capítulo 113

803 Words

[NARRADO POR MURILO FERREIRA] Fiquei olhando pra ela. Silêncio entre nós, mas dentro… era barulho demais. Um caos danado, como se tudo que eu tinha enterrado tivesse cavando pra sair. Meu corpo tava ali, mas minha cabeça… minha cabeça voltou pro dia em que aquela mensagem me matou. Voltou pro chão da casa dela, onde eu desabei. Voltou pro pó que eu aspirei, tentando virar a imagem que ela escreveu. Voltou pro tapa do meu pai, pro olhar da decepção, pro grito do vazio. Voltou. E eu voltei junto. Ela terminou de falar e eu não sabia se abraçava, se xingava, se chorava ou se ria da ironia maldita dessa vida. Mas eu respirei fundo. Engoli o mundo. E deixei sair. — “Oito anos, Melissa.” Minha voz não era brava. Não era fria. Era… cansada. — “Oito anos com tua ausência virando tatua

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