02- Contas e mais contas

1881 Words
Violeta, Mais uma semana terminando, graças a Deus amanhã é meu sábado de folga bati minha meta do mês e conseguir pegar um sábado em casa, seria o meu sábado da preguiça, se eu não fosse trabalhar em um evento, vou ser garçonete de um aniversário infantil, fazer oque, as contas só aumenta, eu m*l consigo dinheiro pra comprar as coisas que preciso para o curso, sem falar que vou precisar pagar um curso de inglês esse mês. Vejo no grupo do serviço o pessoal avisando que o salário finalmente caiu, nem me ânimo, o dinheiro caí na conta e já saí. Sem falar que ganho tão pouco e com os descontos que sempre tem na folha de pagamento, bate até o desânimo ao ver oque sobrou. Desço no metrô Itaquera, preciso ir em uma loja comprar um sapato novo o meu tá tão velho que fez até um buraco na sola; entro na loja Besni os sapatos daqui são ótimos e o valor é bem em conta, fico olhando nas vitrines, peço dois modelos para o atendente, vou experimentar e ver como fica no meu pé, me sento em uma cadeira que tem no meio da loja e fico lá impaciente esperando ele com os sapatos. Sou a mais baixinha entre as minhas irmãs, até a Antonieta que é mais nova de nós três é bem maior que eu. Meu pai diz que puxei a minha mãe, todo mundo fala que sou a cópia idêntica dela. Calço o número trinta e quatro, sou bem magrinha, na real mesmo nem corpo eu tenho direito, tem tantas meninas de quinze anos com o corpo bem mais avantajado que o meu. O atendente se aproxima, ele vem com três caixas de sapatos na mão, diz que os dois que eu escolhi não tem o meu número disponível. Faço uma careta, ele se ajoelha em minha frente começando a abrir uma caixa de cada vez, diz ele que escolheu os modelos parecidos com os da minha escolha. Experimento os sapatos, até que pego um que achei mais confortável e bonito. Queria levar mais de um par, mas meu dinheiro não daria, mesmo parcelando no cartão de crédito. Vou até o caixa faço o pagamento, pego a sacola com os sapatos e vou saindo da loja, escuto minha barriga roncar, vou até a praça de alimentação e decido comer um McDonald's, meu VR normalmente eu uso pra comprar mistura em casa, mas uma vez na vida gastar com outra coisa não faz m*l. Termino de comer, compro um sorvete e vou feliz da vida enfrentar a fila da lotação, não sei oque acontece com essa linha não, qualquer hora está lotada. Finalmente sou liberada do evento, Dona Rose me entrega os cem reais do dia e mais vinte reais da passagem, vou aproveitar que estou com o passe livre da Antonieta e vou guardar esse dinheiro para outra coisa. Vou andando rápido, o salão é localizado em um lugar bem afastado de tudo, preciso andar reto uns dez minutos para encontrar um ponto de ônibus, graças a Deus, assim que chego no ponto o ônibus passa. O salão não fica tão longe de onde eu morro, é perto do Parque do Carmo. Me levanto do banco, dou sinal, vou andando bem devagar assim que chego na rua de casa, abro meu portão e vejo as duas desocupadas em frente a minha porta. - Finalmente em casa em bonita. - mostro o dedo do meio e ela solta uma risada. - Falei com meu marido. - E o que eu tenho haver com isso? - digo passando a mão em sua barriga que já está enorme. - Ele vai te pagar quinhentos reais, sua passagem, almoço e o hotel que vamos ficar, para você ir comigo. - olho pra ela sem entender É quando me vem em mente, eu achei que ela não iria levar a sério essa idéia. Mas, já que ele quer pagar, vou aceitar. - Tem mais uma coisa. - ela diz com uma voz de riso. - Tem um cara lá que tá precisando de uma visita, vai pagar cinco mil reais. - a quantia me ajudaria bastante em algumas questões. - Que tipo de visita? - Carina me dá um t**a no meio da testa. - Para de ser tonta! Visita íntima né! - faço uma careta de nojo. - Acordo todos os dias as cinco horas da manhã, justamente para não passar por isso. - Eu acordo às onze e meia da manhã todo dia, faço apenas um bico e tenho mais dinheiro que você. - Paloma diz fazendo cara de deboche. - É por que prefere ser sustentada por macho. - solto uma risadinha forçada. Sou do tipo de pessoa que não tem muito paciência, cansada então, aí que ela acaba rapidamente. Deixo as duas lá do lado de fora e vou entrando em casa, vejo Antonieta quieta, deitada no sofá, oque acaba soando vem estranho já que ela não para em casa de jeito nenhum. Me aproximo dela, percebo que está tremendo, coloco a mão em sua testa, tomtom está se queimando de febre. Olho para o chão e tem vômito um pouco mais para o lado, observando bem e ela vomitou um pouco de sangue. - Vem, vou te levar no hospital. - tomtom não é de ficar doente e isso já está me deixando bem preocupada. Ela se levanta com um pouco de dificuldade, peço para a minha prima chamar alguém da rua que tenha carro para nos levar, ela arruma um conhecido do seu marido, entro no carro com a minha irmã, ela encosta sua cabeça em meu ombro, levo minhas mãos mais uma vez em sua testa, a febre não abaixa. Assim que ele para em frente ao UPA 24 