Narrado por Murilo Ferreira Fiquei ali por minutos. Ou horas. Nem sei. A cabeça num loop maldito, como disco arranhado: > "Tu me dá nojo. Foi só isso. E nada mais." A parede atrás de mim virou apoio, depois prisão, depois soco. Eu levantei. Meio homem, meio sombra. E comecei a destruir. Primeiro o porta-retrato com a foto dela criança. Depois a estante. Depois o ventilador. Depois tudo. Cada objeto que via, eu via ela. Cada objeto que quebrava… era uma parte minha indo junto. — “MELISSA FILHA DA p**a!” — gritei, com os olhos inchados de raiva e a alma espumando. — “TU ME USOU! ME ILUDIU, c*****o!” Chutei a porta do banheiro. Esmurrei a parede da cozinha até o gesso rachar. Meus dedos já sangravam. A sala virou um campo de guerra. O sofá, virado. A cortina, rasgada. O ch

