Dois

724 Words
     - Vamos! Responda! Quem é você? - Ele quase gritou.        - Me desculpe... Eu não... Eu... - Tentei falar alguma coisa mas não consegui dizer nenhuma palavra que fizesse sentido.        - Quem. É. Você? - Ele falou pausadamente, tentando controlar a raiva.        - Lily. Assistente da Elizabeth. Me desculpe, eu só vim trazer esses documentos. - Falei a verdade, tentando não gaguejar, mas o modo como eu estava escondida dizia totalmente o contrário.        Ele segurou meu braço com força e me arrastou para o centro da sala. Completamente um ogro. Por um momento, dou graças à Deus por aquele i*****l não ser meu irmão.        Por sorte, escuto duas batidas na porta, e ele me solta imediatamente. Era Elizabeth, minha salvadora.        - Oh! Aí está você, Lily . Sr. Wayland, bom dia. Está tudo bem aqui? - Ela disse percebendo o clima tenso na sala.        - Quero você na minha sala assim que acabar seu turno. - Ele disse baixinho, e tenho quase certeza de que somente eu ouvi.        - Lily? Podemos ir para a sala de reuniões? - Elizabeth me lançou um olhar desconfiado.        - Sim, claro. Com licença Sr. Wayland. - Eu disse quase sem voz.        - Sr. Wayland, pedi a Lily que trouxesse os documentos para o senhor assinar.        Ela confirmou o que eu havia respondido anteriormente, e quando passei pela porta, ela pediu que eu a esperasse na sala de reuniões.        Encrencada. Era assim que eu estava. Teria muita sorte se não fosse despedida antes mesmo de começar a trabalhar. Entrei na sala e respirei fundo. Já havia visto meu meio irmão por fotos, mas olhando ao vivo, ele não se parecia nada comigo. Mas talvez essa diferença se deve ao fato do que acabei de descobrir. Ele não é filho legítimo de Peter, o que me torna única herdeira de todo aquele Império. Mas como?        Se isso for realmente verdade, como Peter não desconfiou?        Inútil. Foi a palavra usada pela mãe de Jace. Tudo me leva a crer, que meu pai foi enganado por essa mulher, e por um instante sinto pena dele. Mas me lembro das palavras de Eva bem claras e nítidas em minha mente:         "Aquele crápula não pensou duas vezes antes de me fazer assinar aqueles papéis, e me abandonar grávida de você. Agora está em suas mãos reaver o que é nosso, por direito."        E então eu não sinto mais pena, eu sinto raiva.        Devo contar isso à Eva. Dizer que ela esteve certa a vida inteira. Mas não posso fazer isso antes de ter certeza.        Ainda não me havia me recuperado totalmente, quando Elizabeth entra na sala querendo saber o que havia acontecido.        - Vamos, me explique o que estava acontecendo naquela sala. - Diz colocando as mãos na cintura.        - O Sr. Wayland queria saber quem eu era. Me desculpe Elizabeth, eu não sabia que ele ia entrar naquele momento. Por favor, não me dispense por causa disso, preciso desse emprego. - Tentei me explicar, quase suplicando.        Me humilhar para aquela gente, será que também estava nos planos de minha mãe?        - Claro que não. Tenho planos para você garota. Por hora se ocupe em fazer o que eu pedir. - Ela falou de um modo estranho.        Que planos seriam estes? Mas havia outra questão para me preocupar. Meu suposto meio irmão, queria me ver em sua sala, e isso estava me deixando nervosa.        Em pouco tempo a reunião começou. Eu tinha que estar de ouvidos bem atentos. Pelo que eu entendi, esse tal contrato com Reeva, seria grandioso para a empresa, e só não fiquei confortável por conta dos olhares furtivos de Jace em minha direção.        Isso era o que me preocupava. Ter que enfrentá-lo daqui a algumas horas. Não sou do tipo que se intimida, mas há algo em Jace Wayland que me assusta.   ******        As horas pareceram voar até o final do dia. Normalmente elas se arrastam, mas justamente no meu primeiro dia acontece uma coisa inédita dessas. Já estou tendo calafrios só de pensar o que irá acontecer.        E aqui estou, pronta para entrar no covil. Respiro fundo e me lembro do real motivo para eu estar nessa situação. Dou um toque na porta e ela se abre antes mesmo de um segundo toque, e ele está lá, parado como se ele fosse um leão à espera de sua presa.
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