para o quarto em silêncio. Ele foi tomar um banho, enquanto eu arrumava a cama, meus pensamentos girando em torno da nossa relação e de como ela estava se tornando cada vez mais complicada e dolorosa. O amor que eu sentia por Túlio estava se misturando com dúvidas e medos, e eu não sabia como lidar com essas emoções turbulentas.
Enquanto arrumava a cama, as palavras dele ecoavam em minha mente. Sua impaciência, seu desejo conflitante com o meu, tudo isso criava um abismo entre nós que eu temia não ser capaz de superar.
Poucos minutos depois, Túlio deixou o banheiro e, com uma ponta de reclamação na voz, disse:
— Não quis vir tomar banho comigo? Te esperei, pensei que iria pelo menos tentar me agradar de algum jeito.
— Por favor, não vamos começar tudo de novo. Quero que a gente fique bem, sem briga — respondi, tentando manter a calma e a paciência.
— Tudo bem! Vamos apenas deitar e dormir — ele falou, com um tom de serenidade em sua voz.
— Então vem — disse, oferecendo-lhe um sorriso conciliador. Peguei sua mão e o conduzi até a cama. — Não vamos mais discutir. Vamos tentar dormir em paz — pedi, buscando algum conforto em sua presença.
— Você quem manda — ele respondeu, com um leve tom de ironia.
— Quem dera — sorri, tentando aliviar a tensão. — Você é muito complicado, mas eu gosto de você — confessei, beijando seus lábios brevemente antes de me acomodar na cama.
— Vai ficar deitada assim? — Ele perguntou, com uma curiosidade dissimulada.
— Qual o problema? Quero ficar olhando para você — disse, mantendo o sorriso.
— Quero pelo menos te abraçar. Já que não podemos t*****r, pelo menos dormir de conchinha com minha namorada. Posso? — Ele ironizou, e eu não pude evitar revirar os olhos.
— Sua sorte é que eu gosto de você, Túlio, porque você me estressa tanto, mas tanto — falei, entre um misto de afeto e irritação. Finalmente, ele sorriu e beijou meus lábios brevemente.
— Vira e chega pra cá. Quero sentir seu corpo — ele disse, virando meu corpo gentilmente, abraçando minha cintura e puxando-me para perto de si.
— Boa noite, meu amor — murmurei, sentindo seu calor contra meu corpo.
— Boa noite, July — ele respondeu.
Deitada ao seu lado, eu me perguntava sobre o futuro do nosso relacionamento, sobre as incertezas e os medos que nos cercavam. A conexão que antes parecia tão forte entre nós, agora parecia frágil, quase inexistente. Eu sabia que precisava tomar uma decisão, precisava entender o que realmente queria e o que era melhor para mim. Mas, naquele momento, tudo o que eu podia fazer era deitar ao lado dele, esperando que a manhã trouxesse alguma clareza para os meus sentimentos confusos.
Ficamos em silêncio, eu tentava dormir, mas infelizmente estava difícil, já que Túlio beijava meu ombro a todo momento, enquanto sua mão lentamente deslizava entre minha barriga, meu quadril e coxas. Sei que esses carinhos significam que ele deseja ir mais longe, algo que eu já insisti que não desejo, não agora.
Sua ereçã0 crescia contra meu corpo e eu sei que, se isso continuar, teremos uma nova discussão.
— Túlio, por favor, vamos dormir — pedi calma, não quero brigar a essa hora.
— Por que você não acredita que eu posso fazer esse momento ser especial para você, minha princesa? — Ele beijava meu ombro e deslizava a alça da minha blusa. — Deixa eu te mostrar… me deixa ser o seu primeiro — a malícia em sua voz era evidente.