horas, agradeço e entrego vinte reais, que é o valor que daria do Uber. Antonieta vai andando com dificuldade, um segurança ver sua situação e vai atrás de uma cadeira de rodas, ela se senta e eu vou guiando até a recepção, dou uma olhada na sala de espera e me assusto com a quantidade de pessoas, no mínimo vamos ficar umas três horas. Pego uma senha, fico esperando a nossa vez para abrir sua ficha, pego o cartão do SUS e RG de Antonieta, assim que o recepcionista me chama, vou até lá e entrego os documentos, ele faz algumas perguntas simples, confirmação de endereço, telefone, me entregou um adesivo com as informações dela e um de acompanhante, vou com ela até a parte de espera, não demora muito e ela é chamada para a triagem, e é agora que o bicho pega, sempre tem apenas um ou dois médicos em atendimento, e de final de semana parece que tudo fica mais lento. (...) Já se passaram exatamente três horas e estamos indo embora nesse exato momento, Antonieta vai precisar fazer alguns exames, foi medicada e vai tomar outros remédios em casa, tentei pegar os remédios que o médico receitou aqui na farmácia da UPA, só que só tinha um, que é o dipirona, ficou faltando três, terei que passar na farmácia e comprar, o dinheiro que ganhei hoje no evento, será usado para a compra dos remédios, graças a Deus fiz esse extra hoje. Já estamos em casa, os remédios que precisamos comprar deu exatamente cento e vinte reais, que era o dinheiro que havia conseguido hoje mais cedo. Entro em um site de uma clínica para tentar marcar os exames que o médico solicitou, não tem como esperar pelo SUS, as vagas são sempre para meses depois e a Antonieta precisa fazer todos esses exames com urgência. Entro na minha conta bancária e começo a fazer os cálculos, esse mês não vou conseguir pagar tudo que devo, a única conta que vou priorizar é o boleto do meu curso, o resto ficará para o mês que vem, caso eu não consiga nenhum bico durante o restante dos dias. Até pensei em avisar o meu pai, mas sei que ele está atolado de dividas que não tem como não serem pagas. Agendo todos os exames para a segunda feira, vou dar um jeito de não ir trabalhar para levá-la em cada um. SEGUNDA-FEIRA. A febre da Antonieta passou, só que ainda se sente fraca e bem estranha, os vômitos com sangue continua; estamos no seu último exame do dia, os resultados vão sair hoje na parte da tarde por e-mail. Vamos saindo da clínica, peço um Uber na entrada, precisamos chegar em casa logo, ela precisa tomar seus remédios. Termino o almoço, faço arroz com cenoura, feijão, frango cozido, salada de alface com tomate, bem na hora meu pai chega com uma Tubaína. Antonieta pegou seu prato e foi para o quarto, meu pai pegou o dele e foi para a sala e eu, fiquei na cozinha. Nós não temos o costume de fazer as refeições juntos, na verdade quando era pequena comia com as minhas irmãs, mas hoje em dia é bem raro isso acontecer. Assim que terminamos de comer, meu pai lava a louça do almoço, aproveito para ir até o quarto organizar as minhas coisas, já já tenho que me arrumar para a aula. Entro no meu quarto, vejo as horas no celular, me sento na cama e aproveito para dar uma descansada de cinco minutos, antes de começar a organizar e a me arrumar. Vejo que chegou um e-mail da clínica, abro rapidamente cada exame, um deles notificou uma bactéria no sangue, eu não sei exatamente oque isso significa, preciso marcar uma consulta urgente com um médico particular, não vou esperar pelo posto. Solto um suspiro pensando em como vou fazer para arrumar dinheiro, cada consulta vai custar uma nota e já estou com a minha conta zerada. Me lembro da proposta da minha prima, me levando e vou indo até a sua casa que é nos fundos, pergunto quando será a visita, ela avisa que seria nesse final de semana, mas está brigada com ele e não sabe mais se quer ir. Conto para ela sobre tudo que está acontecendo e imploro para ela ir, afinal, vou precisar muito do dinheiro e como vou apenas acompanhá-la até lá, eu consigo ir de boa. Ela me oferece um dia e diz que eu posso pagar quando estiver mais desapertada. Não gosto de pegar dinheiro emprestado, mas dessa vez é com urgência, então acabo aceitando. Pego mil reais com ela, vou pagar os exames e se sobrar algo vou tentar pagar meu cartão de crédito. Passo pelo meu pai e vou indo em direção ao meu quarto, me deito na cama, coloco as mãos em meu rosto, eu preciso dar um jeito de conseguir um emprego melhor, infelizmente minhas contas só vão aumentando e o dinheiro diminuindo; dessa forma terei que trancar meu curso por um tempo. Fecho meus olhos mentalizando coisas boas, sempre que fico preocupada com algo, minha ansiedade ataca e acabo ficando muito m*l. Dou um pulo da cama, preciso reagir, vou tomar um banho, me arruma e sair um pouco mais cedo de casa, vou dá uma passada no shopping e ver se tem lojas contatando, sem dúvidas vou receber um pouco mais e já que dinheiro não caí do céu, preciso dá meus pulos.
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