Fiquei olhando pra ela. A testa encostada na dela. O coração ainda socando o peito, mas agora num compasso mais manso, mais cúmplice.
— “Tá querendo me dizer que…” — fiz uma pausa, levantando uma sobrancelha, a voz mais baixa, meio rindo — “…tu quer dar o cabaço pro filho do Aderbal, é isso?”
Ela arregalou os olhos. Corou até a alma.
— “Murilo!” — deu um tapinha no meu ombro, envergonhada. — “Não fala assim, menino!”
— “Ué…” — fiz cara de quem tá fingindo inocência. — “Tô só tentando entender a mensagem subliminar aí.”
Ela riu, mesmo morrendo de vergonha.
Escondeu o rosto nas mãos, depois espiou por entre os dedos, ainda vermelha.
— “Tu é muito besta.”
— “E tu é muito linda. Até quando fica com vergonha de si.”
— “E se…” — ela começou, ainda meio escondida atrás das mãos, a voz sa
