capítulo 97

928 Words

[NARRADO POR MURILO FERREIRA] A raiva ainda martelava, mas a verdade era que o beijo dele veio lavar a cara em meio à lama. Meu punho abriu devagar. A dor no punho era menos intensa que no coração. Respirei fundo, a cela girou, e eu decidi fazer o que devia: retomar o controle. Peguei o celular com cuidado, o chip escondido no bolso da bermuda. Discagem rápida. Um toque. Dois. — “Fala, mano.” — Pulga atendeu, a voz abafada, mas com aquele tom de quem já sabia que era eu. — “Ela apareceu aqui.” — soltei seco. Silêncio. — “A Melissa. Ela apareceu aqui. Na cadeia.” Mais silêncio. — “E aí, irmão… o que tu fez?” — ele perguntou, tenso. — “O que eu fiz? Ela me largou com um buraco no peito e voltou falando em liberdade provisória e… em filho.” Pulga respirou fundo. Do outro lado, ou

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