Capítulo 31

1136 Words
July: Após a discussão com Túlio, decidi que precisava mesmo de um tempo ao ar livre para respirar e clarear meus pensamentos. Ele havia sido tão e******o e bruto comigo. Ultimamente, Túlio está se comportando de maneira insuportável, agindo como um completo i****a. Ele sempre diz que vai esperar pelo meu momento, que vai respeitar minha decisão, mas de repente, sem mais nem menos, muda de atitude e começa tudo de novo. A instabilidade dele está me fazendo gostar cada vez menos dele; nosso namoro simplesmente não está mais funcionando. Parece que eu estou lutando sozinha para manter nosso relacionamento, mas cheguei ao meu limite. Não consigo mais suportar isso. Túlio tem falhado comigo repetidamente, e eu relevei muitas coisas – suas grosserias, falta de respeito e até traições. Mas ele nunca faz nada por mim, pelo contrário, só me trata m*l e me oprime. Sei que para ele pode ser frustrante esperar para t*****r comigo, mas Túlio não faz nada para que eu mude de ideia, ele não faz absolutamente nada para que eu me sinta à vontade em relação a isso. Eu peço que ele me faça sentir desejo, nunca o proibi de me tocar, mas ele quer forçar a barra, sempre fazendo isso nos momentos errados. Sempre deixei claro a ele que me entregaria quando sentisse vontade, prazer, mas como posso desejar alguém que só me trata m*l? Nosso relacionamento está cada vez mais complicado, deteriorando-se a cada dia. Estou exausta de brigar e isso só desgasta, ainda mais, um namoro que já está por um fio. Se Túlio fosse um parceiro verdadeiro, um namorado leal, provavelmente já teríamos avançado na nossa relação, mas ele não é nada disso. E, para complicar ainda mais minha situação, agora tenho Murilo atormentando meus pensamentos. Sinto-me incrivelmente atraída por ele e, por mais que eu tente, não consigo afastar esse desejo. — Está tudo bem? — A aparição de Murilo parecia ser o resultado dos meus pensamentos. Levei a mão ao peito, surpresa ao vê-lo. — Desculpa, July, não queria te assustar — disse ele, gentil. — Tudo bem — respondi, forçando um sorriso. — Não te vi chegando. — Notei, você parecia distraída — ele sorriu de um jeito que só aumentava minha atração por ele. — Quer compartilhar seus pensamentos? Naquele momento, sorri. Como poderia contar a ele que a razão da minha distração era justamente ele? Não, era melhor não compartilhar isso. — Melhor não — respondi sorrindo, em seguida, respirei fundo. — Você está bem, July? — Ele perguntou, preocupado. — Estou, só precisava de um momento para respirar. Às vezes é bom ter um tempo sozinha, mesmo em uma festa. — Entendi. Desculpa incomodar, vou te deixar sozinha, mas se precisar, é só me chamar — ele se virou para sair, mas eu segurei sua mão. — Fica, por favor — pedi, ele olhou para minha mão e depois nos meus olhos. — Eu gosto da sua companhia. — Pensei que quisesse ficar sozinha — disse ele, calmamente. — Mas isso não inclui você — afirmei, soltando sua mão depois de um momento. — Prefiro a sua companhia a ficar sozinha. — Você e o Túlio brigaram? — Ele perguntou, curioso. — Alguma novidade nisso? — Questionei e sorri, um riso sem alegria. Ele respirou fundo. — Sinto muito, July. — Está tudo bem. O Túlio pode ser um pouco complicado às vezes — ele sorriu. — Um pouco complicado? Você está sendo generosa, July. Ele é a própria personificação da complicação — rimos juntos. — É verdade. Ele é muito complicado, e isso faz com que briguemos constantemente. Confesso que estou exausta — confidenciei, enquanto ele me olhava atentamente. — Acho que meu namoro não tem mais jeito — desabafei, suspirando. — Quer falar sobre isso? — Ele perguntou, sempre atencioso. — Talvez outro dia. Não quero estragar sua noite com os meus problemas. — Você jamais estragaria minha noite, July — ele afirmou com sinceridade. — Você é incrível, sabia? — Disse, agradecida, e ele sorriu timidamente. — E você, July, é uma garota muito especial. Nunca se esqueça disso — ele abriu os braços e eu não hesitei em abraçá-lo, sentindo-o beijar o topo da minha cabeça. Ficamos abraçados por um breve momento, até que me afastei. — Obrigada por tudo, Murilo — agradeci. Após, olhei para baixo e suspirei. Murilo gentilmente levou a mão ao meu queixo, erguendo meu rosto para que nossos olhos se encontrassem. Seus dedos acariciavam delicadamente meu rosto e, nesse instante, nossos olhares se conectaram profundamente. Ele alternava seu olhar entre meus olhos e lábios, e essa reação me deixou visivelmente ofegante. Com seus dedos traçando o contorno dos meus lábios, meu coração acelerou involuntariamente, fechei os olhos, absorvendo aquele momento. Murilo aproximou sua testa da minha, acariciando meu rosto com ambas as mãos. Embora soubesse o quanto aquilo era errado, não consegui me afastar. Eu queria permanecer ali, sentindo o carinho dele. Ao abrir meus olhos, os dele ainda estavam fechados. Minhas mãos tocaram seu rosto, após deslizaram para seu peito, quando nossos olhos se encontraram novamente, ele me beijou na testa e me envolveu em um abraço confortador. — Acho melhor eu entrar — Murilo disse, me fazendo recuar. Assenti em concordância. — Me chama se precisar de mim, tá? — Ele disse, e eu assenti novamente, abraçando meu próprio corpo. Murilo começou a se afastar, mas antes de chegar ao portão, voltou, abraçando-me outra vez. Ele segurou meu rosto e beijou o alto da minha cabeça. Fechei os olhos e senti seus lábios tocarem os meus, uma conexão delicada que despertou em mim um desejo profundo. — Não podemos fazer isso — ele sussurrou, e eu assenti, ciente de que era errado. — Mas está cada vez mais difícil resistir, July — confidenciou, com o coração acelerado e a respiração descontrolada. — Não quero que resista — sussurrei de volta, sentindo a respiração dele se misturar com a minha. Seus olhos encontraram os meus, seus dedos mais uma vez desenharam meus lábios. Senti uma leve mordida em meu lábio, que me fez arrepiar por inteira. Eu estava desesperada por seu beijo, ansiando por sentir sua boca na minha. Quando estava prestes a me entregar e capturar seus lábios, a voz de Cristine interrompeu o momento. — Você está aí! — Cristine exclamou, nos fazendo dar um passo para trás, assustados. Engoli seco e umedeci meus lábios. — Preciso entrar — disse Murilo, apressado, indo para dentro da casa. Cristine me olhava com um ar de diversão, enquanto eu ainda tentava recuperar o fôlego, com o coração disparado, incrédula do quanto eu desejei aquele beijo. — Não fala nada, preciso beber — falei rapidamente, segurando a mão de Cristine e a puxando para dentro, sem dar espaço para questionamentos ou insinuações.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD