Tenho costume de dormir com camisola ou short doll curto, mas hoje, como Túlio está aqui, decidi dormir com uma roupa comum, um short mais longo e uma blusa de alça, porém com tecidos mais leves.
— Eu tenho certeza que você pode fazer isso, mas eu não quero precipitar — infelizmente sou obrigada a repetir a mesma conversa de sempre.
— Amor, já nos conhecemos há seis meses, estamos namorando há cinco, não estamos nos precipitando em nada, já passou da hora de rolar algo entre nós. Eu sou homem e tenho minhas necessidades, quero que você me satisfaça. Não quero uma namorada só para beijar na boca, quero uma namorada pra f0der com ela — sua frase me deixou irritada. Ele sabe o quanto detesto que ele fale assim comigo, não sou obrigada a satisfazer a ninguém sem sentir desejo.
— Eu sei, sei que quer me f0der Túlio, mas não vai rolar nada hoje. Por favor, respeite isso — fui firme e deixei ele mais uma vez frustrado.
— Então chega pra lá, July. — senti meu corpo ser empurrado sem suavidade. — Não tem como eu dormir com você assim, sem sentir vontade de te comer. Que chatice, viu — sentei na cama e olhei para ele chateada, respirei fundo, levei as mãos no rosto e tentei controlar meu nervosismo.
— Eu odeio quando você fala assim comigo. Quando me trata como se eu fosse qualquer uma. Eu não sou qualquer uma para você falar desta maneira comigo, eu sou sua namorada e exijo respeito.
— Chega, July! Vamos dormir porque eu não aguento mais falar com você hoje. Você broxa qualquer homem — ele virou as costas para mim, eu respirei fundo e deitei de costas para ele. — Se eu soubesse que você ia continuar com essa frescura, tinha ido para casa f0der uma put@ — engoli seco, com as lágrimas querendo escorrer pelo meu rosto, suspirei fundo e sentei novamente na cama.
— O que é, hein Túlio, está comigo por quê? — Ele sentou e me olhou sério.
— Para te f0der! — Gritou e a vontade de chorar veio mais forte. — É isso que eu quero com você, July. Mas eu estou de saco cheio dessa conversa. Você age como se tivesse quinze anos, você já é uma mulher, quer esperar mais o que pra abrir essas pernas?
— Túlio, me respeita — pedi, sentindo um nó na garganta.
— Respeita o c*****o, July, você está na mesma conversa comigo há seis meses, quer o que, p***a! Eu sou homem.
— Não está satisfeito, é simples, podemos terminar — esbravejei.
— Agora? — Ele começou a rir, de repente seu semblante mudou, seus olhos escureceram, ele ficou bravo e apertou meu rosto com força. — Pensa que sou o****o? Quer terminar comigo para t*****r com outro? — Por instinto, levei as mãos por cima da dele.
— Solta, tá me machucando! — Pedi com a mão ainda por cima da dele.
— Cala a boca e vai dormir antes que eu perca a paciência com você — me empurrou forte antes de soltar meu rosto, minha mão acariciou onde ele apertou. Túlio deitou de costas para mim. Com meus olhos cheios de lágrimas e uma vontade tremenda de chorar, deitei no meu lugar, me mantendo o mais distante possível dele.
Não gosto de discutir com Túlio, mas esse assunto sempre gera esse tipo de discussão entre nós. Já pensei várias vezes em terminar nosso namoro, mas sempre que ao menos comento sobre isso, ele fica agressivo.
Essa não é a primeira vez que ele faz isso, quando algo não lhe agrada, é assim que ele reage, apertando meu rosto, braço e até meu pescoço. E é por isso que eu não desejo perder minha virgindade agora.
Às vezes, sinto que estou à beira de um colapso, prestes a explodir a qualquer instante. Não conto tudo para Cristine; ela já tem uma opinião formada sobre Túlio e temo que, ao compartilhar esses dilemas com ela, possa incitá-la a confrontá-lo.
Após alguns minutos, Túlio decidiu se virar novamente para o meu lado, sua mão envolveu minha cintura. Respirei fundo, mas não esbocei nenhum tipo de reação, não quero mais brigas, por hoje chega.
Na manhã seguinte, acordei chateada, mas precisava enfrentar o dia e Túlio. Levantamos cedo e, enquanto preparava o café, podia sentir a tensão entre nós. Ele parecia distante, perdido em seu celular. O silêncio na cozinha era palpável, interrompido apenas pelo som dos talheres e xícaras.
— Desculpa por ontem à noite — ele finalmente quebrou o silêncio, mas suas palavras soaram vazias para mim. Eu olhei para meu café, evitando seus olhos, e assenti com a cabeça, sem conseguir esconder minha frustração.
— July, fala comigo. Você sabe que não tenho paciência com frescuras — ele continuou, sua voz aumentando um pouco em volume.
Respirei fundo, sentindo uma irritação crescente, mas me contive para não agravar a situação.
— Tudo bem. Desculpas aceitas — falei, friamente.
— Não parece — ele retrucou, batendo o copo na mesa. Sua atitude me fez pular de susto. — Olha pra mim, July. Que c*****o! — Gritou, claramente frustrado.
— Eu não quero brigar, pode por favor me deixar em paz? — Falei, sentindo meu coração acelerar, com o tom elevado de sua voz.
— Nem eu. Por isso pedi desculpas, mas você parece gostar de implicar comigo — ele disse, seu tom se suavizando um pouco.
— Podemos terminar nosso café em paz, por favor? — Pedi, sentindo uma mistura de alívio e ansiedade quando ele concordou.
Após terminarmos nosso café em um silêncio desconfortável, Túlio se levantou e se aproximou de mim. Ele estendeu a mão e me puxou para um abraço, que, ao contrário da noite passada, pareceu mais sincero.
— Me desculpa, July. Não quero brigar — ele disse, erguendo meu queixo delicadamente para me fazer olhar em seus olhos. — Eu gosto de você, mas fico irritado com algumas das suas atitudes.
— Não gosto de como você me trata às vezes — falei, tentando transmitir meu ponto de vista.
— Você precisa entender que eu sou homem. Estamos juntos há seis meses e eu sinto tesã0. Quero f********o com minha namorada, poxa! O que tem de errado nisso? — Ele explicou, mas suas palavras soaram mais como uma desculpa do que um argumento válido.
— Ainda essa conversa? Vamos discutir de novo? — Perguntei, já prevendo outra discussão.
— Não, não vamos. Mas, por favor, pense no meu lado também. Eu só quero ser o seu primeiro — ele disse e eu concordei, mesmo que não estivesse completamente convencida.
— Tudo bem, eu também não gosto quando discutimos. Prefiro quando estamos bem — respondi, sentindo-me um pouco mais aliviada.
— Não vamos mais brigar, fique tranquila. Estamos bem — ele falou, sua voz agora carregada de carinho.
— Certeza? — Perguntei, sorrindo levemente.
— Sim, estamos muito bem — ele confirmou, beijando-me com suavidade. — Casais se desentendem, é normal.
— Você dormiu bem? — Perguntei, tentando mudar o assunto, enquanto ele pegava seu celular.
— Surpreendentemente, sim, achei que seria mais difícil, mas foi tranquilo — ele respondeu.
— Que bom. Já está indo embora? — Perguntei, observando ele pegar suas chaves.
— Sim, meu amor.
— Agora que estamos nos entendendo? Fica mais — pedi.
— A tarde eu volto — olhei para ele com dúvida.
— Você vem mesmo ou está falando isso apenas por falar?
— Eu venho! — Afirmou, se aproximando. Ele segurou meu rosto carinhosamente e beijou meus lábios.
— Vai dormir comigo? — Perguntei, amável.
— Vamos ver. Eu não quero brigar, mas talvez eu venha para dormirmos juntos — ele respondeu, beijando-me novamente, antes de se despedir e sair.
Fiquei ali, assistindo-o partir, com um turbilhão de sentimentos. Apesar de suas desculpas, eu não podia deixar de me sentir insegura e confusa com relação ao nosso futuro.